“Temos realmente ouro, não é ficção, ele existe”. É deste modo que o administrador do Banco de Portugal, Hélder Rosalino, inicia a visita, com jornalistas, à Casa Forte de Reserva, a caixa-forte do Banco de Portugal onde estão armazenadas as reservas de ouro do Estado Português.
Nesta Casa Forte situada no Carregado, em Alenquer, distrito de Lisboa, estão 45% das 382,5 toneladas de ouro que Portugal acumula. Trata-se da 14.ª maior reserva de ouro do mundo e da sexta maior da Europa Ocidental, à frente de Espanha.
Estas reservas de ouro valem agora, no total, mais de 19.796 milhões de euros, como revela aos jornalistas o administrador do Banco de Portugal (BdP), Hélder Rosalino, durante a visita guiada aos jornalistas.
Em 2021, estas reservas valorizaram 808 milhões de euros relativamente a 2020 “devido à evolução positiva da cotação da onça de ouro em euros”, designadamente “ao efeito da valorização do dólar face ao euro (+7,7%), uma vez que se verificou uma desvalorização do preço do ouro em dólares (-3,8%)”, segundo nota o BdP no relatório e contas divulgado esta terça-feira.
No Carregado, estão apenas 173 toneladas de ouro num total de 13.666 barras. Cada uma pesa cerca de 12 quilos, como apurou a Rádio Renascença no local.
Este ouro é verificado todos os anos por um auditor externo que avalia o seu grau de pureza e se cumpre os parâmetros que constam das contas do BdP.
As restantes reservas de ouro português estão em outros locais pelo mundo, pois, “por razões de gestão de risco, é relevante fazer uma distribuição geográfica“, explica Hélder Rosalino aos jornalistas.
Há 186 toneladas de ouro no Banco de Inglaterra e outras 20 toneladas no Banco de Compensações Internacionais (BIS) no mesmo país.
Já as 4 toneladas que estavam na Reserva Federal de Nova Iorque rumaram ao Banco de França “com o objectivo de obter rentabilidades futuras e passar a sua localização para o Eurosistema”, explicam responsáveis do BdP citados pelo Correio da Manhã.
Apesar de estarem arrumadas e estáticas em prateleiras, estas reservas de ouro ajudam às contas do BdP. Em 2021, contribuíram para que a queda nos lucros se ficasse pelos 5%, o que permitiu entregar ao Estado dividendos de 406 milhões de euros.
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