terça-feira, 13 de junho de 2017

BAHIA ABANDONA SUA CULTURA


MAM pede socorro: obras de reforma estão paradas há oito meses

Intervenção é a primeira e maior no Museu de Arte Moderna da Bahia, cujo projeto, de Lina Bo Bardi, é da década de 1960
Ronaldo Jacobina 
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Ameaça de fecharAgora, o museu que já integrou o circuito de arte internacional, luta para não fechar. Com as obras paradas, perdeu a vitalidade. O barracão de obras, abandonado pela Construtora Pentágono, virou depósito e refúgio dos seguranças. “Guardamos as coisas da gente lá”, conta um dos vigilantes, lamentando a existência de uma geladeira, “novinha em folha”, deixada lá. “Podiam dar a quem precisa”, sugere.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico, Histórico e Arquitetônico Nacional (Iphan), o Solar do Unhão virou um canteiro de escombros para todos os lados. No ano passado, segundo o diretor do Ipac, o governo liberou R$ 1 milhão para a obra. Depois, a fonte secou de vez.
Na primeira fase, foram recuperadas duas das três galerias, a capela e o telhado do casarão. Mas nada disso funciona conforme o planejado. Tudo está mal ajambrado. As crateras abertas para instalação do ar-condicionado central aguardam os equipamentos serem comprados. O cinema está a espera de cadeiras, de climatização, dos projetores e demais equipamentos. 
Segundo Oliveira, 60% da obra está concluída. Diz que espera recursos para finalizar. “Estamos aguardando R$ 2,5 milhões para dar um gás”. O dinheiro seria usado para adquirir os equipamentos.
O Solar do Unhão pede socorro. O que se vê por lá é um monte de entulho espalhado por toda a área. Por trás dos tapumes que isolam áreas, externas e internas, escondem-se lixo, restos de madeira e resíduos. A visão contrasta com a paisagem deslumbrante do mar que emoldura o conjunto secular.
“O MAM precisa voltar a existir para a cidade. O museu não tem tido uma atuação”, diz o artista Caetano Dias. A queixa dos artistas é geral. “Não tenho ido lá, mas pelo que me dizem a situação é desoladora. O museu se afastou dos artistas e da comunidade”, lamenta. Para o também artista Alamandrade, que ministrou oficinas no MAM e lá também expôs, “o museu, em particular o de arte, no seu acervo e na sua programação, deve refletir essa pluralidade, porque ele não é o lugar da exclusão, e sim do confronto, do diálogo com diferentes manifestações, compatível com a sua função e sua especificidade”, diz.
A diretora do MAM sonha com a volta do Salão de Artes. Da Bienal, ninguém fala. Por hora, o acervo de mais 1,2 mil obras que inclui artistas como Djanira, Di Cavalcanti, Alfredo Volpi, Carybé, Rubem Valentim e Portinari, dentre outros, continurão privadas de admiradores. Assim como o pôr-do-sol, agora proibido.
Ameaça de fecharAgora, o museu que já integrou o circuito de arte internacional, luta para não fechar. Com as obras paradas, perdeu a vitalidade. O barracão de obras, abandonado pela Construtora Pentágono, virou depósito e refúgio dos seguranças. “Guardamos as coisas da gente lá”, conta um dos vigilantes, lamentando a existência de uma geladeira, “novinha em folha”, deixada lá. “Podiam dar a quem precisa”, sugere.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico, Histórico e Arquitetônico Nacional (Iphan), o Solar do Unhão virou um canteiro de escombros para todos os lados. No ano passado, segundo o diretor do Ipac, o governo liberou R$ 1 milhão para a obra. Depois, a fonte secou de vez.
Na primeira fase, foram recuperadas duas das três galerias, a capela e o telhado do casarão. Mas nada disso funciona conforme o planejado. Tudo está mal ajambrado. As crateras abertas para instalação do ar-condicionado central aguardam os equipamentos serem comprados. O cinema está a espera de cadeiras, de climatização, dos projetores e demais equipamentos. 
Segundo Oliveira, 60% da obra está concluída. Diz que espera recursos para finalizar. “Estamos aguardando R$ 2,5 milhões para dar um gás”. O dinheiro seria usado para adquirir os equipamentos.
O Solar do Unhão pede socorro. O que se vê por lá é um monte de entulho espalhado por toda a área. Por trás dos tapumes que isolam áreas, externas e internas, escondem-se lixo, restos de madeira e resíduos. A visão contrasta com a paisagem deslumbrante do mar que emoldura o conjunto secular.
“O MAM precisa voltar a existir para a cidade. O museu não tem tido uma atuação”, diz o artista Caetano Dias. A queixa dos artistas é geral. “Não tenho ido lá, mas pelo que me dizem a situação é desoladora. O museu se afastou dos artistas e da comunidade”, lamenta. Para o também artista Alamandrade, que ministrou oficinas no MAM e lá também expôs, “o museu, em particular o de arte, no seu acervo e na sua programação, deve refletir essa pluralidade, porque ele não é o lugar da exclusão, e sim do confronto, do diálogo com diferentes manifestações, compatível com a sua função e sua especificidade”, diz.
A diretora do MAM sonha com a volta do Salão de Artes. Da Bienal, ninguém fala. Por hora, o acervo de mais 1,2 mil obras que inclui artistas como Djanira, Di Cavalcanti, Alfredo Volpi, Carybé, Rubem Valentim e Portinari, dentre outros, continurão privadas de admiradores. Assim como o pôr-do-sol, agora proibido.

Todos os dias, centenas de pessoas se deslocavam para o Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM), para apreciar o sol se pôr na Baía de Todos-os-Santos. Desde o começo de maio passado, o espetáculo foi suspenso. A direção do espaço reduziu o  horário de fechamento dos portões em duas horas. Agora, abre às 13h e fecha às 17h. 



complexo museológico, criado por Lina Bo Bardi nos anos 1960 para abrigar a arte contemporânea, iniciou uma reforma em 2013 que não tem data para acabar. Está parada há mais de oito meses por falta de recursos. Dos R$ 15,7 milhões previstos, R$ 8 milhões já foram consumidos.
A alternativa para quem gosta de avistar o sol sumir no mar da baía na companhia da arte seria então o Espaço Mário Cravo, mais conhecido como Parque das Esculturas. Criado em 1998 como uma extensão do MAM para abrigar esculturas de artistas contemporâneos, o espaço está abandonado, fechado ao público por questão de segurança e sem previsão de reabrir. Por lá, tudo está em ruínas.
A passarela de madeira que dá acesso a obras de artistas como Tunga, Carybé, Siron Franco, Mário Cravo, Mestre Didi, Tati Moreno, Emanuel Araújo e tantos outros gravadores da cena artística nacional e internacional está comprometida. O guarda-corpo de madeira que circunda a passarela está em decomposição.
Caminhar pelo espaço é como andar num cemitério abandonado. A sensação torna-se ainda mais real quando cruzamos com as três figuras humanas de concreto assinadas pela artista alemã Janaina Tschäpe. Os “corpos” estão cobertos pelo mato. A placa de identificação da obra está a metros de distância e requer esforço para desvendá-la.
O cenário de abandono torna-se maior quando nos deparamos com obras de artistas consagrados como Mestre Didi e Carybé. A primeira, descolorida, a outra faltando partes. 
A Sala Rubem Valentim, que reúne grande parte do acervo do artista baiano, está fechada. A diretora do MAM, Ana Liberato, não consegue esconder seu constrangimento diante do cenário. Sensível, tenta manter a postura de gestora firme, mas o seu corpo denuncia sua tristeza por não ter o que fazer. 
Obra paralisadaA crise no MAM se agravou quando o dinheiro para prosseguir com as obras escasseou. Há mais de oito meses a Construtora Pentágono, responsável pela obra, fechou o barracão e demitiu os operários. A obra parou de vez. “Não tínhamos como continuar. Seguramos até onde podíamos, depois a situação ficou insustentável porque não recebemos mais nada e ainda ficaram nos devendo, Aí tivemos que paralisar”, conta Mateus Amorim, diretor da empresa. 
Coube a João Carlos Oliveira, diretor do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), órgão da Secretaria de Cultura, responsável pela gestão de museus, cortar custos. Ele foi direto na carne. Dispensou 132 contratados em Regime Especial de Direito Administrativo (Reda). Destes, 24 atuavam no MAM como monitores.
Além destes, a área de vigilância também sofreu cortes. De cada grupo de oito vigilantes que se revezavam em quatro turnos, dois foram dispensados.  Segundo Oliveira, todos os contratos venceram ao mesmo tempo. A equipe, diz o diretor, será substituída por outro modelo de contratação.
“Este é meu modelo de gestão, reduzir o quadro e colocar as equipes para circular pela estrutura do Ipac”, justifica. Sua ideia, conta, é substituí-los  por jovens do programa Primeiro Emprego. Todos de nível médio. Oliveira garante que cerca de 60 ex-redas serão recontratados por empresas terceirizadas. Só não sabe precisar quando. 
Ameaça de fecharAgora, o museu que já integrou o circuito de arte internacional, luta para não fechar. Com as obras paradas, perdeu a vitalidade. O barracão de obras, abandonado pela Construtora Pentágono, virou depósito e refúgio dos seguranças. “Guardamos as coisas da gente lá”, conta um dos vigilantes, lamentando a existência de uma geladeira, “novinha em folha”, deixada lá. “Podiam dar a quem precisa”, sugere.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico, Histórico e Arquitetônico Nacional (Iphan), o Solar do Unhão virou um canteiro de escombros para todos os lados. No ano passado, segundo o diretor do Ipac, o governo liberou R$ 1 milhão para a obra. Depois, a fonte secou de vez.
Na primeira fase, foram recuperadas duas das três galerias, a capela e o telhado do casarão. Mas nada disso funciona conforme o planejado. Tudo está mal ajambrado. As crateras abertas para instalação do ar-condicionado central aguardam os equipamentos serem comprados. O cinema está a espera de cadeiras, de climatização, dos projetores e demais equipamentos. 
Segundo Oliveira, 60% da obra está concluída. Diz que espera recursos para finalizar. “Estamos aguardando R$ 2,5 milhões para dar um gás”. O dinheiro seria usado para adquirir os equipamentos.
O Solar do Unhão pede socorro. O que se vê por lá é um monte de entulho espalhado por toda a área. Por trás dos tapumes que isolam áreas, externas e internas, escondem-se lixo, restos de madeira e resíduos. A visão contrasta com a paisagem deslumbrante do mar que emoldura o conjunto secular.
“O MAM precisa voltar a existir para a cidade. O museu não tem tido uma atuação”, diz o artista Caetano Dias. A queixa dos artistas é geral. “Não tenho ido lá, mas pelo que me dizem a situação é desoladora. O museu se afastou dos artistas e da comunidade”, lamenta. Para o também artista Alamandrade, que ministrou oficinas no MAM e lá também expôs, “o museu, em particular o de arte, no seu acervo e na sua programação, deve refletir essa pluralidade, porque ele não é o lugar da exclusão, e sim do confronto, do diálogo com diferentes manifestações, compatível com a sua função e sua especificidade”, diz.
A diretora do MAM sonha com a volta do Salão de Artes. Da Bienal, ninguém fala. Por hora, o acervo de mais 1,2 mil obras que inclui artistas como Djanira, Di Cavalcanti, Alfredo Volpi, Carybé, Rubem Valentim e Portinari, dentre outros, continurão privadas de admiradores. Assim como o pôr-do-sol, agora proibido.


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