Maria Prado de Oliveira
Vi no perfil do Instagram do ator Marcelo Praddo (licença para marcar) este recorte da avaliação de um edital da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, peço licença a ele para postar e comentar aqui, além de marcar o seu nome neste meu post.
Não sabia que um dos quesitos de avaliação para as tais notas era "Harmonia com a política estadual de cultura". O QUE É ISSO??? INDECENTE!!!
E as tais notas nos outros quesitos para artistas que vêm escrevendo a história das artes cênicas na Bahia há anos? Isso, lamentavelmente, tem acontecido em diversas situações há muito tempo. Ganhar ou perder editais faz parte de uma concorrência pública mas a repetição disso, anos a fio, com artistas reconhecidos é estranhíssimo!
No caso desses dois espetáculos, os quais assisti, considero "Os Pássaros de Copacabana" um dos melhores que vi no chamado "Teatro Baiano" em todos os tempos.
Assisto a peças teatrais na Bahia e no Brasil desde a década de 70 do século XX, por aqui, desde o Teatro Livre da Bahia e as peças de José Possi Neto na Escola de Teatro da UFBA, pude ver ao longo desses anos espetáculos inesquecíveis.
"Vou te contar" é um espetáculo delicadíssimo, profissionalíssimo, na acepção mais precisa da palavra, em pesquisa, atuação e direção, não entendo ficar de fora na aprovação de editais.
Ambos, estes dois espetáculos, com artistas profissionais de histórias sólidas e talentos indiscutíveis.
Acho importante registrar aqui que não sou amiga próxima desses profissionais, apenas colega do ofício artístico. Antes que pensem que sou do outro grupo político que domina o poder de superfície de Salvador, não sou ligada ao grupo político da atual prefeitura e acho que o prefeito comete absurdos protegendo ricos e afins desta cidade, embora reconheça e aplauda a ótima gestão de Fernando Guerreiro à frente da gestão da Fundação Gregório de Matos, de quem também não sou amiga próxima mas é um colega da arte há décadas.
Também não sou petista, mas amo Lula (sem messianismos), acho um estadista imenso, e embora tenha pessoas queridas ligadas à gestão petista na Bahia, teço críticas a posturas e ações indefensáveis da atual gestão da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, entretanto não comungo com xingamentos ao atual Secretário e ao Governador, prefiro sempre debater com argumentos. Pontuo isso aqui para frisar que sou bem livre para falar o que penso em qualquer lugar e sob qualquer circunstância.
É inadmissível ver terminar este governo, em 2026, com esses equívocos renitentes e escandalosos.
É preciso que artistas e técnicos pendurem os seus egos e, se criticaram ou criticam políticas públicas e/ou as suas aplicações, continuem quando ganham editais ou outras ações que as aproximem do governo exercitando essas críticas para o bem comum. O mesmo para quem está em "cargos de comando" da vez: ouça, debata, não demita e/ou não deixe de aprovar excelentes projetos pelas críticas recebidas.
Qualquer avaliação pessoal na distribuição do dinheiro público, seja por opiniões divergentes ou por ser amiga/amigo ou por simpatizar com essa ou aquela pessoa, é autoritarismo, base de fascismos.
Quem trabalha há 48 anos no segmento artístico-cultural, como é o meu caso, já viu isso acontecer (e ainda vê) com o chamado "Carlismo" e tem visto nas gestões petistas também. É fato!
Sempre triste, muito triste!

Não sabia que um dos quesitos de avaliação para as tais notas era "Harmonia com a política estadual de cultura". O QUE É ISSO??? INDECENTE!!!
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