sábado, 15 de outubro de 2016

ELE ESTÁ VOLTANDO!

Filme que mostra como seria a volta de Hitler é um alerta sobre populismo de direita



Em tempos onde um deputado federal de extrema-direita homenageia um ex-torturador do regime militar, nada melhor do que refletir sobre o populismo fascista assistindo o filme alemão “Er Ist Wieder Da” (Ele Está De Volta), que mostra como seria a volta de Adolf Hitler na Alemanha dos dias atuais.

Alguns especialistas afirmam que, historicamente, o populismo político é um fenômeno latino-americano, se referindo aos casos de Getúlio Vargas no Brasil e de outros ditadores como Peron na Argentina. Estão errados.
A experiência populista na Europa vingou na outra face da ideologia política: a extrema-direita. Com a crise econômica e as medidas de austeridade, essa classe política parece se reerguer com mais facilidade em países como Alemanha, França e Itália, além do preocupante leste-europeu. Para piorar, a onda de refugiados do Oriente Médio para o continente também tem dado mais fôlego para o crescimento desse setor.
Marine Le Pen, uma das favoritas para a presidência da França nos próximos anos, é um reflexo desses acontecimentos. Filha do fundador do até então inexpressivo partido de extrema-direita Frente Nacional, hoje ela é um dos nomes mais promissores da política europeia, defendendo o rompimento do país com a UE, atacando as medidas de austeridade provocadas pelos grandes bancos. Seu partido, com base na classe média e até mesmo nas mais pobres da França, adicionam um ponto diferencial nos “motivos da crise” no país: a imigração e a falta dos bons costumes.
Isso não é muito diferente do que temos visto recentemente no Brasil.
O caso do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) é um belo exemplo. Com a crise política em seu momento mais crítico desde o impeachment do ex-presidente Fernando Collor em 1992, a população brasileira parece estar procurando um “novo herói”, alguém capaz de promover uma limpeza política através de valores morais e cristãos.
Não por acaso, assistimos ao verdadeiro show de horror na Câmara dos Deputados no último domingo (17), enquanto votavam pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
“Deus” e “família” estiveram presentes em praticamente todos os discursos dos congressistas, exibido em tempo real na TV aberta para milhões de pessoas. Eles sabem que o momento é esse: mostrar para a família brasileira quem os realmente representa. Seguiram o roteiro. Bolsonaro foi além. O ex-militar resolveu dedicar seu voto ao torturador General Ustra, conhecido por ser um dos responsáveis pelo desaparecimento (ou morte) de dezenas de pessoas durante os 21 anos de ditadura militar no Brasil.

O populismo de extrema-direita voltou com tudo no século XXI. E um filme alemão soube representar bem esse cenário.

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