São Sebastião por Andrea Mantegna
TOM PAVESI
São Sebastião por Andrea Mantegna (1431-1506) pintado por volta 1480, é um joia do Museu do Louvre que nos permite compreender um pouco melhor a origem do estilo renascentista na Itália e que teve audácia de romper com o estilo medieval tanto explorado durante toda a Idade Média.
O final da Idade Média por volta 1456, ficou marcada por uma devoção muito forte a São Sebastião, pois uma lenda atribuiu-lhe um papel de protetor contra a peste que vinha dizimando com a população desde o século XIV.
Na obra do pintor francês Josse Lieferinxe (?-1508), abaixo, vemos um exemplo de sua intercessão. Segundo a lenda, esse evento ocorreu muito depois da morte do São Sebastião, durante um surto de peste, no século VII, em Pavia, (Itália).
“São Sebastião Intercedendo pelos Pestilentos” ( entre 1497 e 1499),
de Josse Lieferinxe (?-1508).
de Josse Lieferinxe (?-1508).
A peste negra devastou a Europa durante séculos, representado na pintura por pessoas mortas prontas para serem enterradas. No céu, São Sebastião, perfurado por flechas, se encontra ajoelhado diante de Deus pedindo ajuda e graça, em nome da humanidade, enquanto que um anjo e um demônio travam uma combate. Como o pintor nunca esteve na Itália, baseou-se do aparecimento do santo em Pavia, como se tivesse acontecido em Avignon (França).
São muitas as representações de São Sebastião nas igrejas da época invocando a sua proteção, no entanto, para comparar a pintura de Mantegna com uma pintura do estilo medieval do inicio do século XIV, com o mesmo tema, temos no Louvre o Retábulo de Thouzon, do pintor provençal da região Provença-Alpes-Costa Azul (Provence-Alpes-Côte d’Azur).
São Sebastião nessa obra é representado por uma figura simples alongada, vestido como um cavalheiro do século XV sobre um fundo dourado, que claramente no indica um estilo do final da Idade Média, conhecido como “gótico internacional”.
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