Caso Seu Jorge: Lenio Streck responde a presidente de clube que o chamou de “desqualificado”
Paulo Bing, o presidente do Grêmio Náutico União, clube que recebeu o show de Seu Jorge no último sábado (15) em Porto Alegre e que foi palco de ofensas racistas contra o artista, criticou o jurista Lenio Streck após tuíte em que este lamentava o fato de “parte” do RS ser racista chamando-o de “desqualificado” e de “esquerdista”.
Seu Jorge foi chamado de macaco após a apresentação. O caso está na mão da polícia.
Streck, um dos principais expoentes do Grupo Prerrogativas, manifestou-se ao DCM sinalizando que recorrerá à justiça para ver-se ressarcido no dano moral que entende ter sofrido:
No Brasil, muito cuidado quando você denunciar racismo, pois você corre o risco de ser ofendido em sua honra e dignidade.
Com 28 anos de ministério público e 15 anos de advocacia, 112 livros publicados, 355 artigos científicos em várias línguas e 450 capítulos de livros, além de 855 artigos no Conjur e ser o jurista mais citado na América Latina em ranking de 10 mil profissionais, sou obrigado a ouvir da boca do presidente do clube onde ocorreu o racismo, um advogado, que sou um jurista desqualificado e outros impropérios.
Meus amigos pedem que eu seja duro, mas serei lhano e elegante , como tenho sido sempre. Orgulho-me de minha polidez.
Jamais responderia ao causídico no mesmo nível. Se ser de esquerda é defeito como sugere o advogado, orgulho-me desse defeito, porque, como cidadão, sempre me coloco a favor das causas da dignidade humana.
Vi meu pai ser preso em 1964 pela ditadura. Aos 8 anos aprendi que jamais poderia estar ao lado do autoritarismo, da discriminação e do racismo. Fui defender Seu Jorge e recebi insultos. O que fazer? Buscar aquilo que sei fazer: a Justiça.
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