Em desfile engajado, Mangueira critica fundamentalismo bolsonarista
Atual campeã, Mangueira mostrou um Jesus Negro na avenida e criticou os falsos profetas, de arma na mão
Atual campeã do carnaval carioca, a Mangueira fez um desfile nesta noite com crítica clara a Jair Bolsonaro, aos falsos profetas e ao fundamentalismo religioso. Com um Jesus mostrado com rosto negro, sangue índio e corpo de mulher, a Mangueira criticou os "profetas da intolerância". O fundamentalismo cristão entrou na mira, segundo reportagem do Uol. "Não tem futuro sem partilha nem messias de arma na mão", cantaram os integrantes, em alusão ao presidente. Confira abaixo o samba enredo:
Eu sou da Estação Primeira de Nazaré
Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher
Moleque pelintra do buraco quente
Meu nome é Jesus da gente
Nasci de peito aberto, de punho cerrado
Meu pai carpinteiro desempregado
Minha mãe é Maria das Dores Brasil
Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira
Me encontro no amor que não encontra fronteira
Procura por mim nas fileiras contra a opressão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?
Porque de novo cravejaram o meu corpo
Os profetas da intolerância
Sem saber que a esperança
Brilha mais que a escuridão
Favela, pega a visão
Não tem futuro sem partilha
Nem messias de arma na mão
Favela, pega a visão
Eu faço fé na minha gente
Que é semente do seu chão
Do céu deu pra ouvir
O desabafo sincopado da cidade
Quarei tambor, da cruz fiz esplendor
E num domingo verde e rosa
Ressurgi pro cordão da liberdade
Mangueira
Samba que o samba é uma reza
Se alguém por acaso despreza
Teme a força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também
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