Polícia Federal interdita grandes fabricantes de licor em Cachoeira
A interdição dos locais ocorreu
por volta das 12h desta terça-feira, 21
Gestor
do 'Licor Roque Pinto" informou que pendencias já foram resolvidas
- Foto: Reprodução | Google
Tradicionais fabricantes de licor da cidade de
Cachoeira, localizada no Recôncavo Baiano, tiveram suas sedes interditadas pela
Polícia Federal nesta terça-feira, 21. A interdição dos locais ocorreu por
volta das 12h.
Foram interditados pela PF os fabricantes “Licor
Roque Pinto” e “Arraiá do Quiabo”. Eles ainda podem ser impedidos de
comercializarem as bebidas.
A prefeitura de Cachoeira recebeu a notícia com
preocupação, devido à quantidade de pessoas que o setor emprega, e também pela
alta expectativa com as vendas na cidade por conta da semana de São João.
A ação da Polícia Federal ocorreu em conjunto com o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os trabalhos
começaram ainda no dia 11 de maio, quando uma série de exigências e adequações
foi imposta aos fabricantes.
Essas adequações envolviam, por exemplo, mudanças
no espaço físico dos estabelecimentos, contrato de um químico, engenheiro de
produção ou engenheiro químico responsável, registro junto ao Ministério de
cada um dos produtos fabricados, além de um documento com a planta do local e
uma espécie de inventário de tudo contido no fabrico.
Gestor do
“Licor Roque Pinto”, Rosival Pinto contou ao Portal A TARDE que representantes do Ministério da
Agricultura estiveram no local um tempo atrás e solicitaram o registro dos
produtos e regularização da fábrica. Ele começou a resolver as pendências, mas não comunicou à pasta.
Em maio, representantes retornaram ao local, já com
o decreto de fechamento, pois, como não houve manifestação, foi considerado que
as pendências seguiam abertas.
"Contratamos químico, fizemos tudo e demos
entrada no pedido. Ontem apareceram aqui, apresentei a entrada que demos no
Ministério da Agricultura, mas eles disseram que não foram notificados e que
iriam verificar, mas mesmo assim lacraram todos os nossos equipamentos",
afirmou.
Rosival ainda não contabilizar o prejuízo, mas
estima que seja em cerca de R$ 100 mil. Após a interdição, ele dispensou os
funcionários e tentou descansar, mas não conseguiu.
"Você tenta fazer tudo certinho, direitinho,
aí de uma hora para outra, do nada, senta pra almoçar e recebe um baque
desse... a gente fica desnorteado". A expectativa agora é que a situação
seja resolvida a tempo de atuar no São João, quando as vendas são
intensificadas.
"Eu faço votos que seja o mais rápido
possível, para que a gente possa não queimar nossa imagem diante dos clientes,
mas para que a coisa possa fluir, que a gente possa trabalhar normalmente sem
nenhum problema".
Em nota, a Prefeitura de Cachoeira informou que tem
atuado junto à Associação dos Licores e aos fabricos interditados para tentar
reverter a situação.
Segundo o órgão, a Vigilância Sanitária do
município realiza fiscalizações e os fabricos atendem todas as normas e
exigências.
A Prefeitura pontuou ainda que o licor de Cachoeira
está em fase de estudos e elaboração de dossiê para o reconhecimento como
patrimônio cultural da Bahia.
O processo de Registro Especial foi aberto em
fevereiro e será encaminhado à aprovação pelo Conselho Estadual de Cultura e
homologação pelo Governo do Estado para ser inscrito no livro de Registro
Especial dos Saberes e Modos de Fazer.
COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO. Atitude típica dos donos do poder que acham que tudo podem e não se preocupam com as consequências de suas decisões arbitrárias. Alguém tinha passado mal depois de beber o licor produzido por estas fábricas? A contratação de um químico era indispensável? Os locais de fabricação estavam sujos, sem higiene?
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