quarta-feira, 18 de agosto de 2021

O PREFEITO PIROU!

 Vice-reitor cobra Bruno Reis por destombamento de residência universitária: "Espero que seja revisto"

Paulo Miguez diz que "boa parte dos bens tombados no Brasil têm mais de um decreto de tombamento" e defende que não há conflito com o Iphan



O vice-reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Paulo Miguez, se manifestou nesta terça-feira (17) após a revogação do decreto municipal que havia aprovado o tombamento da Residência Universitária Masculina da instituição, situada no Corredor da Vitória, em Salvador. 

No último dia 10 de agosto, o prefeito Bruno Reis (DEM) aprovou o tombamento, considerando um parecer técnico emitido pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que ressalta a importância arquitetônica e cultural do imóvel do século XIX. No entanto, o texto foi revogado três dias após sua publicação. Segundo a prefeitura, o ato foi desfeito porque a responsabilidade sobre o patrimônio seria da União. 

Em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metropole, o vice-reitor repudiou a decisão e avaliou que o argumento da gestão municipal "não se sustenta". "Desgraçadamente, no Dia do Patrimônio Nacional, venho aqui manifestar a estranheza da Ufba quanto ao decreto do senhor prefeito, que define o destombamento. O pessoal da área de patrimônio sabe muito bem que esse argumento não se sustenta, entre outras coisas, porque as universidades, pela Constituição brasileira, têm autonomia na gestão de seu patrimônio. E foi a Ufba que solicitou o tombamento do prédio da nossa residência universitária, como o de mais outros quatro equipamentos nossos que são fundamentais. Então, me parece que esse argumento não se sustenta, demonstra um desconhecimento estranho da Constituição brasileira. (...) E isso vem num momento delicado da vida cultural brasileira, em que as agressões se perpetuam", disse.

Segundo Miguez, não haveria "qualquer conflito de interesses" com a União caso a prefeitura tivesse levado adiante o tombamento. "Boa parte dos bens tombados no Brasil têm mais de um decreto de tombamento. Eu espero que isso seja revisto. (...) E esse gesto da universidade é muito importante porque não se trata apenas de resguardar um bem que merece tombamento pela sua importância histórica. A universidade dá um uso social da maior relevância ao bem tombado, na medida em que aquele prédio abriga hoje a nossa Residência Universitária masculina. Quero crer que o prefeito voltará atrás e garantirá o cuidado com esse patrimônio", pontuou.


A proposta de tombamento foi solicitada pela Ufba e coordenada pela professora Mariely Cabral de Santana, da Faculdade de Arquitetura da Ufba, e pela arquiteta Manuella Araújo, da Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sumai). 

2 comentários:

  1. Certamente Bruno Reis está preparando terreno para que o prédio seja demolido pra dar lugar ou a um horroroso espigão projetado por algum estagiário de arqu8itetura, ou um shopping. Braziu...

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  2. O boneco de ventríloquo não pirou. Ele fala através de seu titereiro, que há gerações comprometido com patrocinadores de campanha, em geral grileiros e assemelhados.

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