Essa confirmação veio num momento em que fiéis da Igreja Universal nos quatro cantos da capital baiana passaram a dizer que os réus já não faziam parte da congregação. O que confundiu parte da população.
A instituição disse ainda em relação aos dois pastores "que jamais foi encontrado, até aqui, comportamentos, provas ou indícios que os coloquem na cena deste crime tão brutal e lamentável". Além disso, frisou que ambos somam "quase 32 anos de ministério".
"Nossas orações – pelos familiares da vítima –, e pelos pastores, que, juntamente de seus familiares, têm sido submetidos a uma grave, descabida e injusta pena, em uma campanha midiática que já dura há anos. Os bispos, pastores e milhões de simpatizantes da Universal que estão entre as maiores vítimas de preconceito religioso no Brasil, sentem também essa dor", diz o rodapé da nota.
Pastores são condenados a 21 anos de prisão por morte de Lucas Terra.
Pastores são condenados a 21 anos de prisão por morte de Lucas Terra Lucas Terra, de 14 anos, foi estuprado e queimado vivo dentro de um templo da Igreja Universal do Reino de Deus, na Bahia em 2001
Dois pastores foram condenados a 21 anos de prisão pela morte do adolescente Lucas Terra, em março de 2001, em Salvador. O júri popular começou na terça-feira (25), no Fórum Ruy Barbosa, na capital baiana, e durou três dias.
O que aconteceu
Os pastores da Igreja Universal do Reino de Deus Fernando Aparecido da Silva e Joel Miranda foram condenados na noite de ontem (27) por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e meio cruel.
Eles também teriam ocultado o corpo da vítima, de acordo com a denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA). Porém, esse crime prescreveu e não foi levado em consideração na sentença. Na decisão de ontem, a juíza Andrea Sarmento considerou que os pastores agiram com "frieza e periculosidade" devido a causa da morte por carbonização.
A magistrada considerou ainda que as circunstâncias do crime demonstram que a vítima foi submetida a excessivo sofrimento, com base no laudo de exame cadavérico, que mostrou que o adolescente teve 80% da área corpórea carbonizada.
Os motivos do crime revelam que o mesmo foi praticado motivado por vingança, em razão da negativa da vítima às investidas sexuais dos acusados." Andrea Sarmento, juíza. Durante o julgamento, foram ouvidas 15 testemunhas, 10 de defesa e 5 de acusação. O promotor Davi Gallo disse ao UOL que o MP-BA não irá recorrer da decisão.
Achamos que a pena foi adequada por conta dos três qualificadores (motivo torpe, impossibilidade de defesa da vítima e meio cruel)" Davi Gallo, promotor de justiça O UOL procurou os advogados dos pastores, Nelson Nerton Fernandes Tavora Neto e Nelson da Costa Barreto Neto, mas não obteve resposta até a publicação.