MAM pede socorro: obras de reforma estão paradas há oito meses
Intervenção é a primeira e maior no Museu de Arte Moderna da Bahia, cujo projeto, de Lina Bo Bardi, é da década de 1960
Ronaldo Jacobina
Ameaça de fecharAgora, o museu que já integrou o circuito de arte internacional, luta para não fechar. Com as obras paradas, perdeu a vitalidade. O barracão de obras, abandonado pela Construtora Pentágono, virou depósito e refúgio dos seguranças. “Guardamos as coisas da gente lá”, conta um dos vigilantes, lamentando a existência de uma geladeira, “novinha em folha”, deixada lá. “Podiam dar a quem precisa”, sugere.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico, Histórico e Arquitetônico Nacional (Iphan), o Solar do Unhão virou um canteiro de escombros para todos os lados. No ano passado, segundo o diretor do Ipac, o governo liberou R$ 1 milhão para a obra. Depois, a fonte secou de vez.
Na primeira fase, foram recuperadas duas das três galerias, a capela e o telhado do casarão. Mas nada disso funciona conforme o planejado. Tudo está mal ajambrado. As crateras abertas para instalação do ar-condicionado central aguardam os equipamentos serem comprados. O cinema está a espera de cadeiras, de climatização, dos projetores e demais equipamentos.
Segundo Oliveira, 60% da obra está concluída. Diz que espera recursos para finalizar. “Estamos aguardando R$ 2,5 milhões para dar um gás”. O dinheiro seria usado para adquirir os equipamentos.
O Solar do Unhão pede socorro. O que se vê por lá é um monte de entulho espalhado por toda a área. Por trás dos tapumes que isolam áreas, externas e internas, escondem-se lixo, restos de madeira e resíduos. A visão contrasta com a paisagem deslumbrante do mar que emoldura o conjunto secular.
“O MAM precisa voltar a existir para a cidade. O museu não tem tido uma atuação”, diz o artista Caetano Dias. A queixa dos artistas é geral. “Não tenho ido lá, mas pelo que me dizem a situação é desoladora. O museu se afastou dos artistas e da comunidade”, lamenta. Para o também artista Alamandrade, que ministrou oficinas no MAM e lá também expôs, “o museu, em particular o de arte, no seu acervo e na sua programação, deve refletir essa pluralidade, porque ele não é o lugar da exclusão, e sim do confronto, do diálogo com diferentes manifestações, compatível com a sua função e sua especificidade”, diz.
A diretora do MAM sonha com a volta do Salão de Artes. Da Bienal, ninguém fala. Por hora, o acervo de mais 1,2 mil obras que inclui artistas como Djanira, Di Cavalcanti, Alfredo Volpi, Carybé, Rubem Valentim e Portinari, dentre outros, continurão privadas de admiradores. Assim como o pôr-do-sol, agora proibido.
Ameaça de fecharAgora, o museu que já integrou o circuito de arte internacional, luta para não fechar. Com as obras paradas, perdeu a vitalidade. O barracão de obras, abandonado pela Construtora Pentágono, virou depósito e refúgio dos seguranças. “Guardamos as coisas da gente lá”, conta um dos vigilantes, lamentando a existência de uma geladeira, “novinha em folha”, deixada lá. “Podiam dar a quem precisa”, sugere.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico, Histórico e Arquitetônico Nacional (Iphan), o Solar do Unhão virou um canteiro de escombros para todos os lados. No ano passado, segundo o diretor do Ipac, o governo liberou R$ 1 milhão para a obra. Depois, a fonte secou de vez.
Na primeira fase, foram recuperadas duas das três galerias, a capela e o telhado do casarão. Mas nada disso funciona conforme o planejado. Tudo está mal ajambrado. As crateras abertas para instalação do ar-condicionado central aguardam os equipamentos serem comprados. O cinema está a espera de cadeiras, de climatização, dos projetores e demais equipamentos.
Segundo Oliveira, 60% da obra está concluída. Diz que espera recursos para finalizar. “Estamos aguardando R$ 2,5 milhões para dar um gás”. O dinheiro seria usado para adquirir os equipamentos.
O Solar do Unhão pede socorro. O que se vê por lá é um monte de entulho espalhado por toda a área. Por trás dos tapumes que isolam áreas, externas e internas, escondem-se lixo, restos de madeira e resíduos. A visão contrasta com a paisagem deslumbrante do mar que emoldura o conjunto secular.
“O MAM precisa voltar a existir para a cidade. O museu não tem tido uma atuação”, diz o artista Caetano Dias. A queixa dos artistas é geral. “Não tenho ido lá, mas pelo que me dizem a situação é desoladora. O museu se afastou dos artistas e da comunidade”, lamenta. Para o também artista Alamandrade, que ministrou oficinas no MAM e lá também expôs, “o museu, em particular o de arte, no seu acervo e na sua programação, deve refletir essa pluralidade, porque ele não é o lugar da exclusão, e sim do confronto, do diálogo com diferentes manifestações, compatível com a sua função e sua especificidade”, diz.
A diretora do MAM sonha com a volta do Salão de Artes. Da Bienal, ninguém fala. Por hora, o acervo de mais 1,2 mil obras que inclui artistas como Djanira, Di Cavalcanti, Alfredo Volpi, Carybé, Rubem Valentim e Portinari, dentre outros, continurão privadas de admiradores. Assim como o pôr-do-sol, agora proibido.
Todos os dias, centenas de pessoas se deslocavam para o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), para apreciar o sol se pôr na Baía de Todos-os-Santos. Desde o começo de maio passado, o espetáculo foi suspenso. A direção do espaço reduziu o horário de fechamento dos portões em duas horas. Agora, abre às 13h e fecha às 17h.
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