sexta-feira, 28 de junho de 2019

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Legalização da maconha no Uruguai deu prejuízo de US$ 22 milhões ao tráfico

Desde que legalizou a maconha em 2013, o governo do Uruguai deu prejuízo de 22 milhões de dólares ao tráfico de drogas. As informações são do Instituto Estadual de Regulação e Controle de Cannabis (IRCCA).
A regulamentação aprovada pelo então presidente José Mujica proporcionou aos consumidores de cannabis vias legais para adquirir o produto. Hoje, no Uruguai, é possível plantar em casa, ser membro de um clube ou comprar a erva em farmácias registradas.
“Estima-se que o volume de dinheiro que já não é canalizada através do mercado ilegal desde a implementação da política pública superior a US$ 22 milhões”, escreveu o IRCCA no quinto relatório sobre o mercado legalizado da maconha.
Com planejamento, o Uruguai está enfraquecendo o tráfico de drogas
No mês de novembro de 2018, aumentou em quase 10% o número de pessoas autorizadas a consumir maconha em comparação com setembro. São mais de 40 mil cidadãos cadastrados para o consumo regulamentado da erva.
Para Pepe Mujica, a regulamentação é uma ação de algo que estava na cara das pessoas. O político se diz contra o consumo de drogas, no entanto reconhece que “o Uruguai está ‘ensaiando o caminho’ com a venda de maconha”.
O ex-presidente Pepe Mujica diz que é preciso encarar o assunto de frente
“O que me parece horrível é ter condenado uma planta maravilhosa porque é uma fibra têxtil formidável. Eliminamos uma fibra têxtil e a temos castigado por causa da droga. Mas também parece que, em certas condições, é um medicamento para muitas coisas”, pontua.
O IRCCA diz que mesmo com a estrutura criada, não consegue cobrir a demanda. O órgão informou que está trabalhando em uma nova chamada para produtores para 11 de fevereiro.
Ao contrário do vizinho ao Sul, o Brasil ainda tem dificuldades em implementar o debate sobre a legalização da maconha. Embora tenha afrouxado algumas rédeas, ser pego com a erva ainda dá cadeia. Especialistas enxergam a lei de drogas como impulsionadora do encarceramento em massa no país.
Com mais de 700 mil presos, Brasil tem terceira maior população carcerária do mundo
O número de detidos com drogas corresponde a 28% das incidências penais. No caso das mulheres, a situação preocupa. Houve um aumento de 49% para 62% no número de mulheres com a liberdade cerceada por causa do tráfico de drogas entre 2005 e 2016. O encarceramento feminino no Brasil cresceu 698% em 16 anos.
Muitas destas mulheres recorrem ao tráfico como forma de sustento em função dos abismos sociais que permeiam o país.
“A gente percebe nas entradas do sistema prisional essa representatividade [de crimes relacionados ao tráfico] muito maior, o que acaba refletindo o quantitativo geral da população prisional. Em 1990, a gente tinha cerca de 90 mil presos, desde 2016 passa de 726 mil, muito impulsionado também pelo crescimento da prisão relacionada ao tráfico de entorpecente”, declarou à EBC a coordenadora-geral de Promoção da Cidadania do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), Mara Fregapani Barreto.

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