segunda-feira, 30 de maio de 2022

A OAB NÃO VAI PROCESSAR...

...ESTE BANDIDO?


 Bolsonaro chama Genivaldo de ‘marginal’, defende PRF e pede tratamento ‘isonômico’

Presidente comparou o caso de Genivaldo a um episódio, ocorrido em 18 de maio em Fortaleza, que levou à morte dois policiais rodoviários federais.

POR GETULIO XAVIER 



O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira 30 que a Polícia Rodoviária Federal teria ‘abatido um marginal’ ao matar Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, por asfixia em uma espécie de câmara de gás montada pelos agentes no no porta-malas de uma viatura, em Sergipe. Ele havia sido abordado por estar pilotando uma moto sem capacete.

“Eu lamento o ocorrido há duas semanas aproximadamente com dois policiais rodoviários federais que, ao tentar tirar um elemento da pista, ele conseguiu sacar a arma de um deles e executou dois. A GloboNews chamou esse bandido de suspeito. E o outro policial, de outra…esfera…, ao abater esse marginal, foram em uma linha completamente diferente”, respondeu Bolsonaro ao ser questionado sobre o pedido de prisão dos agentes da PRF feito pela Ordem dos Advogados do Brasil.

Na declaração, Bolsonaro comparou o caso de Genivaldo a um episódio, ocorrido em 18 de maio em Fortaleza, que levou à morte dois policiais rodoviários federais. O crime aconteceu em um trecho da rodovia BR-116 com a Avenida Oliveira Paiva, no bairro Cidade dos Funcionários.

Segundo Bolsonaro, a classificação de ‘marginal’ dada por ele a Genivaldo seria um ‘tratamento isonômico’ com o que seria feito por parte da imprensa.

“Tratamento isonômico! Vai ser seguido a lei, a gente lamenta o ocorrido nos dois fatos, nos dois episódios a gente lamenta muito o ocorrido”, disse o ex-capitão logo após chamar Genivaldo de marginal.

ssim como informou a PRF, Bolsonaro também afirmou que o procedimento realizado em Sergipe que culminou na morte do homem de 38 anos será investigado. Ainda segundo o presidente, não é possível generalizar a atuação da PRF por um único episódio. Ao defender a atuação da PRF, Bolsonaro alegou também que, após a morte de Genivaldo, as ações da entidade ‘voltam à normalidade’.

“Volta tudo à normalidade rapidamente, a Justiça vai decidir esse caso e, com toda a certeza, será feito Justiça…todos queremos isso daí…sem exageros, sem pressão por parte da mídia que sempre tem um lado, o lado da bandidagem, como lamentavelmente grande parte de vocês se comportam”, disse. “Lamentamos o ocorrido e vamos com serenidade fazer o devido processo legal para não cometer injustiça”, concluiu o ex-capitão.

A CartaCapital, o sociólogo Daniel Hirata, professor e coordenador do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense, avaliou como ‘preocupante’ a escalada da violência nas rações com a presença da PRF, que antes do episódio com Genivaldo, participou de ao menos três operações chacina, responsável pela morte de mais de 30 pessoas no Rio de Janeiro.

Instado a falar sobre o caso de Genivaldo, o ministro da Justiça  Anderson Torres alegou ‘não ter nada a dizer’ enquanto os procedimentos de investigação do caso estiverem em curso.

“Enquanto não houver a finalização destes procedimentos não há o que se dizer, não há o que se falar. O que tinha que ser feito pelo Estado já foi feito”, afirmou o ministro. Na última semana, o PT pretende convocar Torres para explicar o caso no Congresso Nacional.

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