quinta-feira, 13 de abril de 2023

ESTRADAS ESBURACADAS...

 ...QUASE INTRANSITÁVEIS, SENSAÇÃO DE INSEGURANÇA POR TODA PARTE E LÁ VAMOS NÓS...

Coluna EM TEMPO publicada na Tribuna da Bahia
Pode ser uma imagem de estrada

O Brasil, a partir de Juscelino e depois com a ajuda da ditadura militar, acabou com nossas ferrovias, mas nos prometeram rodovias de Primeiro Mundo para desfilarmos com nossos carros. Só que não. O trem acabou e nossos carros vivem caindo em buracos. É péssima a qualidade das obras de recapeamento de estradas brasileiras. A camada asfáltica é muito fina, o serviço é a toque de caixa e em pouquíssimo tempo o serviço desaparece. Isso proporciona novo trabalho, o que significa mais dinheiro para a empreiteira. Um círculo vicioso que acontece há décadas, mas pelo visto ignorado pelo poder contratante (União e estados). Que interesses obscuros regem esse descaso no acompanhamento das obras de manutenção de nossas rodovias?

"SENSAÇÃO DE SEGURANÇA?"
"Sensação" de segurança não resolve nada, senhores! Mais uma vez, seguindo triste rotina, a bandidagem mostra seu poder em Salvador, desta vez sabotando o sistema de transporte público em Sussuarana. Mais uma vez a Polícia monta um esquema especial, enche o bairro de policiais, e tudo"volta à normalidade." E mais uma vez, autoridades e mídia discursam sobre o retorno da "sensação" de segurança.
Mas tudo isso é efêmero, temporário, e a sociedade não quer "sensação" de segurança apenas. Quer segurança de verdade, permanente.
A Polícia não tem efetivo para ocupar todos os inúmeros bairros que sofrem com esse tipo de ataques. Além do mais não vai ficar lá eternamente.
Toda pessoa minimamente esclarecida sabe que isso não é solução. É paliativo. A solução demanda todo um gigantesco trabalho, envolvendo não só a Polícia, mas um gigantesco arcabouço social. Mas ninguém se interessa por isso. Portanto...

DESPREZO pela população
Paralelamente aos fatos que ora envolvem o bairro de Sussuarana, aparecem os inúmeros indícios de total precariedade das populações mais humildes da cidade. Por exemplo, a péssima iluminação e falta de segurança banal, do dia-a-dia. Uma tristeza!
FRASE: "Aqueles que abrem mão da liberdade essencial por um pouco de segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança." (Benjamin Franklin)
ATÉ QUE ENFIM
Já não era sem tempo: finalmente, as autoridades de saúde e outros setores resolveram investigar a situação caótica da maternidade Tsyla Balbino.
Lá, por exemplo, já houve, recentemente, casos escabrosos como bebês com braço quebrado ou até mortos em macas nos corredores. Um horror!

SUPERFATURAMENTO?
A Prefeitura de Ituberá, no Sul baiano, contratou por cerca de R$ 17 milhões a empresa RCX Locações e Comércios de Materiais Elétricos para realizar a troca as lâmpadas da cidade. Indignada com o valor desproporcional do serviço, visto que se trata de uma cidade muito pequena, a população tem protestado nas redes sociais. Convém que autoridades como o Ministério Público investiguem o caso com o devido rigor.

FRASE: "O poder se torna mais forte quando ninguém pensa." (Sócrates)

BRASÍLIA, inferno antes e inferno agora
Mais um aniversário da construção de Brasília e mais fatos sobre o inferno social ali instalado nas obras de edificação da cidade chegam até nós. A gênese da hoje exuberante e pródiga em dinheiro capital federal não é digna de qualquer louvor moral (situação, aliás, que hoje permanece nos seus corredores).
Desde 1956, quando se juntaram os milhares de trabalhadores no local, um espetáculo sombrio de todo tipo de violência se formou, conforme narra levantamento feito pelo portal Metrópoles.
A construção de Brasília contava com uma proporção desequilibrada entre homens e mulheres, sendo quase o dobro do gênero masculino em comparação ao feminino. Os dados são do Censo de 1959, disponibilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Elas estavam em meio às obras acompanhando maridos, eram de cidades vizinhas, prostitutas, cozinheiras, lavadeiras, parteiras, entre outras, trabalhando de sol a sol para que, em 21 de abril de 1960, fosse possível inaugurar Brasília. Trabalho incessante e estressante, aliado a álcool, armas e disputas de egos, resultou em violências brutais quase que diariamente.
O levantamento mostra que "ocorrências de estupro, tiros, esfaqueamento, pedofilia, ameaças, entre outras, eram registradas quase que diariamente pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) – empresa criada para administrar tudo durante a construção, inclusive a Segurança Pública."

TERRA (quase) sem lei
Num Brasil cujas leis, notadamente naquela "ilha" distante de qualquer centro minimamente civilizado, eram grotescas, as punições podiam ser diferentes para cada caso: estar bêbado na rua resultava em passar a noite na cadeia; andar armado era passível de repreensão pelo coronel da antiga divisão da segurança pública; autores de delitos mais mais graves acabavam “deportados” de Brasília – termo muito usado à época.

E POR FALAR em lei...
As mortes cometidas por policiais em São Paulo aumentaram 25% no primeiro bimestre de 2023, sob a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados estão no Diário Oficial do Estado.
Na verdade, o atual governador paulista, defensor ferrenho de Bolsonaro e agora vestindo uma pele de cordeiro, não nega as ideias do seu mito. Como fechar os olhos diante da brutalidade policial.
Críticas e sugestões: alexferraz10@gmail.com

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