Superintendente afirma que pode demolir áreas de lazer em píeres no Corredor da Vitória
por Júlia Vigné / Guilherme Ferreira
O chefe da Secretaria de Patrimônio da União (SPU) na Bahia, Ricardo Saback, sinaliza que o órgão pode tentar a demolição das áreas de lazer dos píeres de edifícios localizados no Corredor da Vitória, em Salvador.
Em entrevista ao Bahia Notícias nesta terça-feira (20), ele comentou que a SPU vai buscar estudos para avaliar qual será o impacto ambiental da remoção desses espaços, que incluem, por exemplo, piscinas, salões de festa, tobogãs e churrasqueiras.
Segundo Saback, o órgão regional consultou sua sede em Brasília sobre o caso e ouviu como resposta que deve seguir adiante com o pedido de demolição apenas caso essa medida não aumente os prejuízos ao meio ambiente.
“Nós fizemos uma consulta ao órgão central e tivemos o seguinte posicionamento: 'Faça-se a demolição pressupondo que você não preserve a parte que não seja de finalidade específica da atracação [...] e desde que a demolição não vá criar um impacto maior no ambiente’”, explicou.
Enquanto avalia essa decisão, o superintendente assegura que vai tentar regularizar a situação dos píeres no Corredor da Vitória. “Nós vamos regularizar esses píeres enquanto a gente vai procurar trabalhar em um estudo, ter algum tipo de suporte da área ambiental ou de uma universidade ou de um instituto que seja alheio aos interesses políticos e econômicos para que eu possa tomar uma decisão e dizer: ‘Não, eu não vou demolir porque é muito mais nocivo ao meio ambiente jogar duas toneladas de escombros na Baía de Todos os Santos do que deixar uma opção que já está pré-estabelecida e a natureza se recompõe ao longo do tempo’”, ressaltou Saback.
A SPU é um órgão ligado ao Ministério do Planejamento e tem a responsabilidade de gerir os bens imóveis da União. Em maio de 2010, ela já havia elaborado uma nota técnica propondo a remoção dos equipamentos de lazer ligados ao píer do Condomínio Arthur Moreira Lima, pautada no entendimento de que eles ocupam de forma irregular uma área marítima de propriedade do governo.
O documento aponta uma sugestão para um caso de um edifício específico, mas relata a existência de diversos casos semelhantes na mesma avenida da capital baiana. No entanto, mais de sete anos depois, as instalações de lazer permanecem intactas.
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