Um trio de Schubert atravessou o mundo da música como um cometa furioso no céu. (Schumann)
Schubert escreveu dois trios para piano e cordas no fim de sua vida. Schumann comparou os dois, em uma linguagem que hoje não seria considerada politicamente correta: “O Trio nº 2, Op. 100, é cheio de energia, masculino e dramático, enquanto o primeiro, Op. 99, é passivo, lírico e feminino”.
O primeiro movimento do Op. 100, Allegro, começa em um vigoroso uníssono; já o segundo tema é tipicamente schubertiano, tranquilo, com notas repetidas pelos três instrumentos.
Diz-se que o segundo movimento, Andante com Moto, é baseado em uma canção folclórica sueca, O pôr do sol. O tema tem um acompanhamento sombrio, em forma de marcha, intercalado por belas passagens líricas. Seu caráter encantatório foi explorado no filme Barry Lyndon, de Stanley Kubrick.
O Scherzo, marcado sempre piano, começa com repetições em cânon (imitação) das cordas com o piano. Seu ritmo muito marcado é o de uma dança camponesa.
O tema do último movimento, Allegro Moderato, lembra a música dos cafés vienenses. Seguem-se passagens misteriosas e então, em um lance de gênio, volta o tema do Andante, o que dá unidade à obra.
Schubert escreveu: “Esta obra não é dedicada a ninguém, exceto àqueles que achem prazer nela”.
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