A apreensão da mala com 39 kg. de cocaína, a despeito de ter sido no avião que integrava a comitiva presidencial, revela aspectos mais substantivos que a circunstancial "proximidade” com Bolsonaro:
- o tráfico está muito acima e além das figuras predominantes nas narrativas que a mídia e o imaginário popular nos conta, dos jovens pretos, armados, nas favelas em permanente troca de tiros com policiais;
- o volume de negócios por trás do tráfico não cabe em protagonistas tão simplórios. A prisão do sargento da Aeronáutica agindo como mula não deixa dúvidas que as estruturas por trás das figuras que são ocasionalmente flagradas são muito maiores e poderosas que estes pobres coitados;
- enquanto o governo (seja ele qual for) não tiver coragem e vontade política de seguir o rastro do dinheiro, os barões do tráfico, associados a outros figurões do poder, desfrutarão confortavelmente da impunidade.
Sérgio Sobreira
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