É verdade que, quando vim morar no centro histórico de Salvador em 1975, muito antes do tombamento e restauração, estas visões de um submundo, existiam, sim, e eram comuns.
Mas o Pelourinho e Maciel não eram só isso.
O Largo do Pelourinho tinha sido restaurado. O Senac vivia cheio de turistas. O Hotel Pelourinho era um estabelecimento bem charmoso. E eu abria a Galeria da Sereia. Também havia os que trabalhavam formalmente. Pedreiros, eletricistas, cozinheiras, carpinteiros, empregadas domésticas, policiais, vendedores da Baixa dos Sapateiros, estudantes e artistas.
A visão de Miguel Rio Branco é respeitável com obra artística, mas não vale como documento. Vale, sim, como testemunho de um submundo miserável e esquecido de toda a sociedade. Continua existindo nos inúmeros bolsões da cidade.
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