Garranos: os belíssimos cavalos selvagens do Gerês
Estiverem quase a desaparecer mas hoje ainda correm livres pelas montanhas do parque. Conheça os garranos, os cavalos selvagens do Parque Nacional Peneda Gerês.
Presença marcante no Noroeste Ibérico, o Garrano desenvolveu laços estreitos com o homem, servindo o povo nos tempos de paz e de guerra. No fundo, esta é uma das raças que se funde com a história do nosso país, pela sua forte presença na vida quotidiana ao longo dos séculos.
Foi companhia de nobres, lavradores, padres e generais, servindo
os seus donos sem hesitações, fosse qual fosse o caminho. Durante a II Guerra
Mundial, foram usados para transportar minérios das minas mais recônditas do
nosso país.
Em
1943, o subsecretário de Estado da Agricultura constituiu um grupo de 21
garranos, de modo a se assegurar a preservação da raça em liberdade. A ideia
era que não existissem cruzamentos de raças, de modo a que o garrano não se
extinguisse. Estes cavalos foram também considerados uma espécie protegida,
podendo hoje ser contemplados no estado selvagem, sobretudo no Planalto de
Castro Laboreiro.
Qualquer
um que contemple a raça no seu habitat natural tem uma experiência incrível,
com os seus movimentos a terem sido já descritos como poesia em movimento. Esta
espécie é uma das mais raras e uma das últimas verdadeiramente selvagens do
planeta.
Quando as fêmeas entram no período do cio, acompanham de forma
permanente o garanhão, elemento que mantém a coesão do grupo. Na época dos combates,
os machos enfrentam-se e batalham pela posse do harém, recorrendo às dentadas e
aos coices. As fêmeas, por sua vez, acompanham os potros.
O
lobo ataca também as fêmeas quando estão a parir, altura em que se encontram
particularmente indefesas e frágeis. Desta forma, os lobos podem atacar a cria
ainda antes de o nascimento estar concluído, estratégia que usam também com
outros animais.
Não
há dúvida de que os cavalos Garranos são verdadeiramente especiais, até porque,
ao contrário do que aconteceu com raças como a do Puro-Sangue Lusitano, não foi
selecionada pelo Homem, tendo sido moldados pelo ambiente ao longo dos séculos.
Portanto,
urge continuar com o trabalho de preservação desta espécie tão singular, para
que as gerações seguintes o possam conhecer de perto.
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