Vice-reitor cobra Bruno Reis por destombamento de residência universitária: "Espero que seja revisto"
Paulo Miguez diz que "boa parte dos bens tombados no Brasil têm mais de um decreto de tombamento" e defende que não há conflito com o Iphan
O vice-reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Paulo Miguez, se manifestou nesta terça-feira (17) após a revogação do decreto municipal que havia aprovado o tombamento da Residência Universitária Masculina da instituição, situada no Corredor da Vitória, em Salvador.
No último dia 10 de agosto, o prefeito Bruno Reis (DEM) aprovou o tombamento, considerando um parecer técnico emitido pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que ressalta a importância arquitetônica e cultural do imóvel do século XIX. No entanto, o texto foi revogado três dias após sua publicação. Segundo a prefeitura, o ato foi desfeito porque a responsabilidade sobre o patrimônio seria da União.
Em entrevista a Mário Kertész, na Rádio Metropole, o vice-reitor repudiou a decisão e avaliou que o argumento da gestão municipal "não se sustenta". "Desgraçadamente, no Dia do Patrimônio Nacional, venho aqui manifestar a estranheza da Ufba quanto ao decreto do senhor prefeito, que define o destombamento. O pessoal da área de patrimônio sabe muito bem que esse argumento não se sustenta, entre outras coisas, porque as universidades, pela Constituição brasileira, têm autonomia na gestão de seu patrimônio. E foi a Ufba que solicitou o tombamento do prédio da nossa residência universitária, como o de mais outros quatro equipamentos nossos que são fundamentais. Então, me parece que esse argumento não se sustenta, demonstra um desconhecimento estranho da Constituição brasileira. (...) E isso vem num momento delicado da vida cultural brasileira, em que as agressões se perpetuam", disse.
Segundo Miguez, não haveria "qualquer conflito de interesses" com a União caso a prefeitura tivesse levado adiante o tombamento. "Boa parte dos bens tombados no Brasil têm mais de um decreto de tombamento. Eu espero que isso seja revisto. (...) E esse gesto da universidade é muito importante porque não se trata apenas de resguardar um bem que merece tombamento pela sua importância histórica. A universidade dá um uso social da maior relevância ao bem tombado, na medida em que aquele prédio abriga hoje a nossa Residência Universitária masculina. Quero crer que o prefeito voltará atrás e garantirá o cuidado com esse patrimônio", pontuou.
A proposta de tombamento foi solicitada pela Ufba e coordenada pela professora Mariely Cabral de Santana, da Faculdade de Arquitetura da Ufba, e pela arquiteta Manuella Araújo, da Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sumai).
Certamente Bruno Reis está preparando terreno para que o prédio seja demolido pra dar lugar ou a um horroroso espigão projetado por algum estagiário de arqu8itetura, ou um shopping. Braziu...
ResponderExcluirO boneco de ventríloquo não pirou. Ele fala através de seu titereiro, que há gerações comprometido com patrocinadores de campanha, em geral grileiros e assemelhados.
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