domingo, 20 de fevereiro de 2022

UM LEITOR INCONFORMADO

A FALÊNCIA DO PLANEJAMENTO URBANO DE SALVADOR


 Prezado Senhor DIMITRI GANZELEVITCH. 

Em matéria da lavra de Vossa Senhoria, intitulada “Algumas considerações sobre o II Simpósio Baiano”, jornal A Tarde de 5/2/2022, quando do comentário ligado à nossa cidade do Salvador, referindo-se à “... total ausência de conceito, um anarquismo imobiliário baseado na mais reles especulação.”, entre outras observações, fica registrado “Como é feia a esmagadora maioria destes espigões! ...”.

Destarte, a título de exemplificação dos desmandos apontados na matéria, informo-lhe sobre construtora que erigiu espigão, com mais de 20 (vinte) andares, em um espaço territorial que comportava apenas dois imóveis residenciais, no Loteamento Caminho das Árvores, onde, outrora, era proibida a construção de edifícios e a utilização do imóvel para qualquer outro fim que não o residencial.

Como se não bastasse o relato constante do parágrafo anterior, as obras da construtora racharam residência vizinha motivando ação de órgão oficial da Prefeitura no sentido de que as pertinentes atividades fossem paralisadas, pois colocavam em risco a integridade física dos moradores. E, por mais surreal que possa parecer, os dirigentes da construtora impetraram ação judicial com a pretensão de que as suas vítimas, pessoas idosas e, nestas condições, legalmente equiparadas a consumidores, pagassem pelos dias parados.

Vale observar que os moradores do referido imóvel foram obrigados a abandonar sua residência e o processo se arrasta por mais de 7 (sete) anos, sendo que a construtora continua erigindo espigões na cidade do Salvador e seus dirigentes não se dispõem a indenizar suas vítimas pelos irreparáveis danos que causaram.

Caso a questão em comento lhe desperte atenção, disponho os autos processuais para Vossa Senhoria e também me coloco à disposição para maiores detalhes.

Atenciosamente,

 A.M.S.

Nenhum comentário:

Postar um comentário