quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

GENTE FINA E CRIMINOSA

 Dona da Torre Bela acusada de vários crimes ambientais no Brasil





 acusação é da AMAM – Associação de Moradores e Amigos de Massarandupió, que enumera em comunicado o que a empresa Entre Rios Villas & Resorts alegadamente tem feito nas propriedades que detém nessa faixa costeira da Bahia há vários anos: "Queimadas de árvores nativas, ocupação das nossas dunas, cercamento dos nossos rios e posse da nossa estrada de acesso à praia."

O caso tem sido notícia na imprensa brasileira ao longo dos anos (
aqui e aqui os mais recentes) e desde janeiro que corre no Ministério Público do Estado da Bahia uma queixa contra a empresa. "Apurar possível supressão indevida de vegetação nativa e possível cercamento do Rio Massarandupió, em Massarandupió, Entre Rios/BA, no caminho da praia desta localidade, sob a suposta responsabilidade da empresa Entre Rios Villas e Resorts", lê-se no resumo do Inquérito Civil - IDEA nº 167.9.5573/2020.

Segundo a AMAM, que cita os registos da Junta Comercial do Estado da Bahia, a empresa Entre Rios Villas & Resorts foi constituída em 2001 (antes chamava-se Pacab Brasil), e "é de propriedade da Sra. Ana Cristina Nunes de Albuquerque, de nacionalidade portuguesa, e do Sr. José Carlos Arruti Rey, brasileiro." Outros sites online de registos de empresas citam também a portuguesa como sócia/dona da empresa.

Uma dissertação de mestrado (apresentada em 2009 no Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia), da autoria de Maria de Lourdes de Costa Souza, diz que a primeira queixa ao Ministério Público remonta a 2005. "Desde o ano de 2002, a empresa Entre Rios Villas & Resorts [com sede na fazenda Gleba Sauípe, em Massarandupió, no caminho da praia] vem tentando de maneira ostensiva e arbitrária impedir o acesso de pessoas da nossa comunidade à praia, construindo no meio do acesso mourões que sustentariam cancelas e fechando a servidão existente há mais de cem anos", lê-se na queixa da AMAM, citada no documento.

"A comunidade local pacífica e ordeira viu-se obrigada a reagir e responder a esta agressão, cortando os ditos mourões. Após esta investida, a empresa vem dificultando o acesso às praias, estreitanto a passagem com cercas entre as dunas, rios e restingas que são objeto de preservação ambiental conforme decreto estadual."

O caso (que pode ser consultado na referida dissertação de mestrado, 
aqui, na pág. 172) teve desenvolvimentos, com a AMAM a acusar a empresa portuguesa de filmar os protestantes, de chamar a polícia e desta ter tido uma atuação que consideram humilhante e musculada. A empresa portuguesa terá também ameaçado os populares de os proibir de recolherem do chão materiais vegetais usados na confeção de artesanato local e que são fonte de rendimento.



A dissertação faz um historial do que pode estar em causa. Em fevereiro de 2001, a Entre Rios Villas & Resorts (que na altura se chamava Pacab do Brasil) comprou num leilão "áreas reflorestadas e áreas costeiras" da "massa falida da Indústria de Papéis Santo Amaro". O terreno tinha 5.558 hectares.

Diz o texto: "O contrato social desta empresa [Pacab do Brasil] estabelece na sua cláusula terceira, que o objetivo é a produção, extração, transformação, comercialização e exportação de produtos agropecuários e florestais, porém, logo em seguida ao leilão, a empresa altera a sua razão social, que passa a ser Entre Rios Villas & Resort, que pretende implantar empreendimento turístico de grande porte."

A empresa terá começado então a expulsar alguns habitantes que há décadas usavam as terras para cultivo (um processo que corre paralelo nos tribunais). E terá começado também a cercar a propriedade, o que implicava praticamente vedar o acesso à praia, o que por sua vez daria à mesma um carácter praticamente exclusivo para hóspedes de um futuro hotel. Começaram aqui os protestos da população (ações que incluem o derrube de cercas e vedações) que regularmente são objeto de notícia nos media locais.

Em 2005, "a representante da empresa [o documento não diz quem é] declara no Jornal Tribuna da Bahia, que o grupo prevê uma implantação num horizonte de dez a vinte anos de um conjunto de unidades hoteleiras de altíssimo padrão e condomínios de nível internacional". Mais: "Alegam ainda, que a ação dos moradores vem de encontro a 'algo que os portugueses e o mundo civilizado consideram sagrado: a propriedade privada'. A frase não é clara - aparentemente, subentende-se que "moradores" aqui são os proprietários da herdade.



Fonte: Dissertação Maria de Lourdes Costa Souza


Estes empresários espanhóis (a família Matutes) são donos 
desta cadeia de 18 hotéis internacionais. Alguns negócios são em Portugal, via outra empresas. Por exemplo, através da Mabel Capital, esta mega-compra imobiliária no Rossio em 2018. O negócio é referente ao famoso quarteirão da pastelaria Suíça, que está em obras de remodelação (o outro sócio na Mabel Capital é o empresário Manuel Campos Guallar)

Voltando ao Brasil, o documento refere que o poder local na Bahia esteve sempre do lado dos investidores (em 2019, a empresa divulgou mesmo um documento da prefeitura local em sua defesa), mas diz também que não é permitida construção a 300 metros da praia naquele local.

SÁBADO ligou e enviou email para a Quinta do Convento da Visitação (propriedade de Cristina Albuquerque em Vila Verde dos Francos) bem como para o escritório das Amoreiras (Lisboa) onde tem a sede de várias das suas empresas, mas não obteve qualquer resposta.

ABAFADO UM CASO DE ASSÉDIO SEXUAL

OS AMIGOS FORAM MAIS FORTES

O CALCETEIRO DE COIMBRA

por Bernardo Oliveira


Numa dessas manhãs que por aí passam, onde as pessoas caminham atarefadas e o tempo urge em ser cumprido, sentei-me na esplanada de uma pastelaria para tomar o meu pequeno-almoço. Enquanto várias personalidades iam caminhando pelas ruas em meu redor, sobretudo jovens universitários, ou não estivesse eu na cidade dos estudantes, alguém em particular captou a atenção.

De joelhos, martelo na mão e um arsenal de pedras perto de si, um senhor cumpria com toda a perfeição a tarefa que lhe tinha sido atribuída. Sem régua nem esquadro, sem cálculos matemáticos nem fórmulas mirabolantes, este senhor colocava cada pedra na areia como se estivesse a plantar uma das flores mais bonitas e delicadas do universo. As suas mãos transmitiam perfeição, e a calçada que ia desenhando era merecedora de todos os elogios do mundo.

Enquanto isso, pessoas passavam por ele como se ali não estivesse ninguém. Talvez por estar numa posição tão baixa, ou por outro motivo qualquer, ninguém parecia dar conta que ali estava o calceteiro mais dedicado da cidade. Quem por ali caminhava fazia-o em ritmo acelerado, porque há horários na vida que têm de ser cumpridos, e não há tempo sequer para disfrutar dos pequenos prazeres da vida. 

Ainda assim, o calceteiro lá continuava. Martelava com bonita dedicação, e não precisava de um sequer elogio para continuar focado na execução da sua obra de arte. Vemos tanta gente maldisposta nos serviços que exercem por não sentirem gosto naquilo que fazem e, pelo contrário, aquele senhor parecia tão feliz como uma criança que brinca livremente num parque infantil. A máscara que trazia no rosto, que de vez em quando teimava em cair até ao queixo, permitiu-me ver por breves instantes os jeitos que fazia com a boca, que davam conta da profunda concentração em alinhar da melhor forma as pedras que tinha à disposição.

Atualmente, há prémios por tudo e por nada. Premeia-se até aqueles que nada fizeram, ou que até prejuízo deram, com bónus chorudos que entram suavemente nos bolsos sem razão nem porquê. No entanto, este senhor não precisou de nada disso para se dedicar à sua nobre tarefa. Realizou-a com a mestria de muito poucos. No final de contas, o premiado fui eu, que pude assistir à sua obra-prima. E não paguei por isso.

A TEMPESTADE PERFEITA

 A tempestade perfeita que poderá custar o mandato de Bolsonaro

  • Ele é uma ameaça à vida alheia

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

PÍERRE CARDIN TEVE UM CASO...

 ... COM FERNANDO COLLOR -


Quando Collor de Melo foi eleito presidente, Pierre Cardin, ao encontrar um amigo brasileiro em Paris, comentou: "já transei muito com seu novo presidente". Tudo aconteceu em 1973, durante as filmagens de "Joana Francesa", em Alagoas. Nessa época Cardin era casado com a grande estrela do cinema francês Jeanne Moreau. Encantada com o sucesso do Cinema Novo, a atriz aceitou o convite do cineasta Cacá Diegues para rodar um filme no Brasil. Mais precisamente em Alagoas, terra natal do diretor. E o famoso estilista francês decidiu produzir o filme do Cacá, a história de uma cafetina francesa que recebe como herança de um de seus clientes um engenho de cana no interior do estado.

A chegada em Alagoas do grande Pierre Cardin e da divina Jeanne Moreau provocou um verdadeiro frissom na sociedade local. Todos ficaram deslumbradíssimos com a presença daquelas celebridades internacionais no estado.
Na época Fernando Collor era um jovem bonitão de apenas 23 anos, membro da rica e tradicional família alagoana. Deslumbrado com a presença das estrelas do jet set internacional, o jovem Collor quis participar da produção do filme. E foi contratado como assistente de produção. Ao ver aquele rapaz bonito, disposto a fazer qualquer coisa pelo cinema brasileiro, Pierre Cardin o escalou para ser seu assistente pessoal. Uma espécie de faz tudo do produtor. O jovem Collor ficou deslumbradíssimo com essa oportunidade. Afinal, naquela época, Cardin já era um mito da moda. Uma grife internacional. Uma das atribuições do jovem Collor era atuar como motorista do Cardin. Era ele quem levava Cardin para conhecer os canaviais de Alagoas que iriam servir de locações para as filmagens.
Assim, enquanto Jeanne Moreau filmava cenas e mais cenas com Cacá Diegues, o estilista Cardin se esbaldava em aventuras sexuais com o jovem Fernando Collor nos canaviais alagoanos. E assim, nos braços daquele nativo bonitão, era o Cardin quem se sentia a própria "Joana Francesa".
Cinema é a maior diversão.

VOCÊ É CONTRA A VACINA?



POIS ACHO QUE VAI MUDAR DE OPINIÃO:

 https://www.facebook.com/wevertonsenador/videos/187777393038179/?__cft__[0]=AZWBKAW3H5fP9KC_rTBayVPZ7CD1a936emWdyVoZ_tFCXgy4UIuMaUxwMLEo1tRW9ghKs7zYgEYRMzkkzUFHeYboErOI50zLIz2vEh-Ovn2N8HCUjLH32X4A2qhXgsGc2NBXXzYA4EA82Hy52jRzFnPv3DmKJ2ymzU-TVj4x6gbgow&__tn__=%2B%3FFH-y-R

O SALÃO ASSÍRIO DO TEATRO MUNICIPAL

 SALÃO NO SUBSOLO DO THEATRO MUNICIPAL: JOIA EM ESTILO BABILÔNICO, ASSYRIO E PERSA



Uma pérola pouco conhecida do Rio é o salão do antigo restaurante Assyrio, no subsolo do Theatro Municipal do Rio. Diferentemente do estilo europeu do teatro, a decoração é resultante de uma composição entre os estilos babilônico, assyrio e persa. Remete à região da Babilônia e Assyria, onde é nítida a referência ao Palácio de Xerxes, em Persepolis (cerca de A.C, 485-465).
 
O espaço, com divisão em dois planos, possui o  teto baixo,  sustentado por colunas que terminam com cabeças de touro, em estilo persa. 




As paredes do Salão, todas revestidas em cerâmica esmaltada, são decoradas por paineis de mosaico. Ali podemos apreciar  a frisa dos leões e a rampa das escadas do palácio de Artaxerxes, assim como a frisa dos arqueiros, original da sala do trono de Dario I, e os enormes Kerub, seres alados, que guarnecem as escadas.





Há ainda, em paredes opostas, duas  belíssimas fontes – a primeira representa o lendário herói Gilgamesh, rei da Suméria, que aparece asfixiando um leão em um alto-relevo, cujo original (Héros maîtrisant un lion) se encontra no Museu do Louvre, na França, sendo este  o único detalhe puramente assírio da decoração; a segunda mostra o imperador Dario apunhalando um gênio do mal, inspirado na decoração de seu palácio, em Persépolis.



 

A evocação deste período histórico é visível pelos espelhos engastados em bronze antigo e os lustres têm inspiração islâmica e as luminárias, nos espelhos entre as portas, são montadas sobre touros.

As portas do salão ganharam molduras de pedra gravadas com margaridas, a flor sagrada da Mesopotâmia.



 Durante muitos anos funcionou no local o restaurante Assyrio. O Salão os primeiros grandes bailes de máscaras do Municipal. Ali funcionou também um cabaré – onde se apresentava Pixinguinha, acompanhado de seu legendário grupo Os Oito Batutas – e ainda o Museu do Theatro. Após a restauração ocorrida  entre 1976 e 1978, o espaço retornou à sua atividade de restaurante até fechar.
 
O local só pode ser visitado hoje com os roteiros guiados do Teatro Municipal.
 
Praça Floriano, s/nº | Cinelândia, Rio de Janeiro
Sala Mário Tavares: Av. Almirante Barroso, 14-16
 
Fonte: Theatro Municipal do Rio

PELA CASSAÇÃO DO DEPUTADO

 Abaixo-assinado pela cassação do deputado Eduardo Bolsonaro. Queremos recolher o maior número possível delas para entregar ao Conselho de Ética da Câmara, que receberá a denúncia do PSOL e da oposição pedindo a cassação do mandato do filho do presidente por apologia explícita à ditadura militar.


Precisamos da sua ajuda para divulgar o abaixo-assinado. Publique nas suas redes sociais e nos grupos do WhatsApp. Fortaleça essa mobilização para deter os planos autoritários da família Bolsonaro. O AI-5 foi a medida mais ditatorial do regime militar, não dá pra ficar por isso mesmo a ameaça de fechamento do Congresso Nacional.

https://samiabomfim.com.br/cassacao-eduardo-bolsonaro

Vamos com coragem. O Brasil é muito melhor do que família Bolsonaro.

- Sâmia, David e Fernanda

PESSOA CORRUPTA DO ANO

 

Bolsonaro é eleito Pessoa Corrupta do Ano por consórcio investigativo



O presidente Jair Bolsonaro encerra 2020 com uma honraria às avessas: ele foi eleito a Pessoa Corrupta do Ano pelo Projeto de Reportagem sobre Corrupção e Crime Organizado (OCCRP, em inglês), um consórcio global de jornalistas investigativos ligado a projetos como o Panama Papers.
A escolha do presidente brasileiro para o ‘antiprêmio’ foi feita nesta quarta-feira 30 após a votação de um conselho de profissionais que cobrem o tema.

“Eleito na esteira do escândalo da Lava Jato e como um candidato anticorrupção, Bolsonaro se cercou de figuras corruptas, usou a propaganda para promover sua agenda populista, atacou o sistema de Justiça e travou uma guerra destrutiva contra a região Amazônica, que enriqueceu alguns dos piores donos de terra do País”, afirmou o consórcio em texto que explica as motivações para a nomeação.

Acompanhando Bolsonaro como vencedores das últimas edições, estão os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, Ilham Aliyev, do Azerbeijão, Rodrigo Duterte, das Filipinas, e Nicolás Maduro, da Venezuela.


COMENTÁRIO DO BLOGUEIRO: Só faltou, nesta lista de bandidos o Netanyahu, primeiro-ministro (por enquanto) de Israel

O NOME DOS IDIOTAS

 

Convidados de Neymar chegam de jatinho para festa de Ano-Novo; saiba nomes

por Folhapress





A festa de Ano-Novo envolvendo o nome do craque de futebol Neymar Jr., 28, não para de ganhar novos desdobramentos. O planejamento do evento (clique aqui), que acontece na região da Costa Verde, no Rio de Janeiro, desde o último dia 25, conta com uma organização de luxo e uma lista de convidados famosos.

Entre os nomes que marcam presença no evento, que segundo o colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, deverá custar em torno de R$ 4 milhões, estão os dos cantores Kevinho, Alexandre Pires e o grupo Jeito Moleque. Para prevenir os penetras, cada convidado usa uma pulseira VIP, que de acordo com a revista Quem, é uma forma de identificar quem realmente faz parte da lista de Neymar.

A DJ Miss Natália, por exemplo, não se conteve e deixou "escapar" a pista, ao publicar uma foto em que aparece usando a pulseira e tem como localização o local do evento. Na postagem, estava também a youtuber Ana Liz Bittencourt. Já a influenciadora digital Camila Loures chegou de jatinho para a festa. Ela posou para uma foto no jato particular a caminho da cidade de Mangaratiba.

Ainda segundo informações de Ancelmo Gois, Neymar comprou um hangar desativado, da Fazenda Bom Jardim, para receber os convidados (clique aqui).

Procurada pela reportagem nesta segunda-feira (28), a assessoria do jogador se limitou a dizer que não haverá festa em sua residência. A agência de eventos Fábrica publicou na noite de domingo (27) uma nota de esclarecimento e confirmou a realização de uma festa de Réveillon na região da Costa Verde, no Rio de Janeiro, mas sem citar o nome do jogador.

Segundo a empresa, a festa "receberá aproximadamente 150 pessoas", e não 500, como havia sido informado pelo jornalista Ancelmo Gois. Entretanto, promover aglomerações contraria as orientações das agências de saúde devido à recente alta de contaminação e mortes provocadas pelo novo coronavírus.

Diante do cenário da Covid-19, a festa tem gerado insatisfação entre os moradores de Mangaratiba, informou a CNN Brasil. Um funcionário do condomínio onde o evento tem sido realizado afirmou ao canal de televisão que a comemoração movimenta o local com entrada e saída de pessoas o tempo todo.

Ainda segundo a CNN Brasil, a assessoria do grupo musical "Vou pro Sereno" confirmou a apresentação no evento particular do jogador. As notícias sobre o evento apontam que Neymar proibiu que os convidados entrem com celulares na festa, para evitar a divulgação de fotos ou vídeos da comemoração nas redes sociais.

HAIR... VOCÊ SE LEMBRA?

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

EDGAR MORIN, MON CADEAU...

... DE NOUVEL AN

Edgar Morin, pseudônimo de Edgar Nahoum (Paris8 de julho de 1921), é um antropólogosociólogo e filósofo francês judeu de origem sefardita.

Pesquisador emérito do CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique). Formado em Direito, História e Geografia, realizou estudos em Filosofia, Sociologia e Epistemologia. Autor de mais de trinta livros, entre eles: O método (6 volumes), Introdução ao pensamento complexoCiência com consciência e Os sete saberes necessários para a educação do futuro.

Durante a Segunda Guerra Mundial, participou da Resistência Francesa.

É considerado um dos principais pensadores contemporâneos e um dos principais teóricos do campo de estudos da complexidade, que inclui perspectivas anglo-saxônicas e latinas. Sua abordagem é conhecida como "pensamento complexo" ou "paradigma da complexidade". Morin não se identifica como "teórico da complexidade" nem pretende limitar seus estudos às chamadas "ciências da complexidade". Ele distingue entre perspectivas restritas, limitadas, e amplas ou generalizadas da complexidade (MORIN, 2005).


segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

SETE PECADOS CAPITAIS

KURT WEILL


A ópera-balé Os Sete Pecados Capitais da Pequena Burguesia, de Kurt Weill e Bertold Brecht, composta em 1933, retrata as condições dessa classe social na derrocada da ordem democrática com a ascensão do nazismo na Alemanha, por meio da personagem Anna, que em sete anos vê todos os seus sonhos de ascensão social ruírem. 
A obra expressa a visão marxista na doutrina das classes.

VAIDADE NA VIDA ACADÊMICA

 Precisamos falar sobre a vaidade na vida acadêmica





A vaidade intelectual marca a vida acadêmica. Por trás do ego inflado, há uma máquina nefasta, marcada por brigas de núcleos, seitas, grosserias, humilhações, assédios, concursos e seleções fraudulentas. Mas em que medida nós mesmos não estamos perpetuando esse modus operandi para sobreviver no sistema? Poderíamos começar esse exercício auto reflexivo nos perguntando: estamos dividindo nossos colegas entre os “fracos” (ou os medíocres) e os “fodas” (“o cara é bom”).

As fronteiras entre fracos e ‘fodas’ começam nas bolsas de iniciação científica da graduação. No novo status de bolsista, o aluno começa a mudar a sua linguagem. Sem discernimento, brigas de orientadores são reproduzidas. Há brigas de todos os tipos: pessoais (aquele casal que se pegava nos anos 1970 e até hoje briga nos corredores), teóricas (marxistas para cá; weberianos para lá) e disciplinares (antropólogos que acham sociólogos rasos generalistas, na mesma proporção em que sociólogos acham antropólogos bichos estranhos que falam de si mesmos).

A entrada no mestrado, no doutorado e a volta do doutorado sanduíches vão demarcando novos status, o que se alia a uma fase da vida em que mudar o mundo já não é tão importante quanto publicar um artigo em revista qualis A1 (que quase ninguém vai ler).

Na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, dizíamos que quando alguém entrava no mestrado, trocava a mochila por pasta de couro. A linguagem, a vestimenta e o ethos mudam gradualmente. E essa mudança pode ser positiva, desde que acompanhada por maior crítica ao sistema e maior autocrítica – e não o contrário.

A formação de um acadêmico passa por uma verdadeira batalha interna em que ele precisa ser um gênio. As consequências dessa postura podem ser trágicas, desdobrando-se em dois possíveis cenários igualmente predadores: a destruição do colega e a destruição de si próprio.

O primeiro cenário engloba vários tipos de pessoas (1) aqueles que migraram para uma área completamente diferente na pós-graduação; (2) os que retornaram à academia depois de um longo tempo; (3) os alunos de origem menos privilegiada; (4) ou que têm a autoestima baixa ou são tímidos. Há uma grande chance destas pessoas serem trituradas por não dominarem o ethos local e tachadas de “fracos”.

Os seminários e as exposições orais são marcados pela performance: coloca-se a mão no queixo, descabela-se um pouco, olha-se para cima, faz-se um silêncio charmoso acompanhado por um impactante “ãaaahhh”, que geralmente termina com um “enfim” (que não era, de fato, um “enfim”). Muitos alunos se sentem oprimidos nesse contexto de pouca objetividade da sala de aula. Eles acreditam na genialidade daqueles alunos que dominaram a técnica da exposição de conceitos.

Hoje, como professora, tenho preocupações mais sérias como estes alunos que acreditam que os colegas são brilhantes. Muitos deles desenvolvem depressão, acreditam em sua inferioridade, abandonam o curso e não é raro a tentativa de suicídio como resultado de um ego anulado e destruído em um ambiente de pressão, que deveria ser construtivo e não destrutivo.

Mas o opressor, o “foda”, também sofre. Todo aquele que se acha “bom” sabe que, bem lá no fundo, não é bem assim. Isso pode ser igualmente destrutivo. É comum que uma pessoa que sustentou seu personagem por muitos anos, chegue na hora de escrever e bloqueie.

Imagine a pressão de alguém que acreditou a vida toda que era foda e agora se encontra frente a frente com seu maior inimigo: a folha em branco do Word. É “a hora do vâmo vê”. O aluno não consegue escrever, entra em depressão, o que pode resultar no abandono da tese. Esse aluno também é vítima de um sistema que reproduziu sem saber; é vítima de seu próprio personagem que lhe impõe uma pressão interna brutal.

No fim das contas, não é raro que o “fraco” seja o cavalinho que saiu atrasado e faça seu trabalho com modéstia e sucesso, ao passo que o “foda” não termine o trabalho. Ademais, se lermos o TCC, dissertação ou tese do “fraco” e do “foda”, chegaremos à conclusão de que eles são muito parecidos.

A gradação entre alunos é muito menor do que se imagina. Gênios são raros. Enroladores se multiplicam. Soar inteligente é fácil (é apenas uma técnica e não uma capacidade inata), difícil é ter algo objetivo e relevante socialmente a dizer.

Ser simples e objetivo nem sempre é fácil em uma tradição “inspirada” (para não dizer colonizada) na erudição francesa que, na conjuntura da França, faz todo o sentido, mas não necessariamente no Brasil, onde somos um país composto majoritariamente por pessoas despossuídas de capitais diversos.

É preciso barrar imediatamente este sistema. A função da universidade não é anular egos, mas construí-los. Se não dermos um basta a esse modelo a continuidade desta carreira só piora. Criam-se anti-professores que humilham alunos em sala de aula, reunião de pesquisa e bancas. Anti-professores coagem para serem citados e abusam moral (e até sexualmente) de seus subalternos.

Anti-professores não estimulam o pensamento criativo: por que não Marx e Weber? Anti-professores acreditam em lattes e têm prazer com a possibilidade de dar um parecer anônimo, onde a covardia pode rolar às soltas.

O dono do Foucault

Uma vez, na graduação, aos 19 anos, eu passei dias lendo um texto de Foucault e me arrisquei a fazer comparações. Um professor, que era o dono do Foucault, me disse: “não é assim para citar Foucault”.

Sua atitude antipedagógica, anti-autônoma e anti-criativa, me fez deixar esse autor de lado por muitos anos até o dia em que eu tive que assumir a lecture “Foucault” em meu atual emprego. Corrigindo um ensaio, eu quase disse a um aluno, que fazia um uso superficial do conceito de discurso, “não é bem assim…”.

Seria automático reproduzir os mecanismos que me podaram. É a vingança do oprimido. A única forma de cortamos isso é por meio da autocrítica constante. É preciso apontar superficialidade, mas isso deve ser um convite ao aprofundamento. Esquece-se facilmente que, em uma universidade, o compromisso primordial do professor é pedagógico com seus alunos, e não narcisista consigo mesmo.

Quais os valores que imperam na academia? Precisamos menos de enrolação, frases de efeitos, jogo de palavras, textos longos e desconexos, frases imensas, “donos de Foucault”. Se quisermos que o conhecimento seja um caminho à autonomia, precisamos de mais liberdade, criatividade, objetividade, simplicidade, solidariedade e humildade.

O dia em que eu entendi que a vida acadêmica é composta por trabalho duro e não genialidade, eu tirei um peso imenso de mim. Aprendi a me levar menos a sério. Meus artigos rejeitados e concursos que fiquei entre as últimas colocações não me doem nem um pouquinho. Quando o valor que impera é a genialidade, cria-se uma “ilusão autobiográfica” linear e coerente, em que o fracasso é colocado embaixo do tapete. É preciso desconstruir o tabu que existe em torno da rejeição.

Como professora, posso afirmar que o número de alunos que choraram em meu escritório é maior do que os que se dizem felizes. A vida acadêmica não precisa ser essa máquina trituradora de pressões múltiplas. Ela pode ser simples, mas isso só acontece quando abandonamos o mito da genialidade, cortamos as seitas acadêmicas e construímos alianças colaborativas.

Nós mesmos criamos a nossa trajetória. Em um mundo em que invejas andam às soltas em um sistema de aparências, é preciso acreditar na honestidade e na seriedade que reside em nossas pesquisas.

Transformação

Tudo depende em quem queremos nos espelhar. A perversidade dos pequenos poderes é apenas uma parte da história. Minha própria trajetória como aluna foi marcada por orientadoras e orientadores generosos que me deram liberdade única e nunca me pediram nada em troca.

Assim como conheci muitos colegas que se tornaram pessoas amargas (e eternamente em busca da fama entre meia dúzia), também tive muitos colegas que hoje possuem uma atitude generosa, engajada e encorajadora em relação aos seus alunos.

Vaidade pessoal, casos de fraude em concursos e seleções de mestrado e doutorado são apenas uma parte da história da academia brasileira. Tem outra parte que versa sobre criatividade e liberdade que nenhum outro lugar do mundo tem igual. E essa criatividade, somada à colaboração, que precisa ser explorada, e não podada.

Hoje, o Brasil tem um dos cenários mais animadores do mundo. Há uma nova geração de cotistas ou bolsistas Prouni e Fies, que veem a universidade com olhos críticos, que desafiam a supremacia das camadas médias brancas que se perpetuavam nas universidades e desconstroem os paradigmas da meritocracia.

Soma-se a isso o frescor político dos corredores das universidades no pós-junho e o movimento feminista que só cresce. Uma geração questionadora da autoridade, cansada dos velhos paradigmas. É para esta geração que eu deixo um apelo: não troquem o sonho de mudar o mundo pela pasta de couro em cima do muro.




POR FALAR EM SINOS

OS SINOS DE BANFF

Banff é uma cidade turística na província de Alberta, localizada no Parque Nacional de Banff. 



Os picos do Mt. Rundle e do Mt. Cascade, parte das Montanhas Rochosas, dominam o horizonte. 

Na Avenida Banff, a rua principal, butiques e restaurantes misturam-se a hotéis de estilo château e lojas de souvenirs. 

Os 6.500 quilômetros quadrados de parque ao redor abrigam espécies de vida selvagem, como uapitis e ursos-pardos.