segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022
O BAIRRO DE UMA RUA SÓ
E A LADEIRA DO AQUIDABÃ
ONDE A IGREJA DO REINO D DEUS ESTÁ CONSTRUINDO
ALGO PARA ARRECADAR O DÍZIMO
O FIM DE PUTIN?
Pode ser o começo do fim de Putin
Não é o que se espera dessa reunião, afinal, a guerra já causou grandes estragos e uma escalada de sanções contra a Rússia em primeiro lugar e para a União Europeia em segundo, pois são esses países os principais parceiros de negócios com os russos. Os problemas de pagamentos, via sistema financeiro Swift, vão trazer prejuízos a ambos os lados. Acima de tudo isso, há as perdas de vidas, ainda não contabilizadas e fora de qualquer sistema de compensação.
O comissário europeu para Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, Janez Lenarcic, afirmou que a Europa está diante da maior crise humanitária em muitos anos. "As necessidades crescem enquanto falamos", lamentou. A preocupação se junta as de organizações humanitárias e ONGs de todo o calibre, para as quais, o importante agora, é não deixar passar a oportunidade de tocar nos empedernidos (e mesquinhos) corações europeus em relação a refugiados.
Quase 400 mil ucranianos passaram as fronteiras até o domingo. A metade pela Polônia, e outros pela República Tcheca, Hungria, Romênia e Moldávia. Especialistas e correspondentes falam em 5 milhões de refugiados ao fim de tudo isso. Outros aumentam a cifra para 7 milhões, que, somados aos existentes, árabes e africanos, transformaria a essa na questão mais explosiva para a Europa depois da própria guerra. Nesse momento, no entanto, o conflito em si é o verdadeiro X do problema e a resolução dele é a prioridade maior. Até a reunião os dois lados vão continuar a apontar as armas e dar tiros uns nos outros. Com inúmeras dúvidas. O assessor de Putin Vladimir Medinski disse que a Rússia está tão a fim que convocou a reunião. O ministro ucraniano de Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, afirmou que vai para ouvir e saber das propostas russas. O presidente Zelensky, que sente-se poderoso com apoio mundial de mídia, dinheiro e armas europeias que começam a chegar, diz que não acredita em acordo, mas não quer passar para a história como aquele que não quer negociar. Esse apoio faz o mundo esquecer que ele é simpático ao neonazismo, o que não o impede de surfar na onda contra um antidemocrático famoso de nome Putin.
Assim, o quadro pode não ser perfeito, mas há gestos e sinais positivos. E há, também, um conjunto de quebra de paradigmas. "É a primeira vez que isso acontece na Europa depois da Segunda Guerra", passou a ser uma expressão corriqueira. É a primeira vez que Putin admite que seu exército perde soldados, jovens filhos dos novos russos pós-soviéticos que, depois do Afeganistão, não querem ver seus meninos morrendo de novo. Na Rússia, as avós criam os netos, o que só endurece o jogo contra o presidente. Deter manifestantes não resulta, não vira apoio. Ajuda a criar músculos para o próximo verão.
A União Europeia, que abandonou a Ucrânia no início, criou coragem, finalmente, e garante que ainda existe e tem força. Vai suprir as necessidades de armamento da Ucrânia. E cresce a lista de "primeiras vezes". A presidente da UE, Ursula von der Leyen, garante que todos os 27 países-membros do bloco e mais alguns achegados fecharão seus espaços aéreos, isolando a Rússia pelos ares. O alemão Olaf Scholz inaugura seu mandato quebrando um paradigma sempre preocupante, aquele do que pode fazer um alemão armado. Avisou que vai fornecer misseis sting e lança-misseis aos ucranianos. Mil de um e quinhentos de outro, para começar. A Alemanha tem quase 70% do gás que consome fornecido pela Rússia. Ainda não houve cortes, mas não se sabe como isso será pago, depois das sanções Swift e a suspensão de sete grandes bancos russos.
Menos um ponto para Putin no front interno. Quem opera o sistema financeiro de lá são jovens empresários pitinistas e com ética especial, muitas vezes duvidosa. A ponto de terem mais de um terço dessa grana estocada em offshores mundo afora. Se começar a faltar dinheiro, a turma vai gritar e, talvez, reclamar das consequências das ações do líder. O exército russo é comandado por oficiais jovens. Com carreiras pela frente e ambições por todos os lados. Aí moram perigos.
Na linha da primeira vez, uma fora da Europa: o velho aliado Cazaquistão, de maioria étnica russa, não declarou apoio nem mandou um cartucho. Sobrou a vizinha Bielorrússia e seu dinossauro presidente Lukashenko. Está tão fechado com Putin que corre o risco de ver anexado o país dele. É tudo o que gostaria, mas muito pouco para Putin, um líder que dormiu sonhando ser Napoleão e está acordando na condição de maior pária russo dos tempos modernos. Essa pode ser outra "primeira vez". Nem os czares opressores, nem Lenin, nem o duro Stálin. Só Putin. Outro ponto a menos.
domingo, 27 de fevereiro de 2022
O BAIRRO DA FELICIDADE
O REVOLUCIONÁRIO BAIRRO DA FELICIDADE
sábado, 26 de fevereiro de 2022
A OPINIÃO DA BARBIE
Presidente do Iphan afirma que há 'supervalorização do patrimônio cultural'
Larissa Peixoto chama conselheiros de 'desrespeitosos' em resposta a pedido de reunião para tratar de crise no órgão
PROIBIDO SER FEIO
UGLY LAWS: NOS ESTADOS UNIDOS DO SÉCULO XIX JÁ FOI PROIBIDO 'SER FEIO'
Não, não é uma hipérbole ou algum tipo de brincadeira. De fato, houve uma época em que foram criadas leis contra pessoas "feias", talvez um dos passos mais marcantes do século XIX rumo à eugenia de raças.
Em meados de 1881, James Peevey, um vereador de Chicago (Estados Unidos), enxergava os mendigos que viviam pelas ruas da sua cidade como uma “obstrução de vias”, exatamente como se eles fossem um saco de lixo. Então, ele foi o responsável por forçar, por meio do conselho da prefeitura, uma lei que proibiu qualquer pessoa que estivesse “doente, mutilada, deformada, feia ou nojenta” de ser vista em público.
Como indica uma matéria do Chicago Tribune daquele ano comentando o caso, a lei visou criminalizar o traço da feiura, portanto os mendigos poderiam ser cobrados de US$ 1 a US$ 50, dependendo do "quão feio eram", se fossem vistos vagando pela sociedade por algum agente fiscal ou policial. Aqueles que não pudessem pagar a quantia eram encaminhados para asilos.
Indignos: uma ameaça
Em uma época em que a população urbana crescia de maneira acelerada nos Estados Unidos, colocando os norte-americanos em contato com pessoas de todo o mundo, a primeira Lei da Feiura foi implementada em São Francisco, em 1867, como uma extensão de uma lei de proibição mais geral sobre mendigar.
No livro The Ugly Laws: Disability in Public (2009), escrito pela professora de Inglês Susan Schweik, da Universidade da Califórnia, ela disserta que a cidade estava lidando com mineiros destituídos e veteranos de guerra mutilados da Guerra Civil. Segundo os historiadores, as ruas da cidade começaram a ser povoadas por “mendigos, pessoas feias, vagabundos e loucos”.
Com a entrada a Lei da Feiura em São Francisco, outras cidades — como Chicago, Cleveland e Omaha — seguiram o exemplo. Foi a partir disso que surgiu o movimento Cidade Bonita, uma espécie de filosofia de reforma urbana baseada na ideia de que as cidades deveriam ser o mais esteticamente "puras" possível, causando um aumento de ansiedade nas pessoas, promovendo cada vez mais a aprovação de todos os tipos de lei horríveis.
As leis também foram uma forma de segregar e tentar "varrer para baixo do tapete social" o influxo de imigrantes, veteranos e escravos recém-libertados em muitas cidades americanas. Os pobres e rechaçados não poderiam "roubar a cena" daqueles que “realmente” representavam o povo americano, ou seja, quem era branco, saudável, falante de inglês e independente.
A "poeira" social
(Fonte: Chicago Tribune/Reprodução)
Assim como a lei dos pobres da Era Vitoriana na Inglaterra, que fazia distinção entre os pobres “dignos” e “indignos”, a Lei da Feiura também estipulou diferentes tipos de punição a serem aplicadas a esses "criminosos sociais", além de multas.
Como Schweik descreve, os mendigos feios ou "indecentes" seriam tratados com menos leveza do que criminosos e não seriam levados para a prisão, mas para um asilo de pobres, onde seriam encarcerados por tempo indeterminado. Essa medida serviu apenas para marginalizar e criminalizar ainda mais a pobreza e a deficiência, como se essas pessoas tivessem culpa de suas condições.
As mulheres "feias" também significaram uma grande ameaça para o status quo, ainda mais em uma época em que a feminilidade adequada era entendida como avessa à exibição pública. Em Ohio, surgiu um Decreto da Feiura que incluía proibições de “comportamento lascivo”, atos indecentes, imodestos ou imundos; vestimenta imprópria; prostituição, incluindo qualquer "mulher obscena" que pudesse fazer qualquer exibição ousada ou meretrícia de si mesma.
(Fonte: JStor Daily/Reprodução)
A linguagem das leis sugeria um desgosto particular pelo ato de chamar a atenção para si mesmo, atraindo o olhar de um "transeunte inocente". Isso fez muito parte do discurso do século XX da campanha nova-yorquina para promulgar a Lei da Feiura contra imigrantes e negros.
Ao longo dos anos, muitas das Leis da Feiura foram derrubadas e, até meados do século XX, poucas delas prevaleceram — apesar de nunca terem sido abandonadas do senso coletivo dos americanos. Na verdade, elas apenas perderam o nome e foram substituídas por outras novas mais "politicamente corretas", também destinadas a criminalizar a pobreza e a falta de moradia, como aquelas que proibiam compartilhar ou dar alimentos para pessoas desabrigadas.
LA FÁBRICA
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022
... NÃO SÃO INOCENTES
NA GUERRA DE PUTIN NA UCRÂNIA, EUA E OTAN NÃO SÃO ESPECTADORES INOCENTES