Qual é o caminho para a felicidade na rotina de consumo da sociedade contemporânea? A resposta não será, certamente, igual para todos. Steve Cutts, no entanto, tem uma opinião bem contundente sobre o nosso carrossel quotidiano, rodeado pelas marcas e pela automatização da vida — dir-se-ia que os robots somos nós, afinal —, na curta-metragem Happiness. A analogia das filas intermináveis de ratos que esperam pelo comboio é um clássico que acompanha toda a narrativa da curta do artista visual e ilustrador, que vive no Reino Unido. Pelo caminho, perdemo-nos nos mesmos sítios, nos mesmos lugares e com as mesmas tarefas. Espaço ainda para um dos temas das últimas semanas, a Black Friday. O retrato pode ser uma hipérbole, mas a intenção de mostrar um mundo centrado é notória: há filas, correrias, lutas, braços e pernas pelo ar. São pouco mais de quatro minutos de viagem por uma cidade onde a “felicidade” está espalhada por todo o lado, mas não se encontra em ninguém.
Steve Cutts tem sido um crítico constante dos estilos de vida consumistas e individualistas, tendo já publicado várias ilustrações ou animações, como a curta-metragem Man, na qual o artista explora, numa odisseia, a indústria animal, a destruição das florestas e a contaminação dos mares, sempre com uma postura crítica à intervenção excessiva do ser humano.
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