... diz Transparência Internacional
Diretor-executivo da ONG no Brasil, Bruno Brandão se diz “espantado” com a decisão de Toffoli de mandar investigar a entidade Bruno Brandão é diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil Reprodução PODER360 7.fev.2024 (quarta-feira) - 9h27 Diretor-executivo da Transparência Internacional no Brasil, o economista Bruno Brandão afirma que combater a corrupção incomoda políticos tanto da direita quanto da esquerda. Ele afirma que viu com “espanto” a decisão do ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), de mandar investigar o papel da ONG no acordo de leniência da J&F com o Ministério Público Federal. “Há pessoas que se incomodam muito com nosso trabalho anticorrupção, à esquerda, à direta e, principalmente, acima”, disse Brandão em entrevista publicada pelo jornal O Globo nesta 4ª feira (7.fev.2024).
O economista negou que a Transparência Internacional tenha recebido dinheiro de acordos de leniência no Brasil. Na decisão de Toffoli (íntegra – PDF – 169 kB), o magistrado diz que uma investigação deve apurar se a ONG se apropriou indevidamente de recursos públicos.
“Essas alegações já haviam sido desmentidas há anos pela própria Transparência e, principalmente, por autoridades brasileiras, inclusive a Procuradoria Geral da República. O que nos surpreende muito é que a decisão do ministro Toffoli cite um ofício de [Augusto] Aras, mas não inclua a resposta, que foi dada pela procuradora Samantha Dobrowolski, em um memorando detalhado, desmentindo as informações que a TI havia recebido ou receberia qualquer recurso”, afirmou Brandão.
Em dezembro do ano passado, Toffoli suspendeu o pagamento de uma multa de R$ 10,3 bilhões pela J&F. Do total, parte seria destinado a projetos com o apoio da ONG. O ministro diz ser “duvidosa” a criação de uma fundação privada para administrar dinheiro de pagamento de multa às autoridades brasileiras.
Bruno declara que não houve recomendações de onde o dinheiro deveria ser usado. “O que fizemos foi um relatório que blinda que qualquer entidade pública ou privada se apropriar desse recurso de maneira ilegítima. O relatório está público há alguns anos, e mostra quais eram as orientações. Inclusive, que o Ministério Público não deveria se envolver na gestão desses recursos. Ele criava mecanismos rigorosos”.
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