Israel mata 81 jornalistas em 2023. Quase um por dia de conflito
Ataques na Faixa de Gaza deixaram 81 jornalistas mortos em 2023. Trata-se de um número sem precedentes mesmo comparado com outros conflitos
Publicado 03/01/2024 - 17h17
São Paulo – O exército de Israel matou quase um jornalista por dia desde a escalada de violência na Faixa de Gaza, no início de outubro. Até o momento, 81 profissionais da imprensa morreram em ataques do regime sionista do presidente Benjamin Netanyahu. Ao longo de 2023, 140 jornalistas foram assassinados em todo o mundo. Trata-se de um crescimento de 20% em relação ao ano anterior. Os dados são da entidade suíça Press Emblem Campaign, publicados hoje (3).
Trata-se, então, do maior número de mortes violentas destes profissionais desde 2012. Obviamente, a maior fatia destes assassinatos está na conta de Israel. Na sequência, 20 mortes na América Latina, 12 na Ásia, 11 na África, quatro na Europa e três na América do Norte. Outros 12 morreram em países do Oriente Médio, em conflitos não relacionados diretamente com o massacre do regime sionista contra o povo palestino.
“Embora seja difícil verificar se os jornalistas foram alvos intencionais ou não, o exército israelense tem destruído sistematicamente a mídia palestina em Gaza, bombardeando seus escritórios e instalações”, ressalta comunicado da entidade. O tom, embora imparcial, evidencia uma realidade de que instalações civis estão entre alvos prioritários de Israel, particularmente hospitais e escolas, além de unidades de entidades como da ONU e dos Médicos sem Fronteiras.
Fora da curva
Então, além das mortes em Gaza, a entidade critica a falta de transparência sobre o que acontece de fato na região. Isso porque “o acesso da mídia estrangeira a Gaza permanece impraticável devido às condições de segurança, o que impede a realização de reportagens independentes das partes envolvidas no conflito”.
O número de jornalistas mortos em Gaza distoa mesmo em comparação com outros conflitos. Em 2022, morreram 116 profissionais da imprensa. Naquele ano, o foco foi a guerra entre Rússia e Ucrânia. Em razão do conflito, 39 mortos. Em 2012, ano mais letal do século para estes trabalhadores, destaque para a guerra da Síria, com 35 vítimas.
Morte de jornalistas
Outras zonas de conflito marcam presença no relatório. Alguns destes em razão de guerras, outros de violência urbana extrema. É o caso do México que, nos últimos cinco anos, registrou 61 mortes, muitas ligadas ao domínio do narcotráfico em algumas regiões do país. Paquistão e Índia também viram 32 e 31 mortes, respectivamente, no mesmo período. Levando em conta os últimos dez anos, 1.147 jornalistas foram assassinados em todo o mundo, marcando 2,2 por semana.
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