Com atos contra Bolsonaro, parada LGBT reúne 3 milhões em SP
Os presentes também comemoravam a recente decisão do STF que criminaliza a homofobia e a equipara ao crime de racismo
Júlia contou para os pais que estava gostando também de meninas e que pediu o apoio deles. “Sempre é um choque, mas está sendo tranquilo para mim, quero vê-la feliz”, disse Jakeline.
Júlia veio com mais duas amigas, que têm a mesma idade e também se identificam como bissexuais. “O momento político que passamos me incentivou estar aqui. O nosso presidente é um desastre para a população. Estou lutando pela vida da minha filha”, afirmou a fotógrafa
E não foi só Jakeline que compareceu neste domingo para protestar contra Jair Bolsonaro. Entre os 3 milhões de presentes na região central de São Paulo, diversas faixas e cartazes com dizeres contra o presidente desfilavam juntos com os carros de som.
O tema deste ano também lembrou a luta por direitos do movimento LGBTs. A Revolta de Stonewall, ocorrida em Nova York (EUA) em junho de 1969, foi tema da 23ª parada da capital paulista.
Stonewall é uma referência ao bar nova iorquino frequentado por membros da comunidade LGBTI+ (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros), na década de 1960, que resistiram a uma batida policial, gerando uma série de manifestações pela diversidade sexual. Um ano depois ocorria a primeira Parada do Orgulho Gay, em Nova York.
Criminalização da homofobia
Nas ruas, cobertas com as cores do arco-íris, os manifestantes destacaram, também, a recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que equipara a homofobia ao crime de racismo.
“Obrigado, STF”, diziam cartazes carregados por manifestantes que vestiam a bandeira do arco-íris, marca do movimento LGBT.
Alguns políticos estiveram presentes no evento. O prefeito Bruno Covas (PSDB) compareceu ao local e, em entrevista coletiva, afirmou que a cidade de São Paulo “celebra a diversidade” e que pretende ser “referência mundial em termos de direitos humanos”.
O deputado federal David Miranda (PSOL/RJ), único parlamentar gay da Câmara dos Deputados, esteve presente e desfilou no carro da Uber. Junto com o congressista estava a deputada federal Sâmia Bonfim (PSOL/SP) e outros deputados estaduais.
A deputada do estado de São Paulo, Erica Malunguinho (PSOL), primeira deputada trans do Brasil, estava no carro que abriu os desfiles da parada.
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