Caiu na Noruega a máscara de pacifista da golpista venezuelana, e pela primeira vez manchou o valor do Nobel da Paz. O que parecia estranho para alguns a escolha da ex-deputada, era indignação para os outros. Como podia o Comitê Nobel desconhecer tanto quem anunciara como símbolo da luta democrática no mundo? Não havia quem concordasse.
Sem mencionar o nome de opositora venezuelana, o Conselho concluiu não considerar que a premiada deste ano esteja alinhada com os valores da organização. Hoje emitiu um comunicado oficial que não realizará a entrega do Nobel da Paz à venezuelana denunciada por várias tentativas de golpe.
A organização “decidiu não organizar a tradicional procissão de tochas para o laureado com o Prêmio da Paz deste ano”, diz o comunicado, detalhando que a decisão foi tomada “após um rigoroso processo de consulta entre nossas 17 organizações membros”.
A organização justificou a medida por não considerar que “a vencedora do Prêmio da Paz deste ano esteja alinhada com os valores do Conselho Norueguês da Paz ou de nossas organizações-membro”.
Eline Lorentzen, presidente do Conselho Norueguês, disse que “esta é uma decisão difícil, mas necessária”. “Temos grande respeito pelo Comitê Nobel e pelo Prêmio Nobel da Paz como instituição, mas, como organização, também devemos ser fiéis aos nossos próprios princípios e ao amplo movimento pela paz que representamos. Estamos ansiosos para celebrar o Prêmio Nobel da Paz novamente nos próximos anos”, afirmou.
“O Conselho Norueguês da Paz continuará seu trabalho pela paz, desarmamento, diálogo e resolução de conflitos por meio de métodos não violentos”, declarou, acrescentando “esperar destacar futuros prêmios da paz que reflitam esses valores”.
Se tornou contraditória a decisão do Comitê Nobel escolher quem se notabilizou como defensora da intervenção militar dos EUA na Venezuela, e uma extremista da ultradireita venezuelana. “Símbolo da luta democrática”? Não é a realidade.
O Comitê Nobel justificou a premiação por “seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo venezuelano e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”. Premiada em meio à ofensiva norte-americana contra o governo de Nicolás Maduro, a María Corina defendia abertamente a invasão a seu país e assumidamente se comunicava diretamente com Donald Trump.
Ela participou de várias tentativas de golpe na Venezuela, como o de 2002 contra o então presidente Hugo Chávez; a tentativa de deposição do presidente Nicolás Maduro, em 2019, ao lado do autonomeado presidente, Juan Guaidó; além dos protestos violentos e ações visando deslegitimar as eleições de julho de 2024 na Venezuela.
A premiação, no entanto, mostrou um caráter político reconhecido pela própria Casa Branca. Corina também reconheceu a nomeação política. Nas redes sociais, a ultraliberal disse que estava “honrada” em receber o Prêmio Nobel pelos “esforços que está fazendo na Venezuela”.
“Isso é algo que o povo venezuelano merece. Faço parte de um movimento enorme. Sinto-me honrada e grata por este reconhecimento e por fazer parte do que está acontecendo na Venezuela hoje. É um reconhecimento aos milhões de venezuelanos anônimos que arriscam tudo para alcançar a liberdade e a paz”, tentou convencer María.

Nenhum comentário:
Postar um comentário