O sucesso de Lula visto pela lente dos que resistem a engoli-lo
Nenhum erro lhe será perdoado, e os acertos rebaixados
Ele se elegeu com o apoio de 11 partidos. Na sua equipe de transição, há representantes de 16. Mas de um total de 290 nomes anunciados, 66 são do PT. Não é demais? E logo do PT?
Dos 17 nomes que integram o grupo escalado para sugerir políticas públicas nas áreas da Justiça e Segurança Pública, 9 são críticos da Lava Jato. Por que essa fixação na Lava Jato? O que significa?
Verdade que Lula com apenas 20 dias de eleito já fez mais pela imagem do Brasil do que Bolsonaro em quatro anos, mas não foi por mérito dele, e sim demérito de Bolsonaro.
A política não admite espaço vazio. Bolsonaro parou de trabalhar desde que foi derrotado. Está deprimido, com erisipela e ainda não sabe o que fazer. Lula limitou-se a ocupar o espaço vago.
Não parece uma má ideia ele ter designado Geraldo Alckmin, um político moderado, para uma espécie de gerente do novo governo. Mas que Lula não pense em ficar só passeando pelo mundo.
Terá que governar, pegar no pesado, e justificar porque quis voltar à presidência pela terceira vez ao invés de desfrutar os anos de vida que lhe restam na companhia da sua nova mulher.
A propósito: ela não foi eleita para nada, ele é que foi. Não está autorizada, portanto, a dar palpites na condução do governo. Deve comportar-se com discrição. Nada de fazer gracinhas.
Marisa Letícia, a primeira-dama em 2003, fez a gracinha de plantar nos jardins do Alvorada um canteiro em formato de estrela com flores vermelhas em tributo ao PT. Pegou muito mal.
Nenhum erro de Lula será perdoado. A Tarcísio de Freitas, por exemplo, governador bolsonarista de São Paulo, se perdoará um eventual reajuste de 50% no próprio salário. A vida está cara.
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