O Terreiro de jesus quando os "arquitetos paisagista"
ainda respeitavam as árvores do centro histórico
ainda respeitavam as árvores do centro histórico
Oitenta anos depois da morte do poeta, o verso permanece atual.
Todos nós queremos verde. Todos? Bem... Limitemos a afirmação ao cidadão comum, já que
os senhores que governam esta terra preferem o concreto concretíssimo.
Entre o
asfalto e o cimento, preparam uma ante-sala do inferno, um mundo impermeável
desprovido de verde. A ofensiva anti-ambiental de Temer sucede às omissões dos
governos anteriores, todos apoiando irrestritamente a supressão da Mata
Atlântica, da Amazônia e das matas ciliares. Matam a mata. Não somente fauna e
flora, mas até os rios. O processo de desertificação avança, sob o olhar
indiferente do agronegócio. Obrigado Kátia Abreu, José Carlos Bumlai, Blairo
Maggi e outros predadores. O mel ao preço do ouro.
A Paralela era o orgulho de Salvador para quem vinha nos visitar
Vejamos o que acontece em Salvador.
O belíssimo jardim
botânico que nos levava do Iguatemi ao aeroporto – desenhado por um discípulo
de Burle Marx – foi impiedosamente escavado para hospedar um metrô mixuruca que
nunca será um dos notáveis do mundo, como Estocolmo, Saint-Petersburgo ou
Lisboa.
Esta é a realização de um projeto de paisagismo?
As promessas de paisagismo do Farol da Barra ficaram nas pranchetas dos
arquitetos.
Reformado, o Largo de Santo Antônio, em vez de ganhar pelo menos
uma boa dúzia de árvores, recebeu concreto.
A Praça Cairu será transformada em gigantesco
espaço acimentado com anêmica fileira de vasos onde palmeiras imperiais
agonizarão lentamente.
Tudo é concebido hoje para dar espaço aos trios
elétricos e gigantescos palcos. Vivemos a Ditadura do Carnaval e dos shows
apelativos. Uma cidade cada dia mais
quente e desumana, perdendo cada dia mais um pouco de sua singularidade, está
sendo planejada.
Do centro antigo baniram a vegetação. Imbassahy arrancou as
chuvas-de-ouro da Praça da Sé para colocar uma fonte de shopping americano.
Na
Praça Municipal, em vez de criar um belo jardim, outra aberração: a palavra
SALVADOR em letras de dois metros, ideia roubada de alguma outra cidade com
idêntico mau gosto.
Mas é com certeza o Campo da Pólvora que merece o Prêmio de
Pior Projeto Urbano do João Exterminador do Futuro Henrique.
Mais da metade destas árvores vão desaparecer
Agora, a prefeitura nos prepara mais uma surpresa, desta vez
para implantar o BRT na avenida Juracy Magalhães.
Leiam com atenção aquilo que
extrai do Relatório dos impactos ambientais – Empreendimentos Viários:
Esta é uma árvore Tabebuina.
60 delas serão arrancadas pela prefeitura
“A estimativa de supressão vegetal (...) é de
remoção de 579 árvores (413 exóticas, 44 nativas e 122 não avaliadas) e
preservação de 398. As maiores quantidades de árvores são de representantes das
espécies Tabebuiba (60) Cocos nucifera (50), Pachiura merrillii (43), Ficus benjamina (35) e Caryota urens (28). O rendimento lenhoso
foi estimado como sendo 386,88m3”.
Suponho que o tal rendimento lenhoso
alimentará o São João de algum político.
BRT pra que?
ResponderExcluirPara competir com o metrô?
Quando trocarão esta frota de ônibus velhos e barulhentos de Salvador? Estas letras, ah, estas letras são de uma cafonice de doer!!!