AKHAL-TEKE: CAVALO DOURADO DO DESERTO ENCANTA PELA BELEZA
A raça Akhal Teke teve seu nome derivado de uma ramificação das tribos Teke, na região do Turcomenistão, com ancestrais da raça tendo vivido aproximadamente há 3000 anos.
Não se sabe ao certo como a raça atingiu suas características; sabe-se que cavalos Akhal Teke são os descendentes mais próximos dos cavalos de guerra turcomenistãos. A partir de começarem a serem criados pelos nômades Akhal Teke, estes foram os criadores exclusivos, selecionando-a para características como resistência e velocidade. Apesar desses registros, a ancestralidade precisa é difícil de traçar, pois antes dos anos 1600 AD, aproximadamente, não havia raças de cavalos no sentido moderno, sendo os animais identificados por nomes ou raças locais.
Um típico exemplar da raça Akhal Teke mede entre 1.47 e 1.63 metros. A raça apresenta várias possíveis colorações, incluindo dourado (palomino e buckskins), baia, preta, acastanhado, cremello, perlino e cinza, sendo sua característica mais notável a pelagem metálica, especialmente vista nas pelagem dourada e baia; acredita-se que este padrão de cor tenha favorecido camuflagem no deserto. Apresentam cabeça fina com um perfil retilíneo ou levemente convexo, orelhas longas e olhos em forma de amêndoa. Tanto a cola quanto a crina são, em geral, esparsas. Possuem costas longas levemente musculosas, com garupa plana e pescoço longo e vertical. Os membros são, apesar de finos, fortes e resistentes. O corpo e a caixa torácica são bastante finos, com um peito profundo. A estrutura é típica de cavalos criados para resistência em longas distâncias. Cavalos Akhal Teke são vigorosos e alertas, e têm a reputação de se identificarem com apenas uma pessoa.
A raça é resistente e resiliente, tendo se adaptado à severidade das terras turcomenistãs, onde cavalos viviam com pouca comida e água. Isto também fez os cavalos bons para o esporte, apresentando grande resistência. Devido à superioridade genética da raça anciã, exemplares Akhal Teke vem sendo utilizados para desenvolver novas raças. Devido ao seu atletismo natural, podem ser utilizados para esporte, adestramento, salto, corridas e equitação de resistência. O contexto histórico recente em que a raça esteve inserida trouxe consequências cruciais para a mesma. Guerras entre Rússia e China ao final do século 19 resultaram na invasão russa e queda do Turcomenistão em 1881, sendo suas tribos propositadamente separadas de seus cavalos, a fim de enfraquecer seu orgulho e autoconfiança. Os animais foram transferidos a várias fazendas estatais russas, algumas das quais foram simplesmente descontinuadas. Atualmente não há cavalos Ersari, Salor nem Sarik, os quais são reportados como muito próximos aos Teke em qualidade. A raça Akhal Teke, especificamente, sofreu a infusão intencional de cavalos Puro-Sangue Inglês (PSI), cuja intenção era, justamente, causar detrimentos à raça oriental.
Este cruzamento com cavalos ingleses levou os turcomenos a realizarem uma longa viagem, em 1932, de Asgabate a Moscou (4800 km), utilizando cavalos Akhal Teke puros, para provar o valor da raça. A viagem foi realizada dentro de 84 dias, com média de 60 km por dia, passando por terrenos difíceis. Esta foi até a secessão do Turcomenistão a última influência que os turcomenos exerceram em seus cavalos. Entre esta época e a repetição da longa viagem nos anos 70, os cavalos Akhal Teke não foram permitidos serem tocados por seus criadores originais.
No Turcomenistão soviético (Turcmênia), os cavalos Akhal Teke foram adicionalmente instrumentalizados, sendo utilizados em corridas de curtas distâncias para fins de entretenimento, as quais foram altamente exploradas pelo governo soviético. Infusões adicionais de sangue PSI foram realizadas para aumentar o atrativo das corridas. Muitos destes cruzamentos permaneceram sem registro, resultando na expulsão da raça turcomena Akhal Teke do livro genealógico central fechado. Entretanto, graças a Vladimir Schamborant (diretor de fazendas estatais no Turcomenistão soviético), uma grande porção de cavalos Akhal Teke puros foi resgatada, a qual ele trouxe consigo do Turcomenistão para a Rússia. Ele foi bem sucedido em manter um grupo de cavalos altamente puros. Porém, apenas pouco tempo depois os métodos de criação soviéticos foram firmemente aplicados ao pool genético russo, criando durante os últimos 40-50 anos a atual raça Akhal Teke que, quando comparada a exemplares de antes dos anos 1900, pode ser praticamente considerada uma nova raça. Apesar de especulações sugerirem a possibilidade de haver cavalos Akhal Teke puros no Norte do Irã, (sendo, então, necessária e importante uma avaliação genética nestes possíveis exemplares), atualmente não há exemplares Akhal Teke verdadeiramente puros: a última égua pura morreu em 1991, e o último garanhão em 1998. Isto demonstra que o abuso político foi suficiente para, em meros 117 anos, eliminar o pool gênico de uma raça anciã com mais milhares de anos de história. GENÉTICA Pré-1900: Neste período não havia cruzamento com o intuito de manutenção da pureza da raça do Akhal-Teke. Na época, os criadores de cavalos do Turcomenistão se utilizavam de características físicas e psicológicas do animal para efetuar o cruzamento e encaixá-los de acordo com as suas necessidades. O que eles certamente não fizeram foi cruzamento com o intuito de incrementar meramente o visual do animal, pois para sua cultura não havia propósito algum. Por ser um povo nômade, a beleza do animal era uma característica supérflua, principalmente por viverem em um clima árido e deserto.
Neste caso, a velocidade, força e resistência eram os fatores determinantes na seleção reprudutiva. Mesmo características físicas eram desconsideradas, como largura do pescoço, comprimento de patas, entre outros: o que interessava era o desempenho, e apenas isto. Pós-1900: Com a tomada do Turcomenistão pelos Soviéticos surgiu o conceito de cruzamento por pureza. Com isso, o critério de seleção mais importante deixou de ser o desempenho e passou a ser a pureza da raça, gerando um ponto de divergência entre os antigos valores físicos e psicológicos antigamente apreciados, agora homogeneizados de uma maneira jamais feita antes.
Corria na época um conceito entre os soviéticos de que um cavalo Akhal-teke puro deveria ter um focinho que caberia dentro de uma xícara de chá. Com isso, o animal foi ao longo do tempo perdendo sua robustez e de acordo com o afinamento da raça, se transformando em um animal de exposição, sem conexão com suas raízes e sua utilidade nas tribos nômades na qual foi criado e apreciado durante séculos. Com a publicação do sequenciamento do genoma equino em 2009, foi possível fazer estudos acerca da quantidade de SNPs contidas a partir da raça sequenciada (Twilight) e comparada a diversas raças, dentre elas o Akhal-teke. Isso torna possível a criação de microarranjos com marcadores moleculares para doenças genéticas que afetam diversas raças de equinos. Com isso foi constatado que o Akhal-teke obteve o menor nível de polimorfismos (cerca de 60%) e SNPs específicos, quando comparado a outras raças, sendo que a taxa média é de SNPs no cavalo é de 1/1.200 pb. Recentemente, um estudo feito por Warmuth e col. (2011) demonstrou que genes do Akhal-teke foram identificados em diversas raças das 24 estudadas na Europa, sendo um indicativo de sua utilização no melhoramento genético destas e na contribuição para a criação de novas raças. A busca foi feita através de 12 marcadores microssatélites que identificaram a heterogeneidade da genética dos animais espalhados pela Europa. Bowler e col. (2011) identificaram através do sequenciamento da região D-loop do DNA mitocondrial de cavalos puro-sangue de corrida britânicos genes relacionados com o Akhal-Teke, demonstrando sua contribuição para a criação desta raça tão apreciada em eventos esportivos. Atualmente, existem muito poucos exemplares desta raça em torno de 1.200. Apesar de terem contribuído muito e sido valorizados pelo povo do Turcomenistão, esta raça tem sido descrita apenas em eventos de exposição e cruzamentos. Os estudos acima citados demonstraram que o Akhal-Teke foi uma grande contribuidora para formação de outras raças em outros tempos, porém com o domínio Soviético no século XX e o afinamento da raça, o animal perdeu suas características mais importantes e sua função tornou-se meramente ilustrativa, ainda que seu povo tenha orgulho de seus cavalos, fazendo deles o emblema de seu país.
CARACTERÍSTICAS
Olhos grandes;
Narinas bem abertas, o que resulta numa expressão atrevida;
Pernas longas e magras, com juntas altas em relação ao solo;
Corpo longo, estreito, tubular;
Cabeça elegante de perfil retilíneo. Cabeça num ângulo de 45º;
Pescoço comprido e fino, posto muito alto e levado quase verticalmente ao corpo;
Pouca profundidade à altura da barrigueira, devido ao comprimento excepcional das pernas;
O akhal-teke é um cavalo de estatura mediana, quase sempre de pelagem dourada, com um físico mais longo do que encorpado.
Tem todas as características do cavalo do deserto:
magro de pele fina, resistente ao calor.
A cabeça possui um perfil reto, a ganacha é desproporcionalmente larga em relação ao focinho e as orelhas são grandes.
A cernelha é acentuada e a garupa é caida, com a resultante inserção baixa da cauda.
DE UM MODO GERAL, ESTA RAÇA EXIBE PERMANENTE AGRESSIVIDADE, COM AS ORELHAS PARA TRÁS, ACHATADAS CONTRA A CABEÇA, E DENTES À MOSTRA.
Talvez haja até uma relação entre o akhal-teke e o árabe munaghi, raça de cavalos de corrida. O akhal-teke existe há mais de 3 mil anos na área da atual Turcomênia. É oriundo dos oásis do deserto de KaraKum, com suas colinas áridase suas depressões. O principal centro de criação fica em Ashkahabad, no sopé dos montes Kopet-Dag, a 30 km da fronteira com o Irâ. A raça contribuiu para o aperfeiçoamento de muitas outras sem ser influenciada por nenhuma. Os turcomanos tinham o akhal-teke como cavalo de corridas, preparando-o para isso com extremo cuidado: dieta de alfafa, bolas de gordura de carneiro, ovos, cevada e bolos de farinha. Para defendê-los do calor e do frio, esses corredores eram envolvidos pelos seus criadores em mantas de feltro.
O akhal-teke não se ajusta aos padrões ocidentais. O cavalo tem robustez e resistência sem limites, e seu desempenho, cobrindo distâncias imensas em condições desérticas, é excepcional. Conta-se que um animal cobriu 4.152 km em 84 dias, distância entre Ashkabad e Moscou, atravessando mais de 400 km de deserto, com ração mínima de alimento e água.
PELAGEM: Predominantemente alazã-dourada, mas há incidência de castanhos e tordilhos e ocasionais pintas brancas sobre a pelagem básica.
FUNÇÃO: Todas. As tribos usam o cavalo para a lida e para o lazer, inclusive corridas e práticas de salto.
ORIGEM: 3.000-2.000 a.C.
TEMPERAMENTO: Sangue quente
MEIO AMBIENTE: Deserto
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