Aumento de IPTU, violência se alastrando, barulho e a loucura que se tornou o carnaval , vem transformando as residências em clínicas e edifícios. As pessoas estão fugindo, se refugiando em prédios bem vigiados e os quintais estão virando estacionamento, com a vegetação sendo suprimida dia a dia. O barulho da serra elétrica é o que mais se ouve. Contei cerca de 17 prédios grandes sendo construídos entre Barra e Ondina, dentro de um novo modelo, 10 apartamentos por andar com a metragem de 23 m2, quarto de dormir. Soube que a maioria foi comprada por gente de fora, paulistas principalmente, de olho no verão e carnaval, pois agora parece que é oficial. A Barra-Ondina virou mesmo o Axezódromo Oficial de Salvador, a principal passarela dos trios. Um contrato de 5 anos já foi firmado com o principal camarote da festa e os contratos estão liberados para os outros. Na Ademar de Barros amendoeiras foram suprimidas do canteiro central, na certa para montagem de alguma base de apoio para a festa, que chega até o Campus de Ondina. Uma pena tudo isso, pensei que iriam aproveitar essa pandemia para repensar esse circuito, preservando o bairro e impedindo que esse precioso pedaço da orla fosse meio que interditada durante quase todo o verão, prejudicando milhares de turistas e também os moradores que resistem. As obras de montagem dos camarotes começam geralmente em dezembro e terminam até 15 dias depois do carná, são quase 3 meses de caos numa área turística de grande importância. João Henrique deixou a Barra/Ondina encardida, quase escombro e Neto a pegou como cartão de visita de sua administração e perdeu. Não houve um projeto revolucionário que transformasse e desse vida nova ao bairro e agora acredito que virou mesmo uma passarela pra festa, impregnada de quarto e sala. O governo do estado também ajudou , ao fracassar na área de segurança. No final, moradores apavorados, acuados e os que tiveram condições de sair, saíram. Li no Correio que nessa pandemia 100 mil pessoas buscaram o litoral norte, muitos fixando residência. Na passarela da festa, o negócio anda a todo vapor, vi há pouco em Ondina, o edifício Ferreirinha sendo derrubado, na certa para dar lugar a um prédio imenso com 10 apartamentos de 23 metros quadrados por andar. Tempos atrás, em artigo, o economista Armando Avena falou sobre a Barra e que ela não aguentava um carnaval daquele porte e a festa não poderia ser o principal foco do bairro e teria que ser repensada. Agora há pouco, o jornalista Marrom, fala da violência que tomou conta do pedaço e relembra o porto dos anos 70, que arrancou comentário de Aninha Franco : “ Foi lindo!” A Barra acabou e o estrago se estendeu a Ondina, palmas para a Barra e para o que ela já proporcionou, foi lindo mesmo, mas, só restou a paisagem.
domingo, 12 de setembro de 2021
BARRA – ONDINA : ACABOU
SERGIO SIQUEIRA
- sábado 11.9 as 16:05 – Sinal fechado, defronte do Barravento um homem corre esbaforido por ente os carros, camisa rasgada, cara de ódio e pavor, perseguindo alguém ou correndo de alguém.
- Sábado 11.9 as 20:05 – Novamente defronte ao Barravento, um homem completamente nu, com uma faca na mão e uma galinha na outra, xinga enquanto mata ali mesmo a galinha e a depena na vista de muita gente. Na sequência, sobe em direção ao clube espanhol indiferente aos olhares de espanto e medo, nu com a galinha segura pelo pescoço em uma da mãos completamente ensanguentada e a faca na outra. Uma cena dantesca, indescritível.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário