domingo, 1 de julho de 2018

O CASO DA MÉDICA QUE ENGRAVIDOU DO COLEGA


Resultado de imagem para CARICATURA DE MEDICA QUE ENGRAVIDOU

Ao meu lado no café do Shopping sentam-se duas moças, idades abaixo dos 30 mas não muito. A proximidade inviabiliza qualquer discrição. Uma entrega a outra um presente: roupinhas pra recém nascido. Só então percebo que a outra está grávida, algo recente de 2 ou 3 meses. Preparo-me para ouvir involuntariamente uma conversa a contra gosto sobre bebês, parto, enxoval etc. 


O papo inicial até gravita em torno disso mas logo chega na ausência do pai. Que não reconhece a paternidade, que não era namorado da outra, tiveram um caso, ambos comprometidos com terceiros. Ao engravidar e revelar o fato, o namorado rompeu e o amante também. A outra ficou sozinha na gravidez. 

Ela está decidida a ligar pro ex amante e assegurar que não quer nada dele, que ele pode escolher participar ou não da vida do futuro filho mas que ela faz questão do exame de DNA. Porque ela sai dessa mãe com um filho nos braços mas sem levar fama de quenga. O caso foi um momento de loucura. Ambos erraram mas a intimidade do Centro Cirúrgico favoreceu o tesão incontrolável (descubro aí que o casal de amantes são médicos). A gravidez foi um acidente. 

A amiga ouve tudo atenta (e eu também) e concorda solidária. Assegura que a criança pode crescer sem pai mas terá uma tia e madrinha super presente. Devoram fatias de torta de sequilho com goiaba e creme entre goles de coca zero. Ouço tudo com avidez enquanto digito esse post. Meu álibi é perfeito. Sequer olho pro lado enquanto teclo. Nem desconfiam que estou sendo violentamente indiscreto. Repulsivamente fofoqueiro. Sou horrível mas a vontade de compartilhar essa fofoca faz meus dedos coçarem. Adoto um atenuante: relato o mínimo de detalhes que possam identificar as criaturas (e olha que já sei nomes, hospital, especialidade etc). 

Preciso contar esse bas-fond pro mundo. A médica que engravidou do colega de trabalho por causa de um tesao incontrolável no Centro Cirúrgico e vai assumir a maternidade sozinha. Ela destaca sua honestidade. A noiva dele não soube nem vai saber de nada. Que ela não é dessas, de fazer chantagem, até trocou de equipe pra não ter que conviver com o super fértil (diz ela que foram poucas transas e só uma descuidaram-se da camisinha).

Preciso parar de ser horrível, de salivar de curiosidade sobre esta vida alheia que sentou-se ao meu lado. Peço a conta e vou embora antes que eu perca o controle e pergunte a ela onde foi a primeira transa: na rouparia do hospital?
A vida é tão Grey’s Anatomy!

Sergio Sobreira

Nenhum comentário:

Postar um comentário