Milhares de azulejos século 18 roubados do Paço Real de Caxias
Sempre que se fala na necessidade de preservar património histórico edificado, pensa-se em hotéis. Por vontade de alguns, Portugal teria um hotel instalado em cada palácio e castelo construído. É uma ideia, mas não funciona. É uma ideia de gestores públicos preguiçosos. É uma ideia de dirigentes políticos incompetentes. E é uma ideia que tem levado à ruina boa parte desse património que devia estar preservado e acessível ao público.
O caso do Paço Real de Caxias é paradigmático. Palácio do século 18, pertence ao Ministério da Defesa. Deixaram as madeiras apodrecer e o estuque cair. Roubaram milhares de azulejos de grande valor artístico. Alguém investigou os sucessivos assaltos? A tropa participou os crimes à polícia?
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Era um palácio repleto de azulejos semelhantes aos do Palácio de Queluz. Um pequeno palácio com tetos e paredes pintadas de grinaldas de flores e outros ornamentos. Foi construído em meados do século 18 e, rezam as crónicas, resistiu ao terramoto de 1755. Quem sabia o que lá estava antes dos assaltos eram os responsáveis dos monumentos nacionais que em 1953 o classificaram como imóvel de interesse público. Deve haver num arquivo qualquer uma memória descritiva deste Monumento Nacional.
Também há sinais de tentativas de fogo-posto, muitos desses documentos antigos estão queimados. “Num vão de escada vê-se um monte de papéis velhos que sobraram de um fogo ateado que só não reduziu tudo a cinzas porque não calhou. Mais do que papéis velhos há documentos e livros chamuscados. Alguns com datas do princípio do século passado e até mais de trás,” relata o blog O Voo do Corvo num texto publicado em 2015.
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