quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

RECÔNCAVO DA BAHIA

Essa alavanca é a última peça que resta de uma casa de farinha. Deve ter uns 100 anos. 

Ela era usada numa prensa de massa de mandioca com, aproximadamente, 5 m de comprimento e 90 cm de largura feita com um bloco de jequitibá. A árvore foi cortada em 1945/1946, em 2 dias, no machado, e necessitava de 3 pessoas para abraçá-la. Foi retirada da mata, lentamente, com cangas de bois. A alavanca era acionada por um parafuso de sucupira. A casa de farinha, calculo, foi desativada na década de 1960. Ela tinha telhado, paredes e ocupava uma área com cerca de 400 m². Foi destruída e, hoje, no lugar, encontram-se esses poucos pés de cacau, bananeiras etc.



Ela ficava no fundo dessa nova casa e estava a uns 70 m desse pé de jaca mole à esquerda (com mais de 100 anos).
Na direção dessa cerca atual estavam a residência, uma senzala desativada, e 02 giraus.
À direita dessa cerca, uns 300 m havia um riacho perene (na época) e uma nascente. Nesse riacho havia traíras, jundiás e até pitú! O canto da araponga, na várzea, podia ser escutado a quase 1 km de distância!
Nos dias atuais, há dificuldade de conseguir água potável pelos poucos moradores dessa região!


COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO.- Diria que este texto, muito interessante e sintomático, é a ponta do iceberg da assustadora destruição que está invadindo todo o Recôncavo baiano. Já passou da hora do IPHAN se conscientizar que se trata de um conjunto patrimonial da maior importância para o Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário