‘Brasil é caso exemplar de punição à corrupção’, avalia professor de Harvard
por Fernando Duarte
A Operação Lava Jato e os recentes casos de corrupção trazidos à tona por integrantes da força-tarefa atraem os holofotes do mundo para a situação política do Brasil.
Além de ser uma prova de fogo para a recente democracia no país, é um momento para se reavaliar os destinos e o futuro da nação. Para o professor-coordenador do Harvard Brazil Studies Program, Scott Mainwaring, “ninguém no mundo viu alguma coisa como o que está acontecendo”.
“É o maior escândalo de corrupção na história da democracia no mundo – e também, com crédito para o Brasil, é um caso exemplar de punição à corrupção, sem antecedentes na mesma escala”, avalia o professor, em entrevista ao Bahia Notícias.
Desde a deflagração da Operação Lava Jato, políticos de diversos partidos, incluindo os três últimos que ocupara a Presidência da República, PSDB, PT e PMDB, e integrantes do governo da ex-presidente Dilma Rousseff e do atual ocupante do Palácio do Planalto, Michel Temer, foram citados, direta ou indiretamente nas investigações.
A instabilidade política recente inclui até uma denúncia por crime comum contra o presidente em exercício, por corrupção passiva, pela primeira vez na história do país. Segundo o pesquisador, que integra o Centro de Estudos Jorge Paulo Lemann sobre o Brasil, o país possui grandes problemas, mas também grandes virtudes, e vive um momento oportuno para o combate à corrupção.
“A punição exemplar à corrupção comprova que a democracia no Brasil é uma das melhores. O maior evento positivo [dessa punição] é óbvio: deve reduzir a corrupção no futuro, com um salutar efeito para a eficiência do setor público no Brasil, com crescimento econômico e com mais eficiência para os programas sociais. Num curto termo, há muitas incertezas sobre a situação do Brasil, com efeitos negativos nos investimentos e na agenda de reformas”, exemplifica Mainwaring.
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