O fechamento do colégio Odorico Tavares pelo governo da Bahia, com a desculpa de fechar uma escola em bairro nobre para abrir outras em comunidades pobres - mantendo os alunos perto de suas casas e bem longe do metro quadrado mais caro de Salvador - mostra como a educação é um fracasso no ciclo petista iniciado em 2007. E pra comprovar esse fracasso é só comparar com nossos vizinhos nordestinos: em Pernambuco e no Ceará, os governos de outros setores da esquerda chegaram ao poder no mesmo ano que o PT na Bahia e os resultados são muito diferentes. A avaliação do IDEB de Pernambuco (do PSB de Eduardo Campos) saiu de 2,7 em 2007 para 4,0 em 2017; a do Ceará (do grupo de Cid e Ciro Gomes) saiu de 2,8 em 2007 para 4,1 em 2017. E o Maranhão, em apenas 4 anos de governo de Flávio Dino (PC do B), saiu da 5a pior nota do Nordeste para 3a melhor (3,4) da região, superando a Bahia (que tem a pior nota do Nordeste). A nota da Bahia em 2017 foi 3, exatamente a mesma de 2007 que, na época, nos colocava com uma avaliação melhor do que Ceará, Pernambuco e Maranhão. Os dados são do IDEB e estão disponíveis no site do INEP, do MEC e em diversas matérias nos mais diversos sites.
Os números e fatos, infelizmente, são esses.
Victor Mascarenhas
WEBLOG O SACY PERERÉ
Em 26 de janeiro de 2010, publicamos a seguinte postagem:
O Colégio Odorico Tavares está na UTI?
Menandro Ramos
Prof. da FACED/UFBA
Prof. da FACED/UFBA
Eu de férias e o Saci querendo saber se o Colégio Odorico Tavares está mesmo na UTI… Pode um negócio desse?
Decidi, neste verão, não ler jornal, livro, revista, bula de remédio, e-mail, twitter ou qualquer outro texto com mais de dez palavras. Pra dizer a verdade, o que tenho lido, mesmo, é a data de validade dessas porcarias enlatadas e ensacadas que a gente é forçado a comer em beira de estrada, por falta de melhor opção. Quem viaja sabe como é isso.
Mesmo sem querer quebrar o meu propósito, resolvi escrever uns três parágrafos para responder sucintamente ao Saci, considerando que, tranquilamente, poderia escrever algo, sem me dar ao trabalho de ler o meu próprio escrito, o que me deixou mais aliviado… Se eu escrever besteira, então, que o (a) leitor (a) me perdoe.
Assim, objetivamente, sobre o que o Saci me perguntou, vou ser curto e grosso: não sei mais do que todo mundo já sabe, ou seja, que a política da Secretaria de Educação em relação ao Colégio Odorico Tavares está pra lá de misteriosa. E bota misteriosa nisso. É só o que tenho a dizer. Nada mais. Juro que isso é tudo o que sei…
…Além de que, já ia esquecendo o que me contaram, o Odorico Tavares tem uma excelente infraestrutura, dispondo de trinta salas de aula, laboratórios de ciências e tecnologias, quadras poliesportivas, bibliotecas especializadas, anfiteatro, lanchonetes, consultório odontológico, equipamentos multimídias em todas as salas de aulas… Sei também que o colégio conta com um competente e amplo quadro de professores especialistas em diversas áreas, mestres e doutores, e de pessoal técnico especializado desenvolvendo um trabalho reconhecido de excelência. Isso é tudo o que sei.
Claro que é de intrigar mesmo – não resta a menor dúvida -, que a SEC/BA resolva acabar, sem maiores explicações, com as aulas do turno vespertino e noturno, do referido colégio, segundo o que se comenta, apesar da grande demanda de alunos. Isso eu soube também, mas muito por alto. Por Deus, não sei um milímetro a mais do que isso.
O resto, acredito, é mera especulação – tão antiga e temida quanto as maldades do mundo -, que, aliás, não pode ser creditada, salvo melhor juízo, como sendo do desejo e da responsabilidade do três em um secretário-economista-administrador ou dos seus devotados técnicos.
Não é de hoje que ouço falar que o Colégio Odorico Tavares está com os seus dias contados. As razões apresentadas são as mais diversas: uns dizem que o fato de o colégio situar-se na valorizada área chique da Vitória, fragiliza-o sobremaneira, pois é sempre alvo da especulação imobiliária, principalmente se o governo de plantão flerta com o pensamento neoliberal; outros dizem que as fardas dos colégios públicos enfeiam o corredor turístico repleto de museus, hoteis e outros points sofisticados que os gringos adoram curtir – sem falar no medo que os jovens estudantes, na sua maioria oriundos das classes economicamente despossuídas, despertam nos endinheirados… Já ouvi até quem dissesse que o problema maior era a sirene do colégio, que impedia a sua vizinhança grã-fina de dormir até as 10 da manhã ou de gozar, após o almoço, de uma justa e merecida sesta…
Mas tudo isso, acredito, não passa de delírios dos teóricos da conspiração… Até porque, pelo que tenho visto nas propagandas, o atual governo não quer outra coisa senão poder… poder… como digo… amar a Bahia (ainda que, volta e meia, a oposição saudosista o acuse de plágio…), talvez até bem mais do que o nada saudoso carlismo amou.
Assim, dessa lonjura onde me encontro, praticamente sem internet, mas nem por isso infeliz, quero dizer ao Saci e aos leitores do seu visitadíssimo blog, que eu não faço a menor ideia de como anda a saúde do Colégio Odorico Tavares, bem como a de outros colégios públicos da rede estadual. Ainda que a almeje sempre excelente e confie no espírito de luta dos seus valorosos alunos, professores e demais funcionários para enfrentar quaisquer que sejam os golpes, venham de onde vier…
No mais, é desejar, ainda, que o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia – APLB, cumpra o seu papel e jamais trilhe pelos labirintos que a nossa melancólica APUB chafurdou-se.
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