Loja de canabis em Cracóvia, Polônia Foto: NurPhoto / Getty Images
A indústria da cannabis legal já é uma realidade. Até pouco mais de um ano atrás, o pequeno Uruguai deixou de ser uma exceção solitária destoando do mundo – o único país onde a produção e o uso adulto da maconha era permitido –, quando o Canadá, décima economia da Terra, legalizou. E o uso medicinal já é fato consumado na maior parte do mundo desenvolvido – incluindo 21 dos 28 países da União Europeia e 33 dos 50 estados americanos. Mas é em 2020 que a legalização da maconha vai desaguar no mainstream – e a indústria global vai ganhar escala.
Em 2020, espera-se que a diminuta lista de países que já legalizaram comece a crescer. A Nova Zelândia vai fazer um plebiscito para decidir o que fazer e algumas pesquisas apontam um apoio de 60% para a legalização. Luxemburgo já anunciou planos de regulamentar o mercado. No México, depois de decisões da Justiça a favor do direito constitucional de plantar e usar a planta, espera-se que a regulamentação venha logo. Decisões semelhantes na Justiça apontam também para a legalização em países como a Itália e a África do Sul.
Mas grande parte da mudança global este ano deve acontecer nos Estados Unidos, mais uma vez. O país mais poderoso do mundo já permite a 90% de sua população algum acesso à cannabis – ao menos medicinal – e onze estados já regulamentaram a venda a qualquer adulto com uma carteira de identidade ou de motorista, inclusive o mais populoso deles, a Califórnia, onde vive mais gente que no Canadá. Este mês, o Illinois deve se tornar o décimo-segundo. Como vem acontecendo a cada eleição americana, espera-se para novembro de 2020 mais uma leva de estados legalizando tanto o uso adulto quanto o medicinal.
Parece provável que esta leva seja a maior até hoje. Afinal, o apoio à regulamentação da cannabis nos Estados Unidos nunca foi tão alto: 90% dos americanos são a favor da legalização do uso medicinal, e dois terços da população apoiam a legalização do chamado uso recreativo. Mesmo entre os republicanos, que são a direita americana, o apoio já bateu em 55%. Com isso, há analistas prevendo que iniciativas pró-legalização propostas por cidadãos virem lei no Arizona, Missouri, na Flórida e nas Dakotas do Sul e do Norte. Além disso, cinco governos pró-legalização do nordeste do país – Nova York, Connecticut, Rhode Island, Nova Jersey e Pensilvânia – estão juntos criando uma regulamentação unificada para legalizar a planta.
Assunto a ser tratado sem esteriótipos
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