E OS JUDEUS NEGROS?

     Em Israel, judeu branco discrimina     

 judeu negro

A Etiópia é aquele pequeno país do nordeste da África, com um subdesenvolvimento de dar pena. Os etíopes têm a pele escura. 

Pois bem, existe uma minoria de judeus etíopes. 

O governo israelense levou há trinta anos milhares desses judeus negros para Israel. Eles sofriam o efeito da fome e da violência política. Em Israel existe a chamada lei do retorno. Qualquer judeu é um potencial cidadão israelense. Basta chegar a pegar os documentos. Hoje existem uns 130 mil etíopes, dentro de um país com milhões de judeus de pele clara. Me perguntem se existe discriminação racial. 

Claro que sim. 

Os etíopes são menos escolarizados. Um pouco menos da metade está abaixo da linha israelense de pobreza. Eis que a internet divulgou na semana passada o vídeo de um soldado de origem etíope sendo espancado por dois de pele clara.

No último domingo, 3 mil judeus etíopes protestaram em Telavive. Houve confronto com a polícia, e o saldo foi de 30 feridos.
Ontem, segunda-feira, o primeiro-ministro Benyamin Netanyahu recebeu no gabinete dele o soldado espancado. Disse que o racismo não poderia continuar. 

Mas essa história já vem de longe. Dou dois exemplos que aconteceram em 2013. Um deputado de origem etíope não conseguiu doar sangue num hospital público. Acreditavam que o sangue dele fosse sujo. 

Logo depois, descobriram que mulheres etíopes, sem saber, eram submetidas a medicamentos que as esterilizavam. A ideia criminosa era impedir que elas tivessem filhos. Isso se chama eugenia. É uma prática digna dos nazistas. 

As tensões racistas contra os judeus de origem etíope fornecem um retrato muito feio de Israel. Esse retrato já não era tão glorioso, por causa da discriminação que os árabes israelenses dizem sofrer dos judeus. É um conflito étnico e religioso, o que já é inaceitável. 

Mas quando o judeu branco discrimina o judeu negro, vivemos uma situação de racismo em estado puro. É assim que o mundo gira. Boa noite.