Casa ecológica na Bahia segue a metodologia da arquitetura orgânica
Essa casa ecológica na Bahia foi desenhada com a metodologia da arquitetura orgânica e está localizada em uma fazenda que segue os princípios sustentáveis.
O foco deste trabalho foi unir a arquitetura orgânica a soluções de baixo impacto na construção civil, concretizando o sonho de uma família de construir uma moradia que respeite o ser humano e todo o meio ambiente do entorno.
Projetada para um casal com dois filhos, o desenho da casa foi dividido em duas áreas bem definidas e separadas: pública e privadas, ligadas por um hall de entrada.
A área pública é um espaço aberto, atendendo às necessidades da família com uma vida social bastante ativa; onde está a cozinha, hall e sala de jantar.
Pensando na integração com a natureza, foram projetadas varandas espaçosas que conectam com uma bela vista para a floresta, e o jardim está localizado para aproveitar ao máximo o sol, satisfazendo a demanda dos pais de quererem acompanhar de dentro de casa as crianças brincando lá fora
Escolha de Materiais
As escolhas de materiais e técnicas utilizadas seguem princípios sustentáveis, desde a chegada dos insumos até os resíduos da obra.
Boa parte do madeiramento da casa foi obtido de material demolido, e o restante através do manejo de árvores caídas dentro da propriedade, respeitando a legislação ambiental neste quesito.
Outra escolha de material sustentável foi o uso de bambu Guadua nas colunas e vigas do telhado, trazendo singular beleza e leveza para suportar a carga exercida pelo teto verde.
As paredes da casa ecológica de hiperadobe junto com o telhado verde criaram uma considerável massa térmica na casa, permitindo que permaneça fresca no verão.
As paredes são mistas entre hiperadobe (terra compactada) – além de ser elemento estrutural e térmico, facilitou as formas curvas da casa – e tijolos de solo-cimento, comprados de uma pequena fábrica familiar, fortalecendo a economia local.
A execução do projeto permitiu também a capacitação de bioconstrução da equipe local.
As paredes de terra crua, rebocos e tintas de argila permitem manter o nível de umidade mais adequado para saúde do ser humano.
Confira as vantagens da construção com terra
A estrutura de bambu e madeira são do próprio local. Projetada com colmos de bambu tratado da espécie Guadua Angustifolia com diâmetro externo de 12cm e parede de 20mm para aguentar os dois tetos vivos, sendo um com cerca de 122,00 m2 e outro com 132,00 m2.
O desafio foi descobrir qual o vão máximo que poderia ser adotado pelos elementos estruturais destes telhados .
Apesar da norma técnica de construção com bambu estar em trâmite junto à ABNT, até o presente momento não temos nenhuma rotina de cálculo em vigência, por isso os cálculos foram baseados na norma peruana (diseño y construcción con bambu) e feito um paralelo com a NBR 7190 (projeto de estruturas de madeira), através de uma adaptação das análises de Estado Limite Último e Estado Limite de Serviço.
Ao fim, o resultado permitiu que a obra tivesse uma estrutura mais enxuta e segura.
Telhado Verde
O Teto verde é uma técnica que permite transformar a cobertura da casa em um lindo jardim, diminuindo a área de impermeabilização da residência que está situada próxima a uma área de proteção ambiental. Sendo outra vantagem deste tipo de telhado diminuir o aquecimento e perda de umidade na localidade, auxiliando a manter temperatura agradável da casa.
O desenho do telhado verde com um espaço aberto permite a iluminação e ventilação natural em toda casa.
Todo o telhado da casa ecológica capta as águas da chuva, sendo conduzida e armazenada em uma cisterna de 40 mil litros, reutilizada para irrigação do próprio jardim do telhado e do sistema agroflorestal implantado no lote.
Energia
O aquecimento da água de banho foi feito com coletores solares e armazenada em um boiler, diminuindo significativamente o consumo de energia elétrica.
Dispensando o chuveiro elétrico foi possível fazer a charmosa ducha com raízes (rizoma) de bambu no banheiro do casal.
Casa ecológica na Bahia segue a metodologia da arquitetura orgânica
19/02/2018 por Redação SustentArqui
Essa casa ecológica na Bahia foi desenhada com a metodologia da arquitetura orgânica e está localizada em uma fazenda que segue os princípios sustentáveis.
O foco deste trabalho foi unir a arquitetura orgânica a soluções de baixo impacto na construção civil, concretizando o sonho de uma família de construir uma moradia que respeite o ser humano e todo o meio ambiente do entorno.
Projetada para um casal com dois filhos, o desenho da casa foi dividido em duas áreas bem definidas e separadas: pública e privadas, ligadas por um hall de entrada.
A área pública é um espaço aberto, atendendo às necessidades da família com uma vida social bastante ativa; onde está a cozinha, hall e sala de jantar.
Pensando na integração com a natureza, foram projetadas varandas espaçosas que conectam com uma bela vista para a floresta, e o jardim está localizado para aproveitar ao máximo o sol, satisfazendo a demanda dos pais de quererem acompanhar de dentro de casa as crianças brincando lá fora.
Escolha de Materiais
As escolhas de materiais e técnicas utilizadas seguem princípios sustentáveis, desde a chegada dos insumos até os resíduos da obra.
Boa parte do madeiramento da casa foi obtido de material demolido, e o restante através do manejo de árvores caídas dentro da propriedade, respeitando a legislação ambiental neste quesito.
Outra escolha de material sustentável foi o uso de bambu Guadua nas colunas e vigas do telhado, trazendo singular beleza e leveza para suportar a carga exercida pelo teto verde.
As paredes da casa ecológica de hiperadobe junto com o telhado verde criaram uma considerável massa térmica na casa, permitindo que permaneça fresca no verão.
As paredes são mistas entre hiperadobe (terra compactada) – além de ser elemento estrutural e térmico, facilitou as formas curvas da casa – e tijolos de solo-cimento, comprados de uma pequena fábrica familiar, fortalecendo a economia local.
A execução do projeto permitiu também a capacitação de bioconstrução da equipe local.
As paredes de terra crua, rebocos e tintas de argila permitem manter o nível de umidade mais adequado para saúde do ser humano.
Confira as vantagens da construção com terra
A estrutura de bambu e madeira são do próprio local. Projetada com colmos de bambu tratado da espécie Guadua Angustifolia com diâmetro externo de 12cm e parede de 20mm para aguentar os dois tetos vivos, sendo um com cerca de 122,00 m2 e outro com 132,00 m2.
O desafio foi descobrir qual o vão máximo que poderia ser adotado pelos elementos estruturais destes telhados .
Apesar da norma técnica de construção com bambu estar em trâmite junto à ABNT, até o presente momento não temos nenhuma rotina de cálculo em vigência, por isso os cálculos foram baseados na norma peruana (diseño y construcción con bambu) e feito um paralelo com a NBR 7190 (projeto de estruturas de madeira), através de uma adaptação das análises de Estado Limite Último e Estado Limite de Serviço.
Ao fim, o resultado permitiu que a obra tivesse uma estrutura mais enxuta e segura.
Telhado Verde
O Teto verde é uma técnica que permite transformar a cobertura da casa em um lindo jardim, diminuindo a área de impermeabilização da residência que está situada próxima a uma área de proteção ambiental. Sendo outra vantagem deste tipo de telhado diminuir o aquecimento e perda de umidade na localidade, auxiliando a manter temperatura agradável da casa.
O desenho do telhado verde com um espaço aberto permite a iluminação e ventilação natural em toda casa.
Todo o telhado da casa ecológica capta as águas da chuva, sendo conduzida e armazenada em uma cisterna de 40 mil litros, reutilizada para irrigação do próprio jardim do telhado e do sistema agroflorestal implantado no lote.
Energia
O aquecimento da água de banho foi feito com coletores solares e armazenada em um boiler, diminuindo significativamente o consumo de energia elétrica.
Dispensando o chuveiro elétrico foi possível fazer a charmosa ducha com raízes (rizoma) de bambu no banheiro do casal.
Gestão da água
O tema dos cuidados com a água foi central no modelo construtivo da casa ecológica. Por isso ás águas geradas em esgoto foram divididas em dois sistemas.
O tratamento das águas cinzas é feito com círculos de bananeiras e as águas servidas dos vasos sanitários vão para uma fossa de evapotranspiração integrando com o desenho permacultural de terreno.
A água utilizada para descarga é destinada para uma bacia de evapo transpiração, método que não permite a infiltração do esgoto para o solo já que o tanque receptor é impermeabilizado, sendo filtrada e absorvida por bananeiras na superfície que vai consumir e evaporar a água por suas grandes folhas, e ainda gera alimento perfeitamente comestível.
Já ás águas cinzas (banhos, pias e tanques) são destinadas a dois ciclos de bananeiras, passando antes por pequenos biodigestores.
O ponto chave destes dois métodos de tratamento, é que boa parte da água é evaporada, entrando no ciclo das águas de chuva, restabelecendo todo sistema novamente, sem falar nas bananas docinhas que eles geram.
Paisagismo Sustentável
O território do Litoral Sul da Bahia onde está localizada a casa ecológica destaca-se pela sua altíssima biodiversidade. A Floresta Atlântica aí situada é referida como um contínuo de distribuição de espécies de árvores estratificada e tem uma das mais importantes e ameaçadas biota de floresta tropical do mundo.
Nesse contexto, ações de Restauração Florestal foram realizadas para reverter o quadro de degradação resultante de empreendimentos impactantes nessas paisagens.
O projeto de paisagismo para o terreno, de 6.000m², foi pensado como um modelo para promover os processos ecológicos em escala local e de paisagem.
Casa ecológica na Bahia segue a metodologia da arquitetura orgânica
19/02/2018 por Redação SustentArqui
Essa casa ecológica na Bahia foi desenhada com a metodologia da arquitetura orgânica e está localizada em uma fazenda que segue os princípios sustentáveis.
O foco deste trabalho foi unir a arquitetura orgânica a soluções de baixo impacto na construção civil, concretizando o sonho de uma família de construir uma moradia que respeite o ser humano e todo o meio ambiente do entorno.
Projetada para um casal com dois filhos, o desenho da casa foi dividido em duas áreas bem definidas e separadas: pública e privadas, ligadas por um hall de entrada.
A área pública é um espaço aberto, atendendo às necessidades da família com uma vida social bastante ativa; onde está a cozinha, hall e sala de jantar.
Pensando na integração com a natureza, foram projetadas varandas espaçosas que conectam com uma bela vista para a floresta, e o jardim está localizado para aproveitar ao máximo o sol, satisfazendo a demanda dos pais de quererem acompanhar de dentro de casa as crianças brincando lá fora.
Escolha de Materiais
As escolhas de materiais e técnicas utilizadas seguem princípios sustentáveis, desde a chegada dos insumos até os resíduos da obra.
Boa parte do madeiramento da casa foi obtido de material demolido, e o restante através do manejo de árvores caídas dentro da propriedade, respeitando a legislação ambiental neste quesito.
Outra escolha de material sustentável foi o uso de bambu Guadua nas colunas e vigas do telhado, trazendo singular beleza e leveza para suportar a carga exercida pelo teto verde.
As paredes da casa ecológica de hiperadobe junto com o telhado verde criaram uma considerável massa térmica na casa, permitindo que permaneça fresca no verão.
As paredes são mistas entre hiperadobe (terra compactada) – além de ser elemento estrutural e térmico, facilitou as formas curvas da casa – e tijolos de solo-cimento, comprados de uma pequena fábrica familiar, fortalecendo a economia local.
A execução do projeto permitiu também a capacitação de bioconstrução da equipe local.
As paredes de terra crua, rebocos e tintas de argila permitem manter o nível de umidade mais adequado para saúde do ser humano.
Confira as vantagens da construção com terra
A estrutura de bambu e madeira são do próprio local. Projetada com colmos de bambu tratado da espécie Guadua Angustifolia com diâmetro externo de 12cm e parede de 20mm para aguentar os dois tetos vivos, sendo um com cerca de 122,00 m2 e outro com 132,00 m2.
O desafio foi descobrir qual o vão máximo que poderia ser adotado pelos elementos estruturais destes telhados .
Apesar da norma técnica de construção com bambu estar em trâmite junto à ABNT, até o presente momento não temos nenhuma rotina de cálculo em vigência, por isso os cálculos foram baseados na norma peruana (diseño y construcción con bambu) e feito um paralelo com a NBR 7190 (projeto de estruturas de madeira), através de uma adaptação das análises de Estado Limite Último e Estado Limite de Serviço.
Ao fim, o resultado permitiu que a obra tivesse uma estrutura mais enxuta e segura.
Telhado Verde
O Teto verde é uma técnica que permite transformar a cobertura da casa em um lindo jardim, diminuindo a área de impermeabilização da residência que está situada próxima a uma área de proteção ambiental. Sendo outra vantagem deste tipo de telhado diminuir o aquecimento e perda de umidade na localidade, auxiliando a manter temperatura agradável da casa.
O desenho do telhado verde com um espaço aberto permite a iluminação e ventilação natural em toda casa.
Todo o telhado da casa ecológica capta as águas da chuva, sendo conduzida e armazenada em uma cisterna de 40 mil litros, reutilizada para irrigação do próprio jardim do telhado e do sistema agroflorestal implantado no lote.
Energia
O aquecimento da água de banho foi feito com coletores solares e armazenada em um boiler, diminuindo significativamente o consumo de energia elétrica.
Dispensando o chuveiro elétrico foi possível fazer a charmosa ducha com raízes (rizoma) de bambu no banheiro do casal.
Gestão da água
O tema dos cuidados com a água foi central no modelo construtivo da casa ecológica. Por isso ás águas geradas em esgoto foram divididas em dois sistemas.
O tratamento das águas cinzas é feito com círculos de bananeiras e as águas servidas dos vasos sanitários vão para uma fossa de evapotranspiração integrando com o desenho permacultural de terreno.
A água utilizada para descarga é destinada para uma bacia de evapo transpiração, método que não permite a infiltração do esgoto para o solo já que o tanque receptor é impermeabilizado, sendo filtrada e absorvida por bananeiras na superfície que vai consumir e evaporar a água por suas grandes folhas, e ainda gera alimento perfeitamente comestível.
Já ás águas cinzas (banhos, pias e tanques) são destinadas a dois ciclos de bananeiras, passando antes por pequenos biodigestores.
O ponto chave destes dois métodos de tratamento, é que boa parte da água é evaporada, entrando no ciclo das águas de chuva, restabelecendo todo sistema novamente, sem falar nas bananas docinhas que eles geram.
Paisagismo Sustentável
O território do Litoral Sul da Bahia onde está localizada a casa ecológica destaca-se pela sua altíssima biodiversidade. A Floresta Atlântica aí situada é referida como um contínuo de distribuição de espécies de árvores estratificada e tem uma das mais importantes e ameaçadas biota de floresta tropical do mundo.
Nesse contexto, ações de Restauração Florestal foram realizadas para reverter o quadro de degradação resultante de empreendimentos impactantes nessas paisagens.
O projeto de paisagismo para o terreno, de 6.000m², foi pensado como um modelo para promover os processos ecológicos em escala local e de paisagem.
Ficha técnica da Casa ecológica:
Ano: 2016
Estado: concluido
Arq.: Irina Biletska
Construtor: Jefferson Cruz
Consultoria em Cálculo estrutural: IBIRÁ Engenharia Estrutural e Bioconstrução
Paisagismo: Annamaria Binazzi, arquitecta, Jonatas Santos Santana, biólogo,Lucas Daneo, técnicoa
Estado: concluido
Arq.: Irina Biletska
Construtor: Jefferson Cruz
Consultoria em Cálculo estrutural: IBIRÁ Engenharia Estrutural e Bioconstrução
Paisagismo: Annamaria Binazzi, arquitecta, Jonatas Santos Santana, biólogo,Lucas Daneo, técnicoa
Texto e fotos enviadas pela arquiteta Irina Biletska e equipe
Nenhum comentário:
Postar um comentário