sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

UMA MANADA DE ELEFANTES

Editorial jornal A TARDE 
9/2/2017


Resultado de imagem para FOTOS DE ESTADIOS DE FUTEBOL ABANDONADOSQue legado deixou a Copa do Mundo de 2014 no Brasil? Recorde-se o que disse a então presidente Dilma Rousseff, em maio de 2015: “Os aeroportos ficam pra nós, as obras de mobilidade e os estádios ficam pra nós”. Ficaram, mesmo. 

Veja-se o aeroporto de Salvador, uma das cidades-sede do torneio mundial de futebol.  Dois anos após a Alemanha sapecar um 7 a 1 acachapante na Seleção Brasileira, o que se oferece ao visitante que tem a ideia de visitar a capital da Bahia? Calor, poeira, barulho, imundície nos banheiros.

Agora, atente-se para a situação dos 12 estádios construídos no país, em um plano megalomaníaco. Abra-se, aqui, um parêntese. Só mesmo o delírio populista poderia concluir valer a pena investir R$ 583 milhões para erguer um estádio com capacidade para 42 mil pessoas em Cuiabá. No ano passado, 20 partidas de futebol ali realizadas conseguiram atrair, somadas, 8.604 torcedores, uma média de risíveis 430 por jogo, ou um por cento da capacidade da Arena Pantanal. Feche-se o parêntese e dobrem-se os sinos.
Resultado de imagem para FOTOS DE ESTADIOS DE FUTEBOL MANE GARRINCHA ABANDONADO

Olhe-se para o que se torrou de dinheiro em Brasília. Foi R$ 1,4 bilhão no Mané Garrincha, que pode juntar 72 mil torcedores. Agora, compare-se com a média de público do Guaratinguetá, em 2016: 130 pessoas. Isso dá 0,18% da capacidade do estádio. E ninguém foi preso depois de haver tomado decisões mirabolantes como essa.

A conta ficou para nós, brasileiros, para o contribuinte que vê sua renda tungada mês a mês pela voracidade do governo e parte considerável do resultado de seu trabalho servir para alimentar contas em paraísos fiscais.

Em 2007 – sempre vale a pena recordar -, Lula e seu ministro dos Esportes, Orlando Silva, juravam por todos os deuses dos gramados que não haveria o aporte de dinheiro público nas arenas previstas para os jogos da Copa. O que se viu, no entanto, foi os diversos poderes – municipais, estaduais e federal – jogarem R$ 8 bilhões nas obras.

Agora, somos chamados a continuar alimentando a manada de elefantes. Branquinhos, branquinhos.  

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