Polícia Civil volta a ouvir assessores de Carlos Bolsonaro no caso Marielle
Investigadores tentam entender melhor como era a
relação entre os dois parlamentares, que eram vizinhos de gabinete na Câmara do
Rio e teriam se envolvido em uma discussão no corredor do prédio
A Polícia Civil do Rio de Janeiro voltou a convocar para
depor, depois de mais de um ano, pessoas ligadas à vereadora Marielle
Franco e ao vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho
do presidente Jair Bolsonaro. Os investigadores tentam entender
melhor como era a relação entre os dois parlamentares, que eram vizinhos de
gabinete na Câmara do Rio e teriam se envolvido em uma discussão no corredor do
prédio.
Em 29 de outubro, no dia em que o Jornal Nacional, da TV Globo,
revelou o depoimento do porteiro do condomínio Vivendas da
Barra, a viúva da vereadora, Monica Benicio, voltou a ser ouvida pela polícia.
Segundo pessoas que acompanharam o depoimento, houve insistência em perguntas
sobre Carlos.
Um ex-assessor da vereadora, que afirma ter discutido com o filho do
presidente, também foi convocado novamente para falar sobre o episódio. Carlos
teria tentado agredir um assessor de Marielle, e ela teria ameaçado chamar a
segurança da Câmara para intervir. Carlos nega que tenha havido tentativa de
agressão, diz que nunca brigou com Marielle e que o episódio com o assessor
tratou-se de uma "discussão sem desdobramentos" .
A briga foi abordada em depoimentos de ex-funcionários de
Marielle no início das investigações, quando o próprio Carlos foi ouvido pela
polícia na condição de testemunha, mas havia sido deixada de lado ao longo de
2019. Carlos não é investigado neste caso nem foi chamado a prestar novo
depoimento.
Em nota enviada à reportagem, o gabinete de Carlos disse que não tem nada a
declarar sobre as apurações da Polícia Civil. "Ressalto que nunca houve
brigas entre os parlamentares, não sei de onde você tirou esta informação. Ela
não procede. O relacionamento entre o vereador Carlos Bolsonaro e a
ex-vereadora Mariele Franco, sempre foi cordial e amigável."
Quanto ao episódio envolvendo o assessor, a equipe do vereador alegou que
"a vereadora estava em seu gabinete e prontamente interviu com a
cordialidade que lhe era peculiar."
Até o momento, as investigações apontam para o envolvimento dos ex-PMs Élcio
de Queiroz e Ronnie Lessa, presos desde março. A
Procuradoria-Geral da República apontou o ex-deputado e conselheiro licenciado
do Tribunal de Contas do Estado, Domingos Brazão, como
provável mandante.
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