Orgia com gastos no Senado tem Alcolumbre como principal protagonista
“Um dos mais fiéis aliados do Planalto, Davi Alcolumbre termina o ano em alta com Jair Bolsonaro, principalmente por ter matado no peito a pressão pela CPI da Lava Toga”, diz o Estadão.
A nota destaca também que o presidente do Senado se empenhou para emplacar Eduardo Bolsonaro como embaixador em Washington.
Davi Alcolumbre virou presidente do Senado como o anti-Renan Calheiros, na eleição mais vexaminosa da história da casa, com direito a gritaria, gente tirando pasta do outro e fraude em votação (o culpado, obviamente, permaneceu impune).
Mas o que se viu é que Alcolumbre não é muito diferente do cacique alagoano, expoente da chamada velha política.
Dois meses depois de virar presidente da Casa, ele delegou aos senadores o direito de tornar secretas as notas fiscais de gastos realizados com a verba indenizatória de gabinete.
No Senado, teve pressa para aprovar a Lei de Abuso de Autoridade, projeto com o objetivo claro de minar a Lava Jato.
Sem votação na CCJ, sem apreciação de emendas, sem realização de audiência pública, sem requerimento de urgência, sem nada, Alcolumbre pautou o projeto diretamente no plenário, e não se deu ao trabalho de explicar o motivo da correria.
Não houve a mesma dedicação na aprovação da reforma da Previdência.
Em setembro, o presidente do Senado adiou a votação do primeiro turno da reforma na Casa. Ao mesmo tempo, antecipou uma sessão conjunta no Congresso para derrubar parte dos vetos que Jair Bolsonaro aplicara à Lei do Abuso de Autoridade.
Também barrou a CPI da Lava Toga e descartou qualquer possibilidade de votar os impeachments de Gilmar Mendes e Dias Toffoli.
Em entrevista, disse ficar “envergonhado” de discutir processo de impeachment de ministros do STF ou a instalação de uma CPI “enquanto os brasileiros estão pensando em empregos e comida”.
Em setembro, atuou para convencer senadores a retirarem apoio à terceira tentativa de criação da CPI.
“Não vou criar discórdia no Brasil”, afirmou.
Como resultado, virou alvo de manifestantes pró-Lava Toga.
Com o vazamento das mensagens roubadas da Lava Jato, Alcolumbre atacou Sergio Moro, e disse: “Se isso fosse deputado ou senador, tava no Conselho de Ética, tava cassado ou tava preso.”
O comentário foi no mínimo inusitado, já que Alcolumbre, à época, era duplamente investigado no STF por supostas fraudes cometidas nas eleições de 2014, como mostrou reportagem da Crusoé.
Em novembro, o presidente do Senado soltou a balela que apoiaria uma nova Assembleia Constituinte. Disse, inclusive, que já havia procurado líderes partidários para discutir sobre a possibilidade de uma nova Constituição.
A declaração, claro, não pegou bem.
As movimentações de Alcolumbre vêm agradando muito a Renan Calheiros, que chegou a fazer elogios públicos ao presidente do Congresso. Davi e Golias ficaram amiguinhos.
Alcolumbre é a velha política travestida de novidade.
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