sexta-feira, 30 de novembro de 2018
PRESOS NO RIO
Foram presos no Rio de Janeiro:
- Todos os governadores eleitos de 1998 a 2014
- Todos os presidentes da Assembleia Legislativa de 1995 a 2017
- 10 dos 70 deputados estaduais
- 5 dos 6 conselheiros do Tribunal de Contas do Estado
- Procurador-geral do MP Estadual
(Dados do Maurício Santoro).
quinta-feira, 29 de novembro de 2018
TANTA GENTE BOA!
RIO - A prisão do governador Luiz Fernando Pezão dá continuidade a uma marca infeliz na história política do Rio.
Desde 1998, foram presos todos os governadores eleitos para comandar o estado :
Anthony Garotinho, Rosinha Garotinho, Sérgio Cabral e, agora, Pezão.
Assim como todos os presidentes da Assembleia Legislativa de 1995 a 2017 - Sérgio Cabral, Jorge Picciani e Paulo Melo -, 10 dos 70 deputados estaduais, 5 dos 6 conselheiros do Tribunal de Contas do Estado, além do ex-procurador-geral do Ministério Público Estadual, Cláudio Lopes.
ATÉ MACACO JÁ MANDOU NO ELEITOR DO RIO.
Tião era um chimpanzé muito famoso. Nas eleições para prefeito do Rio de Janeiro, em 1988, Tião teve 400 mil votos.
Isso aconteceu quando Marcello Alencar (PSDB/RJ) foi eleito.
Isso aconteceu quando Marcello Alencar (PSDB/RJ) foi eleito.
Se a eleição de Tião fosse de verdade, ele teria ficado em terceiro lugar. Na época, a candidatura do macaco foi lançada por dois jornais feitos pela turma do "Casseta e Planeta".
A campanha teve apoio do deputado Fernando Gabeira (PV/RJ).
Quando Tião morreu, em 1996, aos 33 anos, foi decretado luto oficial no Rio.
Quando Tião morreu, em 1996, aos 33 anos, foi decretado luto oficial no Rio.
POR ESSAS E OUTRAS,PODEMOS VER QUE ESSA IMORALIDADE VEM DE LONGE.
A IGREJA DOS POBRES
Papa sugere vender bens da Igreja para ajudar pobres
O papa Francisco afirmou nesta quinta-feira (29) que o valioso patrimônio cultural
da Igreja Católica deve estar “a serviço dos pobres” e que sua eventual venda
não pode ser vista com “escândalo”.
As declarações estão em uma mensagem aos participantes de um congresso sobre
a gestão dos bens culturais eclesiásticos e a cessão de lugares de culto, realizado pelo
Pontifício Conselho para a Cultura e pela Conferência Episcopal Italiana (CEI).
“Os bens culturais são voltados às atividades de caridade desenvolvidas
pela comunidade eclesiástica. O dever de tutela e conservação dos bens da Igreja,
e em particular dos bens culturais, não tem um valor absoluto, mas em caso de necessidade
devem servir ao bem maior do ser humano e especialmente estar a serviço
dos pobres”, disse o Papa.
Segundo Francisco, a constatação de que muitas igrejas “não são mais necessárias
por falta de fiéis ou padres ou por mudanças na distribuição da população nas cidades
e zonas rurais deve ser vista como um sinal dos tempos que nos convida a uma reflexão
e nos impõe uma adaptação”.
Na mensagem, Jorge Bergoglio ressaltou que a cessão de bens da Igreja “não deve ser
a primeira e única solução”, mas também não pode ser feita sob “escândalo dos fiéis”.
quarta-feira, 28 de novembro de 2018
UMA JOIA ESQUECIDA...
... NO ALENTEJO PORTUGUÊS
OS FRESCOS DE FILIPE DE SANTIAGO EM SAFARA (1723).
A esquecida Capela gótico-manuelina da Comenda, em ruína inexorável nos belíssimos campos de Safara... ou ainda passível de recuperação ?
No ano que findou, uma bem sucedida campanha de restauro operada na igreja matriz de Safara (Moura), com apoio da Câmara Municipal de Moura, permitiu resgatar os frescos barrocos que decoram a tribuna e a nave desse singular templo quinhentista.
Frescos maneiristas, sécs XVI-XVII, da Capela da Coroada, Safara. Os 'retábulos fingidos' das paredes da ousia, com santos e cenas religiosas (Adoração dos Magos, p.ex.), lembra-me algumas coisas de frescos bejenses (Vidigueira, Portel).... o Caetano e o Pestana saberão melhor destrinçar os paralelos técnico-estilísticos dessa oficina provincial activa c. 1600.
Esses frescos (de que só eram visíveis parcos vestígios, já assinalados pelo sempre atento Túlio Espanca) mostram ousadas simulações cenográficas com trechos de arquitecturas fingidas, aparatosos atlantes e colunas pseudo-salomónicas envolvendo cenas religiosas (‘São Miguel e as Almas’ e ‘A Virgem entregando a casula a S. Simão Stock’). Sabemos, pela documentação contabilística da igreja, o nome do artista: chamava-se Filipe de Santiago Neves, era pintor-dourador, fresquista e brutescador, morava em Évora, cidade onde trabalhou entre 1700 e 1732, data da morte (foi ele quem dourou o retábulo do mosteiro da Cartuxa, por exemplo).
Pormenor dos frescos quinto-joaninos da igreja matriz de Safara, por Filipe de Santiago Neves, 1722-1723. Formam uma espécie de altares fingidos com 'palas de altar' simuladas.
Este seguidor dos modelos de António de Oliveira Bernardes interveio na igreja de Safara em 1722-1723, pintando também os brutescos da tribuna e os azulejos fingidos do revestimento. A campanha fresquista de Filipe de Santiago pode agora avaliar-se melhor: se é certo que o desenho e a modelação primam pela dureza, já o sentido cenográfico da decoração é apreciável.
Pormenor da decoração de brutescos da tribuna do retábulo da matriz de Safara, 1722-23.
Estamos perante soluções de Barroco ‘sui generis’, que constituem sempre uma mais-valia dos patrimónios regionais. Assim, esta simpática aldeia sita na Margem Esquerda do Guadiana passa a contar com um novo chamariz turístico-cultural, esperando-se que, com a brevidade que a sua ruína exige, seja também intervencionada e salva a Capela da Coroada, hoje ao abandono, com estrutura gótico-manuelina e frescos do fim do século XVI.
Azulejos da capela-mor da igreja matriz de Safara, 1º terço do séc. XVIII, obra de MANUEL VAZ, um modesto pintor da vila de Serpa, casado com uma irmã de António de Oliveira Bernardes e seu seguidor.
Agradeço a Santiago Macías (cujo trabalho autárquico foi notável), ao escultor António Vidigal, e a Francisco Perfeito Caetano, a recente chamada de atenção para estes muito esquecidos micro-patrimónios, que urge resgatar como prioridade das políticas culturais do Alentejo raiano.
No livro 'A Pintura em Moura. Séculos XVI, XVII e XVIII', meu e de Joaquim Oliveira Caetano (CMM, 1999), revelámos a p. 110 a documentação respeitante a esta campanha fresquista da matriz de Safara.
Vitor Serrão
A MAGISTRATURA VAI PARAR MESMO?
E então temos um presidente do Supremo Tribunal Federal que barganhou aumento salarial como se estivesse no boteco da esquina, num momento de grave crise econômica e empobrecimento visível nas ruas do país. E tem o total desassombro de falar com tranquilidade sobre a barganha, como se o roteiro fosse perfeitamente ético e aceitável. E ainda faz ameaças. Diz o presidente da mais alta corte de justiça do Brasil:
— Isso (o aumento) é resgatar a dignidade da magistratura, do Ministério Público, e a gente não ter que viver com o pires na mão de um auxílio-moradia. Se não tivesse a sanção desse subsídio, o auxílio-moradia ia continuar, vamos jogar francamente. Não adianta querer enfrentar a realidade. A realidade está ali: se cai o auxílio-moradia e não tem subsídio, a magistratura para. Para, acabou. Quem é que vai pôr as pessoas na cadeia? Eles vão se "auto-pôr" na cadeia? Todo poder tem muito poder.
Só lembrando: Dias Toffoli foi também quem afirmou que o golpe militar de 64 não deu início a uma ditadura, mas a um "movimento".
O reajuste do salário dos ministros do STF foi de 16,38%. Com isso, o contracheque dos ministros da Corte passa de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil. Referência para outras carreiras do Judiciário, o aumento provocará um efeito cascata em outras categorias de servidores da União e dos estados. O impacto estimado é de cerca de R$ 4 bilhões ao ano.
"Como parte de um acordo firmado em encontro no Palácio do Jaburu há cerca de duas semanas, do qual participaram o presidente do Supremo, Dias Toffoli, e o ministro Luiz Fux, vice-presidente da Corte, Fux revogou o auxílio-moradia para juízes da forma como é pago hoje . Apesar do acordo, levantamentos da Consultoria de Orçamento do Senado, revelados pelo GLOBO no começo do mês, mostraram que a suspensão do auxílio — no valor de R$ 4.377 — geraria uma economia anual de cerca de R$ 333 milhões aos cofres da União".
Assim, com a barganha (ou seria chantagem?), os cofres públicos economizam R$ 333 milhões do vergonhoso auxílio-moradia dado a uma das categorias com os mais altos salários do país e passa a gastar R$ 4 bilhões ao ano pelo efeito cascata do aumento do salário dos ministros do STF.
Sim, Toffoli, aquele que fraudou a história, tem razão: "Todo poder tem muito poder".
Sandro Gouveia
OLAVO E O CU DE SUA MÃE
A ESTRANHA OBSESSÃO DE OLAVO DE CARVALHO PELO FURICO ALHEIO
LEITOR BISSEXTO de Olavo de Carvalho, eu supunha que o escritor paulista tivesse superado a fase anal do desenvolvimento psicossexual. É aquela que, estabelece certa literatura psicanalítica, encerra-se aos três ou quatro anos de vida. O engano findou quando assisti ao vídeo de sua recente entrevista ao repórter Fred Melo Paiva, da Carta Capital. Ao falar da confiança de Jair Bolsonaro em ações policiais virtuosas, Carvalho provocou: “Isso é fascismo? Fascismo é o cu da sua mãe”.
Depois de uma carreira discreta como jornalista e astrólogo, Carvalho reencarnou na pele de autoproclamado filósofo. Ministrou cursos online para milhares de alunos e colecionou 533 mil seguidores no Facebook. Atribui-se a ele a indicação dos nomes ou a inspiração para a escolha de dois ministros pelo presidente eleito: o da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, e o das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Seria o guru ou o ideólogo mais prestigiado pela família Bolsonaro.
“Ideólogo”, preferiu numa edição a Folha de S. Paulo. Carvalho vituperou: “Atenção, ô chefe da fôia: Ideólogo é o cu da sua mãe”.
Louvaminheiros o cultuam como um pensador. Numa nota repetitiva, ele pronuncia incessantemente o substantivo com uma sílaba e duas letras que o Houaiss enuncia como “orifício na extremidade inferior do intestino grosso, por onde são expelidos os excrementos”.
Lacrador, gracejou: “Em breve só restarão duas religiões no mundo: maconha e cu”.
Interpretou o Brasil, do alto da condição de dono de “uma perspectiva geopolítica mais ampla” e “mais profunda” do que a “de Donald Trump” e “seu secretário de Estado”: “O cu do mundo é aí [o Brasil]”; “e olha que é um cuzão”; “vocês estão que nem aquele sujeito que estava limpando o cu do elefante, e o elefante decidiu sentar, e o cara ficou lá dentro, atolado”.
Negacionista das mudanças climáticas, sofisticou o argumento: “Combustível fóssil é o cu da sua mãe. Não existe combustível fóssil porra nenhuma. Isso é uma farsa, uma palhaçada”.
Confrontado com o pensamento divergente, nocauteou: “Ora, moleque, vai tomar no olho do seu cu”.
Autor de livros “aplaudidos pelas maiores inteligências do mundo”, a confiar em sua declaração à repórter Beatriz Bulla, de O Estado de S. Paulo, Carvalho especulou no passado sobre palavrões: “Segundo entendo, foram inventados precisamente para as situações em que uma resposta delicada seria cumplicidade com o intolerável”.
Seria intolerável um urso que o escritor matou numa caçada aparentemente legal nos Estados Unidos, onde se radicou há 13 anos? Ao lado de um animal abatido, ele disparou: “Fui buscar hoje a minha Henry Big Boy [rifle] cal. 45-70. Pau no cu dos ursos”.
Não trai cumplicidade, e sim receio, ao se referir a contendores políticos: “Os caras vêm com uma piroca deste tamanho e põem no nosso cu”. Uma variante, físico-erótico-estética: “Toda piroca se torna invisível ao entrar no seu cu”.
Carvalho se embrenhou na dialética do fiofó: “Esquerdistas são pessoas que lutam pelo direito de dar o rabo sem ser discriminadas, ao mesmo tempo em que protestam para reclamar que só tomam no cu”.
Assim como a peroração sobre “cumplicidade com o intolerável” se desmancha com o exemplo do urso, o ex-astrólogo que se apresenta como “escritor de envergadura universal” derrapa na aula de história. “Não se pode vencer uma guerra dando o cu”, pontificou. Do além, guerreiros gregos de outrora gargalham com a ignorância do professor.
‘O estado das pregas’
A obsessão pelo furico alheio não é comportamento merecedor de considerações morais, e sim um mistério da alma de Carvalho. Ela a expressa contra os suspeitos de sempre: “Quando um esquerdista brasileiro chama você de fascista, ele não quer dizer que você defendeu alguma ideia fascista. Ele só quer dizer o seguinte: ‘Ai, meu cu’”.
E nas dissensões da confraria reaça, como neste tuíte endereçado ao economista Rodrigo Constantino: “Só não digo que seita fechada é o seu cu porque não averiguei o estado das pregas”.
É o próprio Olavo de Carvalho, 71, quem associa xingamentos e prazer: “A velhice é uma delícia: você não precisa respeitar mais ninguém, pode mandar todo mundo tomar no cu. É uma libertação”.
Esse papo “libertário” já está qualquer coisa? O sábio cultivado por Bolsonaro dá de ombros: “O que essa palavrinha está fazendo aí em cima? Nada de mais. Apenas avisando que só pararei de falar de cus quando pararem de ensinar as criancinhas a dar os seus”.
Até para falar de cu Carvalho apela a palavras sem lastro nos fatos: lições para “criancinhas” darem “os seus” é invencionice.
O ex-militante do Partido Comunista Brasileiro, hoje convertido ao ultradireitismo, proporcionou um discurso mais envernizado a legiões de extremistas de direita semiletrados. Jogada certeira do instrutor com formação autodidata: identificou uma necessidade e saciou-a. Mas não foi mais importante para o desenlace eleitoral do que, numa só menção, Edir Macedo. O que não significa que influencie menos do que o bispo na composição do futuro governo – ocorre o contrário.
O dito filósofo que se pavoneia como portador de “consciência da vida intelectual como ninguém mais tem”, recorre a pressupostos ilusórios para formular sínteses. Ao ouvir o nome da exposição Queermuseu, comentou: “Tava lá a menininha mexendo no pinto do homem”.
Isso, sabidamente, não aconteceu.
Carvalho chuta: “O empresariado brasileiro está vinculado à esquerda há mais de 50 anos”.
Eu penso: que o diga a coalizão, também empresarial, que derrubou Dilma Rousseff.
Relata: “As Farc têm o monopólio praticamente da distribuição de cocaína no Brasil”.
Pobre planeta: foi engambelado, em 2016, pela extinção da anacrônica guerrilha colombiana e sua decisão de depor armas.
Numa de suas satisfações supremas, historiar o jornalismo brasileiro, ensinou: “Durante o governo militar, os esquerdistas já dominavam a mídia inteira. Você não tinha um jornal chefiado por um cara de direita; nenhum”.
Trata-se de impiedosa injustiça com Boris Casoy, que chefiou a Folha durante anos, em plena ditadura. E com tantos outros editores de direita.
Em agosto de 2016, o guru de Bolsonaro concluiu, sobre o então presidente dos EUA: “Hoje em dia acredito mesmo que o Obama é um agente russo plantado na política americana”. Olavo de Carvalho é autor do livro “O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”.
Com alicerce de fantasias, fica fácil erguer catedrais fictícias. Seria como eu alinhavar o balanço futebolístico do Flamengo neste ano considerando-o campeão nacional de 2018. Que tentação.
terça-feira, 27 de novembro de 2018
OBCECADO E PERIGOSO
Magno Malta é processado por associar homem inocentado à pedofilia
Um dos principais aliados do presidente Jair Bolsonaro, o senador Magno Malta (PR-ES) é processado por um ex-detento inocentado. Luiz Alves de Lima, 45 anos, foi preso em abril 2009 acusado de estuprar a própria filha, então com dois anos, e teve a imagem explorada pelo parlamentar, então presidente da CPI da Pedofilia.
A mulher de Luiz, Cleonice Conceição, 32 anos, levou a filha do casal ao hospital para tratar de oxiúro (verme que pode provocar coceira na região genital) e nunca mais retornou. No lugar da companheira, surgiu uma viatura policial: ele estava sendo acusado de ter estuprado a criança, tendo a esposa como cúmplice do crime.
Após três dias encarcerado no Centro de Detenção Provisória de Cariacica (CDPC), no Espírito Santo, Luiz viu Magno Malta aparecer no local “com um batalhão de gente”. O delegado que cuida do caso confirma a visita em relatório: o senador “manifestou-me que, por sentimento pessoal e experiência profissional, entende ser o pai da criança o autor do delito”.
No mesmo mês em que a prisão foi realizada, o parlamentar afirmou, em plenário, que os “os pedófilos desgraçados” estavam com “os dias contados”.
Luiz relatou ter sido torturado na prisão. Perdeu toda a vista no olho direito e tem apenas 25% de visão no esquerdo. Incapacitado pela cegueira parcial, ele processa o senador, o estado e o médico responsável pelo laudo que o acusava de estupro. Ele foi inocentado em todas as instâncias da Justiça pelo caso.
Visita de Magno na prisão
Ao ver a criança com a região genital inflamada, uma médica desconfiou de violência sexual e acionou o Conselho Tutelar. Um médico legista atestou que a garota havia sido violada e tanto Luiz quanto Cleonice foram presos.
Após 42 dias de prisão, a mãe relata ter recebido uma visita de Magno Malta.
“Quando cheguei no presídio, tentei falar para a polícia que tinha vários papéis da neném pra mostrar que ela tava com oxiúro. O Magno falou que, se não acusasse Luiz, nunca mais ia ver minha filha. No momento de desespero cheguei a acusar ele, sim”, conta.
Franz Simon, que atuou como defensor público de Luiz, afirma que o depoimento do antigo cliente “foi atrasado até que aparato da CPI chegasse, ele acabou sendo o bode expiatório”. Posteriormente, outra perita examinou a menina e constatou que o hímen estava intacto. À Justiça o médico responsável pela primeira análise alegaria que o hímen pode se regenerar.
Em setembro de 2018, durante a campanha à reeleição Malta gravou um vídeo afirmando que, “na CPI da Pedofilia, vagabundo, nós perseguimos”. No mesmo mês, o Ministério Público recebeu a notícia-crime contra ele. “Agora, vagabundo ofendido correu para a Justiça. É direito de cada um, não é verdade?”, disse o parlamentar, que acabou não renovando o mandato.
A equipe de comunicação do senador diz que ele não cita nomes no vídeo e que, portanto, não é possível dizer que se trata de Luiz. (Com informações da Folhapress)
BOLSONARO DERROTOU A DIREITA
Bernard-Henri Lévy: “Bolsonaro derrotou mais a direita do que a esquerda”
Filósofo lamenta a "pornografia política" do presidente eleito brasileiro, a quem compara com Nicolás Maduro
"A vitória de Bolsonaro é uma derrota da esquerda, mas é uma derrota muito mais importante da direita. Bolsonaro a devorou. Essa direita liberal, limpa, republicana, que quis construir um país de costas para a ditadura, essa direita é o objetivo principal de Bolsonaro. Ele quer acabar com ela e em parte conseguiu. Hoje ela está fora do jogo."
[...] "Não existe comparação possível entre Lula e Chávez. Mas existe entre Chávez e Bolsonaro, que pertencem à mesma família de líderes: populistas, mentirosos, líderes que não se importam com o seu país. Lula pode ter cometido erros, eu não sei, talvez o saibamos no dia em que for julgado com justiça. Mas, para mim, até agora, era um líder bom e decente para o Brasil, e sua presidência foi um momento honorável na história do país. Bolsonaro e Chávez, ou Bolsonaro e Maduro, têm mais semelhanças entre si do que diferenças."
[...] " O sonho de muitos líderes é acabar com a democracia. Trump, Bolsonaro, [Viktor] Orban na Hungria. Mas nos Estados Unidos estamos vendo até que ponto a democracia é capaz de resistir. O verdadeiro muro americano não é o que Trump quer construir entre os Estados Unidos e o México, mas o que a sociedade civil norte-americana construiu para ele. Trump não é livre para fazer o que quer e está dando cabeçadas na parede. Talvez isso acabe quebrando a cabeça dele, vamos ver. E o que eu desejo para o Brasil é algo parecido, que se revele um muro da democracia e enfrente a vulgaridade, a estupidez e a ausência de ideias."
O EXEMPLO DE JOÃO PESSOA
Habitação de interesse social, subvencionada pela Prefeitura, em centro histórico tombado?
Em João Pessoa tem! Villa Sanhauá, projeto elaborado pelos arquitetos da então Secretaria Municipal de Habitação de João Pessoa: Pascal Machado, Raissa Monteiro, Thais Ferraz e Yuri Duarte.
Entregue há apenas quatro meses, consistiu na restauração das fachadas de 8 sobrados em ruínas no Centro Histórico de João Pessoa, e sua adaptação em 17 apartamentos e 6 espaços comerciais/de serviços.
Os moradores foram selecionados entre artistas e artesãos atuantes no Centro Histórico, com contratos de aluguel de 20 anos por valores como R$ 200,00 por mês por um apartamento duplex de dois quartos.
Exemplo para inspirar outras Prefeituras.
A INVASÃO CHINESA
CHINA DIZ QUE AS ÁGUAS BRASILEIRAS AGORA SÃO CHINESAS E QUASE AFUNDA BARCO BRASILEIRO
Disputa por território de pesca do atum motiva ataque do pesqueiro chinês Chang Rong 4 contra barco Oceano Pesca 1, do RN, que só não afundou porque é novo e feito de aço
Um barco de pesca brasileiro foi atacado por uma embarcação chinesa a 600 quilômetros da costa potiguar, em águas internacionais, nesta quinta-feira (22). E só não afundou porque é novo e feito de aço. O ataque foi motivado pela briga por território de pesca do atum. O Rio Grande do Norte e o Ceará produzem 30 mil toneladas por ano do pescado. Isso rende R$ 600 milhões/ano.
O barco atacado pertence ao empresário Everton Padilha, da empresa Oceano pesca I, que funciona no Rio Grande do Norte. O confronto teria acontecido por volta das 11h30. Ele foi informado pela tripulação por meio de telefone via satélite. O local fica a cerca de 100 milhas de Fernando de Noronha, ao sul.
Everton Padilha contou que sua embarcação estava pescando quando o barco chinês começou a vir para cima. E que pelo rádio e por sinais, os chineses ameaçavam afundar a embarcação brasileira. “Eles foram ameaçados. Os chineses bateram contra o barco e faziam menção de como se fosse cortar a garganta da tripulação. Além disso, arremessaram vários objetos no pessoal”, contou.
Após o ataque, o barco Oceano Pesca I navegou em sentido contrário ao Chang Rong IV, que o atacou. De acordo com Everton Padilha, os chineses ainda ficaram seguindo os brasileiros por um tempo.
O plano era que o pesqueiro do Brasil ficasse no mar até o final deste mês. Agora, por causa do ataque – que teria provocado um dano no casco da embarcação – eles estão retornando ao Rio Grande do Norte. A chegada está prevista para sábado de manhã.
Gabriel Calzavara explicou que esse é o terceiro incidente entre brasileiros e chineses. Mas esta é a primeira vez uma embarcação tenta afundar a outra. Os outros dois teriam ocorrido num período de três meses antes.
Ele afirmou que o caso é um incidente internacional e que o Governo Brasileiro tem de atuar nesse caso. “O comandante ficou dizendo pelo rádio que ia colocar o barco a fundo. Se não fosse feito de aço e novo, teria afundado. Abriu um rombo no casco”, contou.
E acrescentou: “Há uma briga no mar. Uma guerra pelo atum no Atlântico. E o Brasil está incomodando. É a guerra do Atum”, afirmou. Na avaliação dele, o que aconteceu envolvendo um barco potiguar é um incidente internacional para o qual o Governo Brasileiro tem de tomar uma atitude. Segundo ele, é importante que seja garantida a segurança das embarcações brasileiras em alto mar.
De acordo com o site da Comissão de Pesca do Pacífico Ocidental e Central, o barco Chang Rong 4 tem um tripulação composta por 30 membros e foi construído em 1997. De acordo com o site Marine Traffic, que monitora embarcações por satélite, a última localização do barco foi repassada em outubro deste ano.fonte:https://www.naval.com.br/blog/2018/11/23/guerra-do-atum-barco-brasileiro-e-atacado-por-embarcacao-chinesa-em-alto-mar/
EMBAIXADOR DA CHINA EXPLICA O ATAQUE A BARCO DO BRASIL
Segundo o embaixador da China no Brasil Li Jinzhang quem invadir área de pesca Chinesa foi o barco brasileiro Oceano Pesca I; mesmo estando na costa do Brasil já que no Governo Dilma foi assinado um tratado onde o Brasil cedeu por 25 anos parte da costa brasileira para pesca chinesa.
Segundo o embaixador da China no Brasil Li Jinzhang quem invadir área de pesca Chinesa foi o barco brasileiro Oceano Pesca I; mesmo estando na costa do Brasil já que no Governo Dilma foi assinado um tratado onde o Brasil cedeu por 25 anos parte da costa brasileira para pesca chinesa.
segunda-feira, 26 de novembro de 2018
domingo, 25 de novembro de 2018
ESTES SIM, SÃO MÉDICOS!
Jovens e sem bata, estes médicos fizeram uma revolução no Martim Moniz
Há dois anos uma equipa de recém-especialistas criou uma Unidade de Saúde Familiar, na zona de Lisboa onde os médicos não queriam trabalhar, olhando sobretudo para quem mais precisava, os imigrantes e os idosos
T êm entre 31 e 35 anos, não usam batas, para que haja menos uma barreira, não aceitam a entrada de delegados de informação médica, para não perderem tempo nem se deixarem influenciar, comunicam por chat interno, para serem mais eficazes e se conseguirem dedicar melhor ao que estão a fazer e, quando na consulta não conseguem comunicar com quem têm à frente, por barreiras linguísticas, recorrem ao Google Translatee Google Images: escrevem no computador em português e o utente - muitas vezes imigrantes do Bangladesh - responde em bengali, ou tentam explicar-se com imagens. São os nove médicos da Unidade de Saúde Familiar (USF) da Baixa, em pleno Martim Moniz, na freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa.
"No início foi uma pequena revolução", explica um deles, Tiago Lopes. Eram quatro médicos acabados de sair do internato, recém-especialistas de medicina geral e familiar. Foram eles quem, com a restante equipa de enfermeiros e administrativos, fundou a Unidade de Saúde Familiar (USF) da Baixa, à qual pertencem hoje cerca de 15 mil utentes, de zonas como Alfama, Castelo, ou Mouraria, com uma população fortemente idosa, e, por outro lado, aproximadamente um terço de imigrantes.
Antes da USF abrir portas no Martim Moniz, há dois anos, feitos no passado sábado dia 17, o grupo ainda esteve na rua de São Nicolau, na antiga Unidade de Cuidados Personalizados. Era um prédio velho com hostels em cima e em baixo, onde por vezes a eletricidade falhava e a entrada não estava preparada para pessoas com mobilidade reduzida.
Sonharam juntos esta USF. "Pegávamos em toalhas, sandes, cervejas, e íamos para o jardim. Reunimos bastante um mês antes para definir regras, discutir ideias..." recorda Tiago Lopes.
"Aqueles médicos de fraldas"
Martino Gliozzi, médico italiano que veio para Portugal fazer o internato, é o coordenador da USF e, claro, lembra-se bem desses tempos. Se não lhe tivessem proposto coordenar esta unidade, teria saído da Europa. Era esse o seu plano, continuar o trabalho como aquele que fez em Moçambique, na Tanzânia ou no Brasil; ali, durante um mês esteve na Rocinha, favela do Rio de Janeiro de onde agora chegam à USF da Baixa alguns jovens médicos, sob programas de intercâmbio como o Family Medicine 360º (FM360º) e Intercâmbio Hippokrates.
Se calhar era preciso ser um bocadinho louco, porque era um centro de saúde onde ninguém queria trabalhar.
"Se calhar era preciso ser um bocadinho louco, porque era um centro de saúde onde ninguém queria trabalhar. São bairros que antigamente eram considerados complicados e os médicos não queriam vir para cá. É uma população com problemas sociais e económicos, desemprego, alcoolismo, violência doméstica... E a imigração exigia uma grande capacidade de adaptação, para conhecer as culturas, falar inglês... Nem toda a gente está disposta. Talvez o facto de eu ser estrangeiro possa ter ajudado a pensarem em mim", recorda ao DN o médico.
Houve quem lhes torcesse o nariz quando chegaram. "Chegaram a chamar-nos 'aqueles médicos de fraldas'", lembra Ana Cebola, outro dos quatro elementos iniciais, que fez todo o curso de Medicina em Espanha, e que só regressou a Portugal por causa deste projeto.
"No início foi um bocado complicado. Principalmente na população idosa: 'Chegam médicos novos e mudam tudo. Isto agora é uma rebaldaria.' Também não foi bem aceite pelos delegados e por alguns médicos", conta Tiago Lopes. Mas depressa as coisas mudaram. Que o diga Rui Almeida, segurança.
"Eles têm um ideal. Fossem todos como eles...", diz, interrompendo para dar indicações a um homem e uma mulher chineses que lhe pediram indicações sobre o atendimento. Os utentes falam muito com ele. "Contam-me com foram as consultas, pedem opiniões... Desde que eles [médicos] estão cá a medicação que os utentes tomam é muito menor." O segurança conta ainda que os utentes "aprenderam a respeitá-los".
Sem filas à porta
Uma das mudanças mais claras foi o facto de terem deixado de existir longas filas à porta da unidade logo às 8.00, hora da sua abertura. As vagas do dia deixaram de ser acessíveis apenas de manhã e tornaram-se flexíveis e alargadas ao dia todo, até às 20.00, hora de encerramento da USF. O planeamento familiar, a saúde materna e infantil, e as visitas domiciliárias começaram a acontecer de forma organizada. "As pessoas sabem que estamos preocupadas com elas. A idade tem um impacto, mas até pode ser uma mais-valia. Às vezes para as tranquilizar digo: 'Vou estar com vocês aqui a minha vida toda.'"
É um dia normal na USF da Baixa. Chegam mães com pequeníssimos bebés. Outras, com duas crianças, esperam para entrar nos consultórios. No seu, Tiago Lopes tem uma frase atribuída a Oscar Wilde: "A melhor maneira de tornar as crianças boas é fazê-las felizes." À entrada, diz a um dos miúdos: "Prazer, eu sou o Tiago."
Mais tarde, é Maria Rosa Fernandes que está à sua frente. As questões de saúde misturam-se, aqui e ali, com um pormenor da sua vida. E nem por acaso, quando abre a carteira à procura de alguns papéis que lhe deram no hospital, aparecem vários rostos queridos, em pequenas fotografias de passe que ali guarda.
Posso pôr: 'Hipertensão, diabetes, cancro na próstata, despejo, desemprego, ou insuficiência económica. É a minha maneira de ver a medicina. Estas coisas têm um grande impacto na saúde.
Martino Gliozzi, no piso de baixo, recebe Mohammed Salim Ahmed, do Bangladesh. Fala português e não inglês e é parco em palavras. Sobre a USF diz: "Tudo bem, graças a Deus." As filhas nasceram em Espanha, onde antes esteve a trabalhar. Agora, toda a família é seguida ali.
As questões sociais atrás da saúde
Martino Gliozzi diz aos seus utentes, meio a sério meio a brincar, que estará lá a vida toda, mas tal não é certo para todos os que tem do outro lado. Existem, sobretudo nos idosos, questões clínicas que têm por trás termos que nada têm de clínico: despejo e pressão imobiliária, que criam problemas como ansiedade ou depressão.
"Eu - e outros médicos também - estou a registar de maneira metódica todas as pessoas que estão a ser despejadas ou têm ameaça de despejo. Tenho uma pequena história de cada um deles. Posso pôr: 'Hipertensão, diabetes, cancro na próstata, despejo, desemprego, ou insuficiência económica. É a minha maneira de ver a medicina. Estas coisas têm um grande impacto na saúde. Uma pessoa que é ameaçada de despejo com 70 ou 80 anos vai aumentar o isolamento, vai ter dificuldade em gerir a medicação", afirma Martino Gliozzi.
Outra das questões sociais mais presentes na zona abrangida pela USF da Baixa é o isolamento dos imigrantes. "Um clássico aqui é a consulta a um homem de 30 anos do Bangladesh sozinho, com depressão", explica o médico, que lembra que é muito comum chegar primeiro a Portugal o homem sozinho, para se legalizar e encontrar trabalho e só então procura constituir família ou, se tiver deixado família no país de origem, trazê-la. "Há muitos imigrantes que ficam imensamente agradecidos porque estamos a ouvi-los e porque falamos inglês."
Foi para eles, e para melhorar os seus cuidados de saúde, que foi criado também o Bengalisboa Community Health Project, para o qual a ponte com a comunidade foi feita através do do Centro Islâmico do Bangladesh (Mesquita Baitul Mukarram).
As histórias sucedem-se. O coordenador da USF conta que algumas das que mais o marcaram têm que ver com episódios de violência, nomeadamente violência sexual, e que alguns utentes seus conseguiram pela primeira vez contar-lhe as suas experiências, mesmo que antigas, e refazer as suas vidas depois disso.
É para casos com um fundo como este que existe a Prescrição Social, ideia importada de Londres, cidade onde Cristiano Figueiredo, outro dos médicos da unidade, fez um intercâmbio. A Prescrição Social, que conta um ano na USF da Baixa, é aplicada quando, por exemplo, um médico percebe que o seu utente o procura apenas para conversar, porque está sozinho, ou que enfrenta dificuldades económicas que o impedem de se alimentar suficientemente.
"É uma ação concertada para resposta a situações clínicas que por trás têm problemas ou fragilidades sociais. São respostas internas e externas, da comunidade. Aqui temos a junta de Freguesia, a Santa Casa [da Misericórdia], a Associação Mais Proximidade Melhor Vida, a Renovar a Mouraria..." diz a assistente social Andreia Coelho, que faz a articulação entre o médico e a resposta adequada ao problema social, com a possibilidade de receber retorno em relação à forma como o utente está a ser acompanhado.
Outra das marcas desta USF é o programa Walk With a Doc, importado dos Estados Unidos. Todas as últimas quartas-feiras do mês há um passeio por Lisboa de cerca de uma hora, antecedido por uma pequena palestra dada na USF por um médico ou enfermeiro acerca de um tema ligado à saúde. No próximo, Martino Gliozzi falará da violência doméstica. "É uma temática muito complicada. Temos muitos idosos e até homens que são vítimas de violência doméstica. O caso típico é o homem que bate na mulher, mas não é só isso, é muito mais", diz.
No dia em que visitamos a unidade, a enfermeira Sara Ramos, que faz parte da micro-equipa de Martino Gliozzi (cada médico tem o seu enfermeiro, e idealmente o seu administrativo, embora nesta momento só existam quatro), não para. Ora muda o penso a um utente do Bangladesh, ora dá uma vacina a um outro, chinês, que não falava nem inglês nem português. "Falámos praticamente por gestos", adianta.
Especialista em saúde materna, a enfermeira dirige um grupo de grávidas desde que percebeu que as consultas de saúde materna contavam sobretudo com imigrantes e que muitas estavam bastante isoladas e dependentes dos maridos. Ao programa de técnicas de alívio da dor ou da promoção da atividade física, por exemplo, aliam o conhecimento dos recursos comunitários. "Quando fizemos uma caminhada aproveitámos para informar dos transportes para a MAC [Maternidade Alfredo da Costa]."
Ao acompanhamento das grávidas acrescem as visitas domiciliárias depois de o bebé nascer e as conversas para pais, com temas que vão da amamentação à alimentação. No Bangladesh e no Nepal, por exemplo, os bebés não comem sopas, põe-se também a questão da carne halal, por exemplo, explica a enfermeira. Com um workshop como aquele que fizeram de sopas e papas biológicas, os novos pais podem, pelo menos, perceber que quantidades devem dar aos seus filhos, mesmo que não queiram adaptar a sua alimentação àquela que aqui habitualmente se pratica.
Dois dos três filhos de Shakira, que há sete anos chegou vinda do Bangladesh ao Martim Moniz, nasceram cá. Pergunta se podemos falar em inglês. Só agora começou a ter aulas de português. O marido trabalha numa loja, ela está em casa com as crianças. Conversamos a correr, com as crianças, elas sim, realmente a correr mais à frente entre caixas de armazém de uma loja. "Os novos médicos estão muito bem. Tratam muito bem de nós. Tudo é melhor aqui. Qualquer problema com as crianças venho aqui ou às urgências da Estefânia. Quero ficar cá."
Outra parte importante das visitas domiciliárias da equipa da USF da Baixa são os idosos."Quando chego, muitas vezes já não sou a enfermeira, sou a Sarinha ou a Sara. Penso mesmo que sou a comunicação que têm com o exterior. Muitos não saem, muitos não querem sair, já têm hábitos muito marcados. Veem televisão e discutem comigo algumas notícias", conta Sara Ramos.
Assinar:
Postagens (Atom)