Se achadas, obras sumidas poderiam formar maior museu de arte do Brasil
Reportagem revela quadrilhas especializadas no roubo de obras sacras que atendem a mercado negro. Assalto a museu, em 2006, permanece mistério.
Sejam bem-vindos ao maior museu do Brasil! Uma coleção que reúne obras de mestres das artes plásticas, Dalí, Picasso, Monet, Aleijadinho, não só do Brasil, mas de toda o mundo. Infelizmente ninguém pode ver essa coleção, porque todas essas obras estão desaparecidas.
No dia 26 de fevereiro, o maior roubo de obras de arte do Brasil completou 10 anos. O assalto ao Museu Chácara do Céu, no Rio, aconteceu durante o carnaval de 2006. Na ocasião, bandidos aproveitaram um bloco de carnaval que desfilava ali, entraram no museu armados e levaram quadros de Dali, Matisse, Monet e Picasso, avaliados, na época, em US$ 50 milhões.
De acordo com especialistas em segurança, a fragilidade do patrimônio artístico e histórico nacional é enorme. Prova disso são os roubos de arte sacra, um problema muito mais grave que os roubos a museus. A lista oficial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, registra 1.644 peças sacras sumidas no Brasil. O destino dessas obras quase sempre é desconhecido; muitas vão parar em antiquários.
O Fantástico descobriu o paradeiro de obras retiradas de igrejas, todas hoje em mãos de colecionadores. Em trabalho independente, a equipe que cuida do patrimônio histórico no Ministério Público de Minas Gerais já recuperou quase 700 obras. As peças foram redistribuídas a museus de Minas Gerais. A maioria estava no Rio ou em São Paulo.
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