segunda-feira, 24 de junho de 2019

CADÊ QUEIROZ?

Flávio Bolsonaro diz que

 não sabe do paradeiro 

de Fabrício Queiroz

Senador afirmou ainda que investigação do Ministério Público contra ele não tem amparo legal e deve ser arquivada


Resultado de imagem para FOTOS DE FLAVIO BOLSONARO   O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) disse, em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de São Paulo, que  o Ministério Público do Rio de Janeiro está preparando uma manobra para dar "verniz de legalidade" à investigação da qual é alvo. Segundo ele, é por isso que os promotores correm agora para conseguir da Justiça a quebra de seu sigilo bancário e fiscal. 
— Para que esse pedido, se meu extrato já apareceu na televisão? Eles querem requentar uma informação que conseguiram de forma ilegal. Não tem outro caminho para a investigação a não ser ela ser arquivada, e eles sabem disso — disse ao Estado.
Filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, Flávio passou a ser investigado após o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificar movimentação financeira considerada atípica em sua conta corrente e na de seu ex-assessor, Fabrício Queiroz. Ele nega que tenha cometido irregularidade e pedido que seus funcionários devolvessem parte do salário. 
Afirma, contudo, que as versões dadas até agora por Queiroz, com quem trabalhou por mais de 10 anos, soam estranhas e diz que ele precisa se explicar. 
— Talvez tenha sido meu erro confiar demais nele — declarou.
 Questionado, Flávio garantiu que não sabe onde Queiroz está:
— Como é que eu vou saber? Ele tem um CPF e eu tenho outro. A última vez que falei com Queiroz, foi quando ele teve cirurgia do câncer e liguei para saber se estava tudo bem. E nunca mais falei com ele. Não sei onde ele está, não tenho informação da família, não sei nada.
Flávio afirmou que o ex-funcionário gozava de sua confiança quando trabalhava em seu gabinete, mas agora "está demonstrando que não é merecedor dela". O parlamentar reclamou que o ex-assessor demorou a se manifestar quando surgiram as primeiras suspeitas e que, por isso, foi "sendo fritado enquanto ele não falava nada". 
Os promotores investigam uma movimentação financeira atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz enquanto ele trabalhava no gabinete do político na Assembleia Legislativa do Rio. A investigação, baseada em relatórios do Coaf, já está perto de completar 500 dias sem que tenha havido até agora nenhuma conclusão. No mês passado, a Justiça negou pedido do senador para suspender a apuração contra seu ex-assessor. 
Flávio voltou a negar que tenha existido em seu gabinete a chamada "rachadinha", prática que ocorre quando alguém determina a retenção de uma parte dos salários de servidores nomeados.
— Vejo que há grande intenção de alguns do Ministério Público de me sacanear, de mais uma vez colocar em evidência coisas que não fiz. Estou preferindo me antecipar, porque meu processo corre em sigilo de Justiça, mas sempre que vai para o Ministério Público os caras vazam tudo — afirmou.
Ele disse ainda que o fluxo em sua própria conta bancária "não tem nada de atípico, porque não foi acima da minha renda". Os ganhos, segundo o senador, são oriundos de sua atividade parlamentar e de sua empresa, uma franquia da marca de chocolates Kopenhagen.
— Declaro tudo para a Receita, nunca tive problema nenhum com o Fisco. Estão querendo criar aura de que eu tenho uma relação com esse dinheiro que o Queiroz movimentava.
Flávio disse que é vítima de perseguição e que há uma campanha para "rotular o nome Bolsonaro com algo ilegal". Segundo ele, no entanto, "não adianta, vão fuçar à vontade, e não tem nada".
O Ministério Público do Rio não se manifestou sobre as afirmações do investigado.

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