A estátua Grupo de Laocoonte (Italiano: Gruppo del Laocoonte), também conhecida como Laocoonte e Seus Filhos, é uma das mais famosas esculturas antigas desde que foi escavada em Roma em 1506, e colocada em exibição pública no Vaticano, onde permanece até hoje.
A estátua representa Laocoonte e seus dois filhos, Antífantes e Timbreu, sendo estrangulados por duas serpentes marinhas, uma lenda da Guerra de Troia também relatada na Eneida de Virgílio.[carece de fontes] Laocoonte, um sacerdote de Apolo, teria irritado o deus, ou por ter se casado e tido filhos, ou por ter arremessado uma lança contra o cavalo de Troia. Em vingança, o próprio Apolo teria enviado os répteis (no caso como na escultura, serpentes) para matar seus filhos, e Laocoonte foi morto ao tentar salvá-los.
Gravura reproduzindo o grupo de Laooconte com os acréscimos da sua primeira restauração, antes da descoberta do braço dobrado da figura principal e remoção das adições renascentistas.
Apesar de ser considerada já então uma obra impressionante, o grupo de Laocoonte era uma estátua incompleta pois faltava o braço direito da figura do próprio Laocoonte. A omissão provocou o debate da comunidade artística romana, polarizado entre duas opiniões: Michelangelo sugeriu que o braço estivesse dobrado sobre o ombro do personagem, enquanto que a maioria defendia que estivesse, pelo contrário, distendido numa posição mais heroica, completando a linha de ação diagonal que se estende pela obra. Júlio II organizou então uma competição informal onde os escultores pudessem propôr a sua solução para o problema. Rafael Sanzio, como júri do concurso, acabou por escolher uma proposta que representava o braço esticado, e a estátua foi completada desta forma. Em 1957, o verdadeiro braço perdido de Laocoon foi descoberto num antiquário italiano e, como Michelangelo previra, estava de facto dobrado sobre o ombro.
O grupo de Laocoonte depressa se transformou numa celebridade na Europa e num motivo de cobiça. No âmbito dos tratados assinados com França, o papa Leão X prometeu oferecer a estátua ao rei Francisco I de França. Mas como este papa era um amante de arte clássica, e não pretendia separar-se da obra prima, encomendou uma cópia ao escultor Baccio Bandinelli, que acabou por ser o modelo de muitas outras versões menores em bronze. O tratado com os franceses acabou por não ser cumprido e esta cópia encontra-se hoje exposta na galeria Uffizi em Florença.
Em 1799, Napoleão Bonaparte conquistou a Itália e levou o grupo de Laocoonte para o Museu do Louvre, em Paris, como espólio de guerra. A estátua acabou por ser devolvida ao Vaticano por iniciativa britânica, depois da queda de Bonaparte em 1816.
O grupo de Laocoonte foi uma das influências principais nos trabalhos de Michelangelo posteriores à sua descoberta. O escultor italiano ficou bastante impressionado com a monumentalidade da escultura e a estética helenística das personagens, em particular a figura de Laocoonte.
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