Como alguns de vocês já sabem, minha esposa, Amanda Assis, sofreu uma apendicite no final de junho. Ela está bem agora e se recuperando rápido. Mas quero compartilhar aqui a saga pela qual passamos, agradecer a quem nos ajudou e deixar algumas dicas pra alguém que passe por situação similar.

Sem dúvidas, fomos para o pronto-atendimento do Copa`dor. Fomos atendidos e rapidamente, após uma tomografia, veio o diagnóstico: apendicite. Apendicite é, na imensa maioria das vezes, um caso meio óbvio pra medicina. Remove-se o apêndice via cirurgia e pronto. Mas foi aí que nosso drama começou.
O diagnóstico se deu às 11h da manhã. Ela começou a tomar antibióticos e entrou em jejum (mantendo um ritmo forte de analgésicos para segurar a dor) para se preparar para a cirurgia. Bateu 14h e ainda nada de sair a “autorização” para a cirurgia. Vou na administração do Hospital, que começa a acusar o seguro da Amanda de não colaborar. Ligo pro seguro, em inglês (Amanda é americana e estava com seguro internacional), e eles dizem que estão seguindo um procedimento padrão e que o hospital não queria aceitar este procedimento. Às 18h chega no leito um senhor da administração do hospital dizendo que infelizmente o hospital não aceitaria o seguro, e que nós precisaríamos pagar a cirurgia e depois correr atrás do reembolso. Em bom português: um paciente com dores excruciantes precisaria pensar no desembolso instantâneo de R$50.000+ porque o Copa`Dor não aceitava “a política” da nossa seguradora.
O desespero começou a subir à cabeça. Eu estava pendurado ao telefone com os agentes do hospital e ao mesmo tempo debatendo em inglês com a seguradora. Foi então que liguei para Luiza de Siervi, para ver se ela me dava uma luz. E ela me disse: “liga pra meu amigo, o Davi Monteiro, pois ele faz parte do Movimento Chega de Descaso e pode te ajudar nessa situação.” Ligar pra Luiza, depois de ter insistido em levar a Amanda pro hospital, foi a ideia mais feliz do dia. Basicamente eu descobri o trabalho do Davi e ele salvou nosso dia. O MCD luta para que todos, seja no privado ou no público, tenham acesso digno à saúde, evitando que instituições massacrem indivíduos em situações vulneráveis.
Quando eu mostrei ao Davi a carta que o seguro havia enviado ao hospital, dizendo que cobriria a Amanda até 2 milhões de dólares caso fosse devido, ele me ensinou as palavras mágicas: “Diga ao hospital que você quer um LAUDO CONCLUSIVO do diagnóstico e que vai a juízo buscar uma LIMINAR para exigir a operação.”
BOOM!
Em 15 minutos a supervisora geral e o diretor financeiro do hospital estavam na sala e a partir daí tudo fluiu. Cirurgia autorizada e bola pra frente. Quero dizer, para colorir mais o dia, Amanda reagiu a um analgésico momentos antes da cirurgia e teve uma parada respiratória. Passando por uma experiência de quase morte na minha frente. Imaginem meu estado de nervos. Mas sobre isso falem direto com a Amanda, o que ela viu nestes momentos ela provavelmente nunca esquecerá.
Agora imaginem como são tratados senhoras e senhores aposentados, pessoas sem conhecimento ou mesmo ingênuas, totalmente frágeis frente a uma corporação como um grande hospital que decide que pode fazer o que bem entender, sobrepujando as leis e as regras. Foi impressionante como a apelação para meios legais simplesmente reverteu o cenário de cabeça pra baixo.
Isso não deveria acontecer e por isso que o trabalho do Movimento Chega de Descaso se torna tão importante. Existem leis. Existem regras. E a união das pessoas pode fazê-las valer.
Este post é um desabafo e um apelo. Esse movimento precisa de visibilidade pois está salvando vidas diariamente, incluindo a da minha esposa.
Sou cyberativista desse movimento. Convidei um monte de gente do Facebook para curtir a página e aderir ao movimento e somente quatro pessoas deram bola.Espero que os omissos nunca venham precisar deles.
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