Paulo Ormindo de Azevedo
No artigo “Indústria na Bahia” (A Tarde, 27/01/21) mostrei as fabricas que perdemos por falta de planejamento e governo. Se formos relacionar as prestadoras de serviço que fecharam as portas, a lista também será longa. Vou enumerar apenas as principais: Magalhães e Cia, Wildberger, Armazéns Gerais, Correa Ribeiro, Paes Mendonça, Insinuante, Norberto Odebrecht, OAS etc. Hoje as grandes obras do estado, como a ponte Salvador-Itaparica e o monotrilho, são feitas pelos chineses e o abastecimento alimentar por americanos e europeus.
Em artigo de 1º/07/21, neste jornal, o economista Armando Avena anuncia que os árabes estão chegando. Sim, pela pechincha de US$1,65 bilhões o Mubadala, fundo soberano (estatal) dos Emirados Árabes comprou a Refinaria Landulfo Alves avaliada entre US$ 3 e 4 bilhões, com um deságio de 50%. Com isso ela leva de quebra a rede de oleodutos e gás do estado, uma fábrica de asfalto, uma termoelétrica e uma estação de tratamento de água e efluentes. Leva também o Temadre, com terminais portuários em Madre de Deus, Candeias, Itabuna e Jequié e se transformará no maior operador portuário do Nordeste, movimentando 20 milhões de toneladas. Como o Mubadala já é dono da Deten Química, de Camaçari, passará a controlar 30% do PIB industrial baiano e poderá chegar a 50% se vencer a concorrência pelo controle da Braskem, a maior indústria tupiniquim, que restou do grupo Odebrecht, passando a deter 70% do setor químico e petroquímico baiano. O fundo também opera na mineração e poderá expandir ainda mais seus negócios na Bahia. Nem o governo nem a sociedade baiana se movimentaram contra a venda da RELAN e seus ativos invisíveis.
Os chineses, que já fazem as grandes obras públicas, estão anunciando a construção de uma mega cidade nos moldes de Dubai, em Valença, para acabar com as pequenas imobiliárias e construtoras baianas, tudo incentivado pelo Vice Governador e Secretário de Planejamento (?) da Bahia. Leão e Guedes dirão que o capital não tem bandeira e que é bom que eles venham. Só que as decisões econômicas e políticas passam a ser feitas a milhares de quilômetros em função de seus interesses, podendo fechar fábricas sem aviso prévio, como fez a Ford, tirando milhares de empregos aqui, para salvar os de Detroit.
No terrível dilema dos que não tem plano de saúde entre “a bolsa ou a morte”, a maior companhia de hospitais do Brasil, a Rede D’Or, dona de 54 hospitais, acaba de comprar o São Rafael, o Aliança, o Cardiopulmonar, o Bahia e o Aeroporto. Como se pode ver doença em qualquer pessoa, a mineira Rede Mater Dei de Saúde, em expansão nacional, está construindo um luxuoso hospital em Salvador e acaba de assumir o monopólio da saúde em Belém do Pará.
“Brasil/ Mostra a tua cara/ Quero ver quem paga/ Pra gente ficar assim/ Brasil/ Qual é o teu negócio/ O nome do teu sócio/ Confie em mim...” (Cazuza).
SSA: A Tarde de 11/07/21
Na mosca, nessa relação de Empresas que terminaram por desaparecer está a Rovel S/A Comércio e Industria, onde trabalhei 20 anos, grande exportadora de Café, Couro de boi e peles de cabra além do sisal, o que sobrou dela está em Alagoinhas com o nome BRESPEL- Cia Industrial Brasil Espanha, hoje controlada só por espanhóis
ResponderExcluirVergonha!
ResponderExcluirO que dói mais é termos certeza de que tem gente lucrando com propina gordíssima.
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