Em 1996 recebi da Fundação
Moinho Santista proposta para elaborar um projeto editorial sobre qualquer assunto
cultural que me parecesse relevante. Sempre preocupado com a memória, seja ela
material ou imaterial, decidi juntar uma equipe de acadêmicos reputados por sua
competência para analisar as duas igrejas de São Francisco em Salvador, nos
seus mais diversos aspectos. Foi assim que convidei Eugênio d´Ávila Lins e Luis
Antônio Cardoso (Conjunto arquitetônico), Candido Costa e Silva (Teologia),
Frei Hugo Fragoso (Presença franciscana na Bahia), Maria-Helena Flexor (Moveis
e pinturas), Maria Vidal Camargo (Ordem Terceira), A. J. Faria Gois (marchetaria
e cantaria), Raul Lody (Santo Antônio), Ana-Palmira Bittencourt (Fachada da Ordem
Terceira), Luis Alberto Freire (Talhas) etc.
Se o apoio da tal empresa,
alegando falta de verba, foi de curta duração, meu entusiasmo teria ainda longa
vida. Sem desanimar com a desistência, iria bater em portas de muitas firmas e
embaixadas. Talvez por ter sido iniciado sob os auspícios de outra empresa,
nenhuma considerou a importância do assunto. Fui mesmo até a Fundacion Legado
Andalusi,
Quinze anos se passaram. Os
textos originais de “Os ouros de São Francisco” ainda aguardam a oportuna
publicação. Dentre todas as participações por mim solicitadas, duas merecem
destaque especial, ambas de autores hoje falecidos: o historiador espanhol
Francisco Solano, prêmio Isabel a Católica pelo conjunto de sua obra, que
escreveu um admirável texto sobre o movimento franciscano na América Latina, e o
professor Pedro Moacir Maia, um dos maiores especialistas em azulejos no
Brasil. É lamentável que a análise deste eminente pesquisador - e homem de
elevadíssima postura ética - nunca tenha sido publicada, pois até esta data não
temos ninguém a altura dele em se tratando do acervo baiano de azulejaria.
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