10 fotografias mais caras do mundo e suas histórias
Por Jessica Soares
Parece ser verdade que uma imagem vale mais que mil palavras. Séculos depois da invenção da câmera escura, a fotografia movimenta fortunas antes só dedicadas às pinturas de conceituados artistas. Conheça a história por trás das 10 fotografias mais car
Foto: Domínio público
Quanto: US$2,3 milhões
Ao ser levada à leilão em 2011, as estimativas eram de que a fotografia – um ferrótipo considerado o único registro autêntico do icônico fora da lei Billy the Kid, que morreu aos 21 anos – fosse vendida por cerca de 400 mil dólares. Erraram rude feio: o registro em placa de ferro arrematou mais de 2 milhões. O comprador foi o milionário William Koch, que levou para casa a fotografia pela qual, reza a lenda, Billy pagou 25 centavos em 1880.
10. Billy the Kid, autor desconhecido (1880)
Foto: Domínio público
Quanto: US$2,3 milhões
Ao ser levada à leilão em 2011, as estimativas eram de que a fotografia – um ferrótipo considerado o único registro autêntico do icônico fora da lei Billy the Kid, que morreu aos 21 anos – fosse vendida por cerca de 400 mil dólares. Erraram rude feio: o registro em placa de ferro arrematou mais de 2 milhões. O comprador foi o milionário William Koch, que levou para casa a fotografia pela qual, reza a lenda, Billy pagou 25 centavos em 1880.
9. Sem título #153, de Cindy Sherman (1985)
Foto: Cindy Sherman / Divulgação
Quanto: US$2,7 milhões
Parece a cena de um crime. Mas não se deixe enganar: o corpo imóvel da foto acima segue bastante vivo. Cindy Sherman é a protagonista de grande parte de suas obras. A artista, nascida em Nova York, incorpora frente às câmeras diferentes personagens criadas a partir da profusão de imagens a que temos acesso diariamente, e é amplamente admirada por seu posicionamento questionador sobre a representação midiática da mulher. Não bastasse atuar como modelo e fotógrafa, é ela também a responsável por toda a composição das personagens, da maquiagem à escolha dos figurinos. Não chega a surpreender então que um de seus trabalhos tenha sido arrematado por uma pequena fortuna em um leilão realizado em novembro de 2010.
8. Los Angeles, de Andreas Gursky (1998)
Foto: Andreas Gursky / Divulgação
Valor: US$ 2,9 milhões
Recordista de menções nesta lista, o alemão Andreas Gursky é um dos fotógrafos queridinhos do mundo da arte. “As gigantes e panorâmicas imagens de Gursky – algumas com mais de seis metros – têm a presença, poder formal e, em diversos casos, a aura majestosa das pinturas de paisagens do século 19, sem perder o imediatismo meticulosamente detalhado próprio da fotografia”, escreveu o crítico da revista New Yorker, Calvin Tomkins. Em 2008, a obra arrematada foi Los Angeles, imagem panorâmica da cidade dos anjos que mede mais de 3 metros de largura.
7. The Pond—Moonlight, de Edward Steichen (1904)
Foto: Edward Steichen / Domínio Público
Valor: US$2,9 milhões
Até aquele momento, a venda de uma fotografia nunca havia ultrapassado a marca de 1,4 milhões de dólares. Mas a fortuna paga em 2006 por uma das três cópias de uma obra produzida pelo fotógrafo Edward Steichen parece até razoável. O artista, nascido em Luxemburgo e criado nos Estados Unidos, teve uma carreira marcada por inovações técnicas, dirigiu o Departamento de Fotografia do Museu de Arte Moderna de Nova York e foi um dos primeiros a defender uma revolução estética que considerasse a fotografia um meio de expressão e interpretação e não apenas um meio de registro documental. Além de bela, sua fotografia recordista é pioneira: seus tons são obtidos por meio da autocromia, método anterior à primeira técnica difundida de fotografia em cores.
6. Chicago Board Of Trade III, de Andreas Gursky (1999-2000)
Foto: Andreas Gursky / Divulgação
Valor: US$3,3 milhões
Uma venda milionária parece apropriada para um retrato do centro financeiro mais antigo dos Estados Unidos. Chicago Board of Trade III, que foi a leilão em 26 de julho de 2013, é o mais recente recorde para o currículo do conceituado artista alemão Andreas Gursky. A fotografia, que lança um olhar ao caos do mercado financeiro, faz parte de uma série com outras cinco imagens – e uma delas já havia sido arrematada por 2,3 milhões de dólares.
5. 99 cents II, de Andreas Gursky (2001)
Foto: Andreas Gursky / Divulgação
Valor: US$3,3 milhões
A quantia paga pela fotografia do alemão Andreas Gursky não é impressionante apenas por seu valor absoluto: ao ser arrematada, em 2007, por um comprador anônimo, 99 cents se tornou a primeira fotografia a ser vendida por mais de 3 milhões de dólares. A imagem dupla, com fileiras e mais fileiras de produtos em um supermercado, pode parecer prosaica demais para valer tanta grana. Mas no meio artístico, a obra (que mede mais de 3 metros de largura) é altamente conceituada. “As poderosas fotografias em larga escala de Andreas Gursky rapidamente definiram a maneira como vemos ‘o fetichismo do mundo materialista’ e se tornaram imediatamente parte do vocabulário artístico. (…) Suas fotografias abordam a paisagem pós-capitalista, buscando significantes que definem nossas vidas diárias”, diz o catálogo do leilão. Você levaria para casa?
4. Untitled (Cowboy), de Richard Prince (2001-2002)
Foto: Richard Prince / Divulgação
Valor: US$3,4 milhões
A venda da imagem sem título de um cowboy produzida pelo pintor e fotógrafo estadunidense Richard Prince por mais de 3 milhões de dólares em 2007 foi surpreendente – afinal, são poucas as “refotografias” que conseguem atingir uma marca tão alta. O trabalho de Prince é uma reapropriação: frente às suas câmeras não estava um homem de bota e chapéu, mas sim as páginas de uma revista com os icônicos anúncios dos cigarros Marlboro. Usando uma série de estratégias (como desfoque, cortes e ampliação), o artista intensifica os artifícios das fotos originais, “minando a aparente naturalidade e inevitabilidade das imagens, revelando-as como ficções alucinatórias dos desejos da sociedade”, avaliam os curadores do Metropolitan Museum.
3. Dead Troops Talk, de Jeff Wall (1992)
Foto: Jeff Wall / Divulgação
Quanto: US$3,6 milhões
O título pode causar confusões: apesar do nome completo de Dead Troops Talk (A vision after an ambush of a Red Army patrol, near Moqor, Afghanistan, winter 1986) – “Tropas mortas conversam (Uma visão após uma emboscada de uma patrulha do Exército Vermelho, perto de Moqor, Afeganistão, inverno de 1986)”, em português – a obra do canadense Jeff Wall não se trata de um flagrante real de um momento surreal. A imagem, que apresenta soldados ensanguentados encarando o horror da própria morte, foi criada em estúdio, com atores, em 1992. Medindo mais de 4 metros de largura, a fotografia é considerada uma crítica à energia destrutiva e insensatez da guerra e é um dos trabalhos mais famosos de Jeff Wall. Ao ser vendida por mais de 3,5 milhões de dólares em um leilão realizado em maio de 2012, se tornou também a fotografia canadense mais cara da história.
2. Sem título #96, de Cindy Sherman (1981)
Foto: Cindy Sherman / Divulgação
Quanto: US$3,89 milhões
Ela novamente. Em 2011, a venda de um dos trabalhos da fotógrafa e cineasta Cindy Sherman por quase 4 milhões de dólares garantiu à obra da artista estadunidense o título temporário de fotografia mais cara do mundo. A quantia, desembolsada pelo também nova-iorquino Philippe Segalot, parece ter sido gasta em boa hora – apenas um ano depois Cindy recebeu uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna, o MoMA, de Nova York, onde foi festejada como uma das mais influentes e importantes artistas contemporâneas.
1. Rhein II, de Andreas Gursky (1999)
Foto: Andreas Gurksky / Divulgação
Quanto: US$ 4,3 milhões
Em 2011, o alemão Andreas Gursky estabeleceu um novo recorde mundial ao ter uma de suas fotografias vendidas em um leilão por mais de 4 milhões de dólares. A imagem do rio Reno, na Alemanha, registrada em 1999, tem dimensões avantajadas (mede 3,5 m x 2 m) e integra uma série de seis fotografias – quatro delas abrigadas em museus como o MoMA, em Nova York, e Tate Modern, em Londres. Andreas, que há mais de um ano matutava sobre a ideia de produzir um registro do curso d’água, removeu digitalmente interferências, como pessoas e prédios, para criar a vista que imaginava. Nas palavras do artista, a fotografia “diz muito utilizando formas mínimas… para mim é uma imagem alegórica sobre o significado da vida e de como as coisas são”. E aí, concorda?
Fonte: Art Sales Index
Parece ser verdade que uma imagem vale mais que mil palavras. Séculos depois da invenção da câmera escura, a fotografia movimenta fortunas antes só dedicadas às pinturas de conceituados artistas. Conheça a história por trás das 10 fotografias mais car
Foto: Domínio público
Quanto: US$2,3 milhões
Ao ser levada à leilão em 2011, as estimativas eram de que a fotografia – um ferrótipo considerado o único registro autêntico do icônico fora da lei Billy the Kid, que morreu aos 21 anos – fosse vendida por cerca de 400 mil dólares. Erraram rude feio: o registro em placa de ferro arrematou mais de 2 milhões. O comprador foi o milionário William Koch, que levou para casa a fotografia pela qual, reza a lenda, Billy pagou 25 centavos em 1880.
10. Billy the Kid, autor desconhecido (1880)
Foto: Domínio público
Quanto: US$2,3 milhões
Ao ser levada à leilão em 2011, as estimativas eram de que a fotografia – um ferrótipo considerado o único registro autêntico do icônico fora da lei Billy the Kid, que morreu aos 21 anos – fosse vendida por cerca de 400 mil dólares. Erraram rude feio: o registro em placa de ferro arrematou mais de 2 milhões. O comprador foi o milionário William Koch, que levou para casa a fotografia pela qual, reza a lenda, Billy pagou 25 centavos em 1880.
9. Sem título #153, de Cindy Sherman (1985)
Foto: Cindy Sherman / Divulgação
Quanto: US$2,7 milhões
Parece a cena de um crime. Mas não se deixe enganar: o corpo imóvel da foto acima segue bastante vivo. Cindy Sherman é a protagonista de grande parte de suas obras. A artista, nascida em Nova York, incorpora frente às câmeras diferentes personagens criadas a partir da profusão de imagens a que temos acesso diariamente, e é amplamente admirada por seu posicionamento questionador sobre a representação midiática da mulher. Não bastasse atuar como modelo e fotógrafa, é ela também a responsável por toda a composição das personagens, da maquiagem à escolha dos figurinos. Não chega a surpreender então que um de seus trabalhos tenha sido arrematado por uma pequena fortuna em um leilão realizado em novembro de 2010.
8. Los Angeles, de Andreas Gursky (1998)
Foto: Andreas Gursky / Divulgação
Valor: US$ 2,9 milhões
Recordista de menções nesta lista, o alemão Andreas Gursky é um dos fotógrafos queridinhos do mundo da arte. “As gigantes e panorâmicas imagens de Gursky – algumas com mais de seis metros – têm a presença, poder formal e, em diversos casos, a aura majestosa das pinturas de paisagens do século 19, sem perder o imediatismo meticulosamente detalhado próprio da fotografia”, escreveu o crítico da revista New Yorker, Calvin Tomkins. Em 2008, a obra arrematada foi Los Angeles, imagem panorâmica da cidade dos anjos que mede mais de 3 metros de largura.
7. The Pond—Moonlight, de Edward Steichen (1904)
Foto: Edward Steichen / Domínio Público
Valor: US$2,9 milhões
Até aquele momento, a venda de uma fotografia nunca havia ultrapassado a marca de 1,4 milhões de dólares. Mas a fortuna paga em 2006 por uma das três cópias de uma obra produzida pelo fotógrafo Edward Steichen parece até razoável. O artista, nascido em Luxemburgo e criado nos Estados Unidos, teve uma carreira marcada por inovações técnicas, dirigiu o Departamento de Fotografia do Museu de Arte Moderna de Nova York e foi um dos primeiros a defender uma revolução estética que considerasse a fotografia um meio de expressão e interpretação e não apenas um meio de registro documental. Além de bela, sua fotografia recordista é pioneira: seus tons são obtidos por meio da autocromia, método anterior à primeira técnica difundida de fotografia em cores.
6. Chicago Board Of Trade III, de Andreas Gursky (1999-2000)
Foto: Andreas Gursky / Divulgação
Valor: US$3,3 milhões
Uma venda milionária parece apropriada para um retrato do centro financeiro mais antigo dos Estados Unidos. Chicago Board of Trade III, que foi a leilão em 26 de julho de 2013, é o mais recente recorde para o currículo do conceituado artista alemão Andreas Gursky. A fotografia, que lança um olhar ao caos do mercado financeiro, faz parte de uma série com outras cinco imagens – e uma delas já havia sido arrematada por 2,3 milhões de dólares.
5. 99 cents II, de Andreas Gursky (2001)
Foto: Andreas Gursky / Divulgação
Valor: US$3,3 milhões
A quantia paga pela fotografia do alemão Andreas Gursky não é impressionante apenas por seu valor absoluto: ao ser arrematada, em 2007, por um comprador anônimo, 99 cents se tornou a primeira fotografia a ser vendida por mais de 3 milhões de dólares. A imagem dupla, com fileiras e mais fileiras de produtos em um supermercado, pode parecer prosaica demais para valer tanta grana. Mas no meio artístico, a obra (que mede mais de 3 metros de largura) é altamente conceituada. “As poderosas fotografias em larga escala de Andreas Gursky rapidamente definiram a maneira como vemos ‘o fetichismo do mundo materialista’ e se tornaram imediatamente parte do vocabulário artístico. (…) Suas fotografias abordam a paisagem pós-capitalista, buscando significantes que definem nossas vidas diárias”, diz o catálogo do leilão. Você levaria para casa?
4. Untitled (Cowboy), de Richard Prince (2001-2002)
Foto: Richard Prince / Divulgação
Valor: US$3,4 milhões
A venda da imagem sem título de um cowboy produzida pelo pintor e fotógrafo estadunidense Richard Prince por mais de 3 milhões de dólares em 2007 foi surpreendente – afinal, são poucas as “refotografias” que conseguem atingir uma marca tão alta. O trabalho de Prince é uma reapropriação: frente às suas câmeras não estava um homem de bota e chapéu, mas sim as páginas de uma revista com os icônicos anúncios dos cigarros Marlboro. Usando uma série de estratégias (como desfoque, cortes e ampliação), o artista intensifica os artifícios das fotos originais, “minando a aparente naturalidade e inevitabilidade das imagens, revelando-as como ficções alucinatórias dos desejos da sociedade”, avaliam os curadores do Metropolitan Museum.
3. Dead Troops Talk, de Jeff Wall (1992)
Foto: Jeff Wall / Divulgação
Quanto: US$3,6 milhões
O título pode causar confusões: apesar do nome completo de Dead Troops Talk (A vision after an ambush of a Red Army patrol, near Moqor, Afghanistan, winter 1986) – “Tropas mortas conversam (Uma visão após uma emboscada de uma patrulha do Exército Vermelho, perto de Moqor, Afeganistão, inverno de 1986)”, em português – a obra do canadense Jeff Wall não se trata de um flagrante real de um momento surreal. A imagem, que apresenta soldados ensanguentados encarando o horror da própria morte, foi criada em estúdio, com atores, em 1992. Medindo mais de 4 metros de largura, a fotografia é considerada uma crítica à energia destrutiva e insensatez da guerra e é um dos trabalhos mais famosos de Jeff Wall. Ao ser vendida por mais de 3,5 milhões de dólares em um leilão realizado em maio de 2012, se tornou também a fotografia canadense mais cara da história.
2. Sem título #96, de Cindy Sherman (1981)
Foto: Cindy Sherman / Divulgação
Quanto: US$3,89 milhões
Ela novamente. Em 2011, a venda de um dos trabalhos da fotógrafa e cineasta Cindy Sherman por quase 4 milhões de dólares garantiu à obra da artista estadunidense o título temporário de fotografia mais cara do mundo. A quantia, desembolsada pelo também nova-iorquino Philippe Segalot, parece ter sido gasta em boa hora – apenas um ano depois Cindy recebeu uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna, o MoMA, de Nova York, onde foi festejada como uma das mais influentes e importantes artistas contemporâneas.
1. Rhein II, de Andreas Gursky (1999)
Foto: Andreas Gurksky / Divulgação
Quanto: US$ 4,3 milhões
Em 2011, o alemão Andreas Gursky estabeleceu um novo recorde mundial ao ter uma de suas fotografias vendidas em um leilão por mais de 4 milhões de dólares. A imagem do rio Reno, na Alemanha, registrada em 1999, tem dimensões avantajadas (mede 3,5 m x 2 m) e integra uma série de seis fotografias – quatro delas abrigadas em museus como o MoMA, em Nova York, e Tate Modern, em Londres. Andreas, que há mais de um ano matutava sobre a ideia de produzir um registro do curso d’água, removeu digitalmente interferências, como pessoas e prédios, para criar a vista que imaginava. Nas palavras do artista, a fotografia “diz muito utilizando formas mínimas… para mim é uma imagem alegórica sobre o significado da vida e de como as coisas são”. E aí, concorda?
Fonte: Art Sales Index
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