Editorial jornal A TARDE
9/2/2017
Veja-se o aeroporto de Salvador, uma das cidades-sede do torneio mundial de futebol. Dois anos após a Alemanha sapecar um 7 a 1 acachapante na Seleção Brasileira, o que se oferece ao visitante que tem a ideia de visitar a capital da Bahia? Calor, poeira, barulho, imundície nos banheiros.
Agora,
atente-se para a situação dos 12 estádios construídos no país, em um plano
megalomaníaco. Abra-se, aqui, um parêntese. Só mesmo o delírio populista
poderia concluir valer a pena investir R$ 583 milhões para erguer um estádio com
capacidade para 42 mil pessoas em Cuiabá. No ano passado, 20 partidas de
futebol ali realizadas conseguiram atrair, somadas, 8.604 torcedores, uma média
de risíveis 430 por jogo, ou um por cento da capacidade da Arena Pantanal.
Feche-se o parêntese e dobrem-se os sinos.

Olhe-se
para o que se torrou de dinheiro em Brasília. Foi R$ 1,4 bilhão no Mané
Garrincha, que pode juntar 72 mil torcedores. Agora, compare-se com a média de
público do Guaratinguetá, em 2016: 130 pessoas. Isso dá 0,18% da capacidade do
estádio. E ninguém foi preso depois de haver tomado decisões mirabolantes como
essa.
A
conta ficou para nós, brasileiros, para o contribuinte que vê sua renda tungada
mês a mês pela voracidade do governo e parte considerável do resultado de seu
trabalho servir para alimentar contas em paraísos fiscais.
Em
2007 – sempre vale a pena recordar -, Lula e seu ministro dos Esportes, Orlando
Silva, juravam por todos os deuses dos gramados que não haveria o aporte de
dinheiro público nas arenas previstas para os jogos da Copa. O que se viu, no
entanto, foi os diversos poderes – municipais, estaduais e federal – jogarem R$
8 bilhões nas obras.
Agora,
somos chamados a continuar alimentando a manada de elefantes. Branquinhos,
branquinhos.
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