ACONTECEU EM PORTUGAL
"Jamais o esqueceremos". Cidadão partilha história emocionante de um agente da PSP
O agente da PSP, depois de perceber que o homem se dirigia ao hospital onde a filha estava entre a vida e a morte, escoltou-o até ao Santa Maria
A história do polícia anônimo que ajudou Vítor Martins Romão está a correr a internet. Depois de ter partilhado o momento, como forma de agradecimento, nas redes sociais, a publicação já tem mais de quatro mil partilhas.
Depois de saber que a filha estava no hospital e precisava do seu consentimento para que fosse operada, Vítor Martins Romão dirigiu-se a toda a velocidade para o Hospital Santa Maria, até ser mandado para pela PSP. "O agente dirigiu-se e após continência, pediu-me os documentos e perguntou o porquê da marcha de urgência e do tipo de condução. Ao que respondi, que tinha uma filha à espera num bloco operatório de Santa Maria, e que ele tinha duas opções: ou me prendia já, ou eu ia seguir e na mesma condução".
O agente da autoridade pediu calma ao homem e escoltou-o até ao hospital. "Em frente ao portão principal, voltou a fazer continência e seguiu. Fiquei sem palavras. Nem nome, nem cara, sequer. Apenas o senhor polícia da mota. Talvez fosse isso mesmo que ele quis dizer. Ele foi apenas a Polícia. Foi apenas a instituição que representa. E eu e a minha filha, os cidadãos que ele jurou defender".
No final, fica apenas um agradecimento sentido: "Obrigado senhor polícia, em nome, da minha família, do meu País, que tanto precisa. Jamais o esqueceremos", garante Vítor Martins Romão.
"Antes de mais, a minha guerreira continua a lutar de forma brava. 24h depois da cirurgia.
Ontem, quando estava a regressar a Lisboa, vindo de uma rápida ida a Grândola, recebi uma chamada da Renata, aflitíssima, porque lhe tinham ligado do Hospital de Santa Maria a solicitar presença urgentíssima de um de nós.
Faltava assinar o termo de consentimento, para o procedimento anestésico da Margarida, e ela encontrava-se no bloco operatório em espera, para a tão urgente e vital cirurgia.
Escusado será dizer que, após ligar os 4 piscas, a minha condução passou para o modo WRC, na versão Pai Aflito.
Tenho esperança, de não ter colocado em perigo os condutores que apanhei, mas talvez 😉 tenha feito por queimar pontos para 2 cartas de condução.
Algures na cidade, quando olhei pelo retrovisor, tinha uma moto da PSP a mandar encostar.
Assim fiz.
O agente dirigiu-se e após continência, pediu-me os documentos e perguntou o porquê da marcha de urgência e do tipo de condução.
Ao que respondi, que tinha uma filha à espera num bloco operatório de Sta. Maria, e que ele tinha 2 opções: ou me prendia já, ou eu ia seguir e na mesma condução.
Obviamente, não estava o mais sereno, e as lágrimas correram-me, num misto de aflição e nervoso.
Calmo. Sem sequer tirar o capacete, nem pegar na carteira dos documentos, que lhe estava a dar, apenas me disse: "respire fundo, acalme-se o que lhe seja possível e siga-me".
Saiu em direcção à mota e escoltou-me até Santa Maria.
Em frente ao portão principal, voltou a fazer continência e seguiu.
Fiquei sem palavras.
Nem nome, nem cara, sequer.
Apenas o senhor polícia da mota.
Talvez fosse isso mesmo que ele quis dizer. Ele foi apenas a Polícia. Foi apenas a instituição que representa. E eu e a minha filha, os cidadãos que ele jurou defender.
E existem muitas formas de defender.
Algumas nem vêm nos cânones, outras vêm nos cânones e são humanamente infringidas.
Obrigado senhor polícia, em nome, da minha familia, do meu País, que tanto precisa. Jamais o esqueceremos.
Nota: numa sociedade que nunca será perfeita, mas que devemos sempre lutar para que seja, prefiro tolerar uma falha dos bons a ajudar os bons, do que penalizar uma falha dos bons a lutar contra os maus.
É só."
Foto: Tiago Novais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário